Araponga
Do tupi “gwira’ponga”, sendo “gwira”, ave, e “ponga”, sonante.
Na linguagem informal, espião, agente secreto, indivíduo que trabalha para serviços de informação. No sentido original, araponga é o nome de uma ave, encontrada no Brasil e no Paraguai, com cerca de 30 centímetros de comprimento, plumagem branca, garganta e face nuas e esverdeadas, fêmea com dorso verde, cabeça cinza, partes inferiores estriadas de amarelo-esverdeado e cinzento e garganta cinzenta e estriada. É também conhecida como pássaro-ferro, ferrador, ferradeiro, por causa de seu canto: lembra o som de golpe de ferro numa bigorna. Pela sua beleza, é muito procurada para ficar em cativeiro, em gaiola.
Araponga com o sentido agente secreto, o que faz arapongagem, originou-se do codinome – designação que serve para ocultar a identidade de alguém - de espião, que é personagem central da telenovela homônima, de autoria de Dias Gomes.
Espião
Do italiano “spione”, derivado de “spia”, provavelmente do verbo francês “épier”, anteriormente “espier”, observar atenta e secretamente, tentar descobrir.
Pessoa que vigia algo ou alguém secretamente para obter informações; agente pago, de forma clandestina, que busca documentos secretos ou informações estratégicas sobre um país estrangeiro; agente secreto; indivíduo que denuncia, com intuito de prejudicar alguém, aquilo que observou ou escutou; delator, denunciador, dedo-duro. No futebol, aquele que se infiltra entre os torcedores de um time oponente para descobrir táticas, jogadas ensaiadas, especialmente durante os treinos, visando a que seu time não seja surpreendido na hora do enfrentamento para valer.
Espionagem empresarial
Ação clandestina e ilícita de recolher informações a respeito dos negócios reservados de uma empresa, com o objetivo de repassá-las a outra concorrente que poderá delas tirar proveito e vantagem.
Espionagem industrial
Ação ilegal de descobrir as inovações industriais de empresas ou países para passá-los a outrem; delito que consisto em alguém apropriar-se clandestinamente de segredo de fábrica, relacionado a sigilo, método de fabricação, patente de invenção, etc.
Espiar e expiar - não confunda a grafia dos homônimos
Espiar – Olhar, observar secretamente. O moleque espiou pelo buraco da fechadura.
Expiar – Sofrer as consequências de, padecer, pagar por culpa, delito ou crime. O réu foi condenação à prisão para expiar o crime cometido.
Hacker
Substantivo formado do verbo inglês “to hack”, cortar, talhar, dar golpes cortantes para abrir caminho, cavar, golpear, entalhar.
Foi empregado, inicialmente, para designar programadores de computador que trabalhavam por tentativas de erros e acertos. Atualmente, na Informática, é o indivíduo de rara habilidade para enganar mecanismos de segurança de sistemas de computação e que consegue, assim, acesso não autorizado aos recursos destes, geralmente a partir de uma conexão remota em uma rede de computadores; violador de sistema de computação.
Internet
Do inglês “internet”, forma reduzida de “inter”, entre (mesmo significado em português e latim), e “network”, rede, sistema complexo. Na prática, emprega-se somente “net”.
Internet é a rede internacional de computadores, que possibilita a troca de informações, a pesquisa e demais conexões cada vez mais sofisticadas e instantâneas. Por essa razão, o mundo tornou-se uma pequena aldeia, na medida em que os fatos são imediatamente de conhecimento de todos, independentemente de onde ocorram, mesmo nos locais mais distantes e inacessíveis.
Investigação
Do verbo latino “investigare”, seguir o rastro de, procurar, indagar com cuidado, inquirir, formado pelo prefixo “in”, para dentro, em direção de, e “vestigium”, planta ou sola dos pés de homens ou animais, rastro, pegada.
Averiguação sistemática, inquirição, apuração, indagação; pesquisa ou estudo minucioso sobre alguma coisa, especialmente no campo científico ou artístico; conjunto de atividades e diligências com o objetivo de esclarecer fatos ou situações de direito.
Investigação criminal
Inquérito policial com o fim de levantar dados e provas para esclarecer crime ou delito.
Investigação de paternidade
Conjunto de diligências necessárias para comprovar filiação natural.
Falar mais que matraca em Semana Santa
Falar demais, falar sem parar; ser tagarela. A matraca é o instrumento que substitui os sinos das igrejas, durante as cerimônias da Semana Santa. É uma peça de madeira com uma plaqueta ou argolas que se agita barulhentamente em torno de um eixo.
Falar mais que o homem da cobra
Na gíria brasileira, falar sem parar um instante, tagarelar incessantemente.
Boca de siri
É manter segredo, ficar calado, manter silêncio sobre assunto combinado, não comentar com ninguém o que foi confiado em sigilo.
O emprego da expressão deve-se à anatomia do siri. Sua boca é tão minúscula que, dificilmente, pode ser identificada a olho nu. Além disso, ele costuma segurar suas presas com as pernas e não com a boca. Nos tempos atuais, em que tudo é visto ou denunciado, será difícil manter algo em segredo, em absoluta segurança, até por que é difícil confiar em que supostamente promete fazer boca de siri. O segrego é algo que parece torturar a cabeça de quem o detém. De boca em boca, com a promessa firme de manter sigilo, o que era secreto acaba se tornado de conhecimento geral.
X-9
A expressão X-9 é usada, na linguagem popular, como sinônimo de delator, de dedo-duro.
Seu emprego é mais comum no meio urbano e na região Sudeste do Brasil, embora em processo de desuso. A origem mais provável deve estar relacionada a um antigo personagem de história em quadrinhos, criado nos Estados Unidos. Surgiu, em 1934, como publicação em tira de jornal, mantendo-se até o final do século passado. Inicialmente, sem nome, conhecido apenas como Secret Agent X-9, cumpria o papel simultâneo de detetive particular e de agente secreto que trabalhava para uma agência que também não tinha nome. Depois de 1940, recebeu o nome de “Phil Corrigan”, e sua agência era nada mais e nada menos que o FBI. Na sua atividade, infiltrava-se entre os contraventores para descobrir o seu "modus operandi". X, geralmente, é a representação de incógnita em operação matemática, de algo desconhecido, o X do problema. As aventuras do agente X-9 também foram publicadas no Brasil, a partir da década de 1940 até a década de 1970.
Coincidência ou não, o massacre no presídio de Carandiru, em 2 de outubro de 1992, começou com uma rebelião justamente no pavilhão 9, o que culminou com a invasão do local, por parte da Polícia Militar de São Paulo, e a morte de cento e onze detentos. Lá estavam, com certeza, muitos delatores. No entanto, nada justifica o cruel massacre.
Ditado popular
Quando um burro fala, o outro cala
Forma singela que o povo encontra para expressar que não se interrompe quem está falando. A etiqueta e boa educação ensinam que a gente deve saber ouvir, algo cada vez mais raro. Poucas pessoas sabem escutar com paciência e esperar a sua vez de intervir na conversa. Ditados equivalentes:
Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha; Quando um burro fala, o outro murcha a orelha.