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Simbologia e História

Árvore de Natal

O costume de ornamentar Árvores e até de lhes prestar um certo culto, vem de muito longe, antes mesmo do nascimento de Cristo. Essa tradição é  encontradas em vários cultos pagãos. Os egípcios já levavam galhos de palmeiras para dentro de suas casas no dia mais curto do ano, em dezembro, simbolizando o triunfo da vida sobre a morte. Os germânicos festejavam o carvalho sagrado de Odin. Já os Romanos, nas suas festas chamadas as Saturnalia, que eram exatamente nesta mesma altura em que hoje celebramos o Natal, isto é, no Solstício do Inverno, penduravam máscaras e outros ornamentos nos pinheiros em ato de culto ao deus pagão Baco.

O uso das árvores sempre verdes, como símbolo de vida, era  popular também entre os Chineses e os Hebreus.  Os povos Teutônicos e Escandinavos, prestavam culto e ornamentavam as árvores Sempre verdes no Dia de Ano Novo, para afastar os demônios. A Árvore que se mantém verde mesmo durante o Inverno, relacionada com o Natal, tem um sentido de Imortalidade.

Enquanto toda a natureza dorme e parece que está morta, durante o Inverno, há algumas árvores que se mantêm sempre verdes, cujas folhas não morrem, dando-nos a idéia de vida permanente, imortal.  São apenas estas árvores que se usam como Árvores de Natal.

A isto se refere o grande escritor romano Virgílio, que nos descreve como os pinheiros Sempre Verdes estavam carregados de vários ornamentos a que ele chamou Oscila, por estarem sempre em movimento a oscilar com o sopro dos ventos.

Mas nos tempos mais modernos, isto é, já muito depois de se celebrar o Natal com o presépio que primeiro foi estruturado por S. Francisco de Assis em 1223 na noite de Natal do seu convento em Greccio, foi na Alemanha que primeiro se atribuíram honras e se ornamentaram certas árvores, as Sempre Verdes, por volta de 1500.  Na tradição católica o pinheiro foi escolhido por sua forma triangular, que representaria a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

Começaram por lhes chamar as Árvores da Vida ou ainda as Árvores do Paraíso. Na Idade Média, já perto do fim, os atores e trovadores corriam as aldeias a representar histórias bíblicas. E entre essas histórias estava a Árvore da Vida com a promessa do Messias Redentor. O dia 24 de Dezembro era a festa de Adão e Eva com a Árvore do Paraíso, a que não faltava, como ornamento, a maçã e outros frutos.

Só se punham estas Árvores nas casas particulares, porque era proibido pô-las noutros lados por causa dos abusos. É que as Árvores do Paraíso, como tinham muitos frutos, faziam as delícias das crianças e também dos adultos. Além disto, como se estava no Inverno e havia escuridão, e por sugestão de Martinho Lutero que tinha visto um céu estrelado durante uma noite escura de Inverno, começou então o uso de acender velas (luzes) na Árvore do Paraíso. Estava assim criada a idéia do Messias, a luz que havia de vir para iluminar este mundo.

Foi então que uma árvore ornamentada e iluminada deu sentido à Árvore do Natal. Da Alemanha passou aos povos nórdicos, onde abundam as Árvores Sempre Verdes, e depois a toda a Europa. Em 1800 chegou à Inglaterra, no tempo da rainha Carlota, que era alemã e esposa do rei George III, que introduziu a Árvore do Natal no Castelo de Windsor.

Todavia, foi o príncipe Alberto, também alemão e marido da rainha Vitória, quem mais popularizou o costume da Árvore do Natal, a partir de 1841. Mas antes disto já os soldados da guerra da revolução, em 1776, e depois os emigrantes alemães, levaram e introduziram nas Américas o novo costume de armarem com todos os seus pormenores, as Árvores Sempre Verdes.

Só por 1900 é que veio para a rua o costume de se ornamentarem as árvores e depois o de lhes darem o sentido de Árvore de Natal, sobretudo com muita iluminação.  Foi assim que, dentro deste espírito, em frente do grande Rockfeller Plaza, em New York, arvoraram, ornamentaram e iluminaram com cerca de 7.000 lâmpadas elétricas de várias cores, uma gigantesca Árvore de Natal, com 30 metros de altura, que se repete todos os anos.

Durante muito tempo houve a idéia de que a Árvore do Natal era uma manifestação pagã, por servir apenas para ornamentar as casas e colocar nelas os brinquedos e as guloseimas para as crianças e mesmo para os adultos, em desprestígio ou em concorrência com o simbolismo todo cristão do Presépio, tendo cada um que se pronunciar por uma coisa ou por outra.  Árvore Do Natal, com a sua mensagem e simbolismo de imortalidade, está muito bem aplicada ao Cristo do Presépio, o Deus ora nascido e imortal.

Segundo a tradição alemã, a decoração de uma árvore de natal deve incluir 12 ornamentos para garantir a felicidade de um lar. São eles:

Casa: proteção
Coelho: esperança
Xícara: hospitalidade
Pássaro: alegria
Rosa: afeição
Cesta de frutas: generosidade
Peixe: benção de Cristo
Pinha: fartura
Papai Noel: bondade
Cesta de flores: bons desejos
Coração: amor verdadeiro


Para saber como fazer sua árvore de natal em casa, confira a matéria na seção "Enfeites e Decorações".


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