*Por Ari Riboldi
Cardápio
Do latim “charta”, carta, papel, e “dapis”, banquete oferecido os deuses. Cardápio é um neologismo criado pelo filólogo brasileiro Antônio de Castro Lopes (1827-1901) para substituir o vocábulo francês “menu”.
Relação de iguarias servidas em restaurantes e afins, seguida ou não de respectivos preços e descrição de sua composição; relação dos pratos disponíveis para o serviço em banquetes, jantares de gala, recepções, etc.
Culinária
A arte é a técnica de cozinhar, especialmente pratos requintados, de alta sofisticação; conjunto de especialidades culinárias, de pratos típicos de uma região ou de um país.
Do latim “culinarius”, relativo a cozinha. Há, no entanto, uma curiosidade a ser observada na etimologia desse termo. “Culinarius” deriva de outra palavra latina: “culina”, cozinha, que em baixa época, conforme registro no dicionário Houaiss, também significava latrina, privada, quarto de banho e sepultura de pobres. Em “culina”, faz supor que tenha havido relação indevida e deformada por influência de “culus”, ânus, uma vez que as latrinas eram contíguas às cozinhas.
Gastronomia
Do grego, pela composição dos radicais de “gastér”, “gastrós”, ventre, estômago, e “nómos”, lei, norma, costume.
Prática e conhecimento relativos a tudo o que diz respeito à arte da culinária, às refeições apuradas, aos prazeres da mesa; o gosto de apreciar comidas finas e de regalar-se com os pratos característicos de uma região.
Menu
Do francês “menu”, lista detalhada de carnes de que se compõe uma refeição, do adjetivo francês “menu”, pequeno, detalhado, vindo do adjetivo latino “minuus”, pequeno, delgado, diminuto, particípio passado do verbo “minuere”, quebrar, reduzir a menos, diminuir.
Cardápio; conjunto de opções que compõem um todo; lista de opções ou entradas postas à disposição do usuário, que aparece no vídeo do terminal de um computador com as funções que este poderá, a seguir, realizar por meio de um programa.
Como lista de opções à disposição do usuário, já está consagrada a pronúncia ‘menu” com ‘u’ tônico. Quando se trata de cardápio, há ainda uma preferência pela pronúncia francesa (meni, com o ‘i’ tônico).
Comer no mesmo cocho
Linguagem informal. Agrupar-se a elementos de má conduta; iguala-se a quem apresenta os mesmos defeitos ou falhas; tomar parte das mesmas atividades desonestas e fraudulentas de quem possui desvio de caráter.
Expressão equivalente: Ser da mesma laia.
Ditado popular
Comer mortadela e arrotar peru
Ser arrogante e orgulhoso, querendo demonstrar o que a pessoa não é ou não possui. Um dos exemplos é ganhar pouco e gastar muito. Impressionar pelas aparências, não condizentes com a realidade e a capacidade financeira de um indivíduo, situação que será mantida por pouco tempo, pois é insustentável. Em determinado momento, a casa cai, como se diz na linguagem popular, e a verdade aparece e desmascara quem quer que seja o arrogante.
No sentido literal, equivale à atitude de quem come mortadela, por ter poucos recursos e tratar-se de produto mais barato. No entanto, finge arrotar peru, como se tivesse digerido um suculento peru, de valor comercial bem mais elevado e restrito a quem dispõe de condição financeira privilegiada.
OBS: Não incorra no erro de falar ou escrever “mortandela”, comum no meio popular.