Em busca de soluções para os impactos sociais e econômicos causados pelos alagamentos no 4º Distrito da Capital, sociedade civil, empresários e poder público realizaram na noite dessa quinta-feira, 17, no Teatro Novo do DC Navegantes, o debate “Porto Alegre – Cidade Anfíbia”. O evento foi realizado pela prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Relações Institucionais, pelo Centro Universitário IPA e pela Associação das Empresas dos Bairros Humaitá e Navegantes.

 

Na abertura do encontro, o vice-prefeito Gustavo Paim falou sobre a importância do 4º Distrito para a cidade e as dificuldades enfrentadas pelos moradores e empreendedores. Paim frisou a necessidade das parcerias que o Executivo vem promovendo. “Apresentamos o projeto de desenvolvimento econômico e social do 4º distrito em Nova Iorque, no evento das 100 Cidades Resilientes, e, para executar mudanças, necessitamos de pesquisa e do auxílio da sociedade civil. Precisamos de pessoas que queiram contribuir para que a gente possa avançar”, afirmou.

 

O secretário municipal de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, falou sobre a atuação da pasta na proposição de melhorias, especialmente, na coordenação e planejamento das atividades do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). “A nossa responsabilidade tem sido buscar uma forma de eficiência, controle e fiscalização na prestação de ações do dia-a-dia, para termos a garantia de que os serviços que estão sendo pagos por todos vocês, contribuintes, estejam de fato sendo executados”, disse. Segundo Ramiro, entre as inovações propostas pela gestão estão novos contratos que preveem GPS nas equipes, fotos tiradas antes e depois dos serviços executados, pagamento por metas cumpridas e ponto biométrico para funcionários. Outra medida adotada é a notificação do Dnit e CEEE por problemas causados à drenagem urbana em obras naquela região.

 

Ramiro ressaltou as parcerias e auxílio da Associação Comunitária dos Moradores do Bairro Anchieta (Acomba) na reforma da Casa de Bombas número 6, situada na região. Também destacou a doação de R$ 122 mil, pela Associação das Empresas dos bairros Humaitá e Navegantes, para conserto de duas bombas, limpeza dos poços, novas grades de contenção e reforma de gerador na Casa de Bombas número 5, que abrange o Humaitá, Vila Farrapos e Arena do Grêmio. 

 

Para o presidente da Associação das Empresas dos bairros Humaitá e Navegantes, Luiz Carlos Camargo, esta doação é reflexo da vontade da comunidade em contribuir com a Capital, mas reforçou que não adianta a mobilização para a reforma se não houver consciência sobre o lixo que entra nas galerias e chega às casas de bombas, danificando os equipamentos. Da mesma forma, esse descarte irregular de lixo foi apontado pelo professor do IPA Fabrício Pacheco Trescastro como um dos grandes problemas relacionados às estruturas de bombeamento.

 

O evento contou ainda com palestrantes como a professora Fernanda Moscarelli, do IPA, que apontou formas mais eficazes de drenagem por meio de implantação de solos permeáveis nas cidades, e a gestora de sustentabilidade do Banco Mundial, Pauline Cauzabon, que apresentou o estudo inédito no Brasil sobre a influência dessas inundações nas Ilhas porto-alegrenses e nos bairros Humaitá e Navegantes.