AÇÃO
Vila Chocolatão recebe atendimento do Bicho Amigo

 

 

 

A Unidade Móvel I do Projeto Bicho Amigo da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) e uma equipe multidisciplinar da UFRGS, realizaram, nas duas últimas sextas-feiras (9 e 16), atendimento aos animais das famílias que vivem na Vila Nova Chocolatão. Somente no dia 16 de março, foram visitados 46 lares.

A parceria entre as instituições prevê, nessa primeira fase do projeto, assistência veterinária em cinco vilas remanejadas e loteamentos da Capital (Chocolatão, Santa Terezinha, Bernardino Silveira Amorim e os loteamentos Arco Íris e Bela Vista), exames laboratoriais e nutricionais, procedimentos pré-operatórios e esterilização de cães, gatos e cavalos. O trabalho envolve, ainda, a conscientização das comunidades sobre a necessidade de evitar proliferação animal e de utilizar o “Fala Porto Alegre – 156” para denunciar maus tratos.

Saiba como foi o trabalho Bicho Amigo na Chocolatão


AÇÃO I
SEDA atende mais de 130 cães de um morador da Restinga

Durante duas terça-feiras consecutivas, a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) tratou os animais de "Seu Paulo", antigo e conhecido morador do bairro Restinga, que, há 19 anos, cuida de animais abandonados. Hoje ele tem sob sua responsabilidade 130 cães. 

O tutor dos animais os mantêm com aposentadoria e ajuda de protetoras independentes

Além da aplicação de ivermectina e vermífugo, a médica veterinária da SEDA Adriana Lopes atendeu isoladamente alguns animais com problemas respiratórios e micoses. Essa é a primeira vez que uma equipe consegue ter acesso aos cães. Na próxima semana, os peludos que ainda não foram castrados serão levados até a Área de Medicina Veterinária para realizar o procedimento cirúrgico.

"Seu Paulo" sustenta os animais com a aposentadoria, e, em alguns casos, recebe ajuda de protetoras independentes, e ele não tem condições de absorver mais nenhum deles. A SEDA apela para a sensibilidade de todos: não deixe ou permita mais cães amarrados ao portão da residência.

AÇÃO II
SEDA identifica animais de canil no bairro Santa Tereza

Por determinação da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente do Ministério Público, a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) identificou na sexta-feira (16), através de microchipagem, 49 cães abrigados no canil de Ádio Nunes, no bairro Santa Tereza. Também foram descritas as características individuais de cada animal, como pelagem, idade aproximada, sexo e porte.

Cães do "Seu Ádio" serão atendidos pela SEDA

A SEDA observou, ainda, os cães com sintomas aparentes de doenças ou ectoparasitos. De acordo com a coordenadora da Área de Medicina Veterinária, Márcia Gemerasca, além de promover a melhoria das condições de saúde dos animais que ocupam o canil, a intenção é evitar o aumento do número de cães no local. A SEDA já agendou o procedimento cirúrgico com vista à esterilização dos cães.

BALANÇO
Os números da SEDA

BEM-ESTAR ANIMAL
Posto de gasolina transforma rótula urbana em lar para o galo Chico

São 130 quilos de milho ao mês, três vezes por dia. Se o alimento não for dado na hora certa, às 6, às 16 e às 18 horas, o galo Chico vai até o Posto do Darcy, no bairro Jardim Botânico, reclamar.

Essa tem sido a rotina de João Carlos Alencastro e dos funcionários do posto, desde março de 2010. Chico tem uma casinha na rótula da Ivo Corseuil com a Terceira Perimetral para, digamos, aproveitar o dia. A noite ele prefere uma figueira próxima que João Carlos improvisou, com uma lona plástica, para proteger o animal nos dias de chuva.




“Chico apareceu aqui do nada, um ano e meio depois que meu pai, Darcy Marcos Alencastro, morreu. Ele construiu esse patrimônio, adorava esse lugar, a natureza (o posto está a poucos metros de distância do Jardim Botânico) e tenho certeza da presença dele aqui, pois o galo é símbolo de perseverança. Só olhar ao redor para ver, por exemplo, como essa mangueira dá frutos, mesmo estando plantada em lugar impróprio”, conta João Carlos, emocionado, ao destacar que a rótula foi adotada pelo posto de gasolina da família e, que em breve, receberá o nome de Rótula Darcy Marcos Alencastro.

Instinto animal
Chico conhece cada um dos funcionários e, mesmo com toda a proteção humana, sabe se defender, também, dos “desumanos”. “Muitos carroceiros já tentaram pegá-lo, e, outros, se aproximaram para praticar violência. Em todos os casos, o galo sempre foi mais rápido ao buscar abrigo entre nós”, comenta Alencastro.

A quantidade de milho oferecida tem uma explicação lógica: todos os dias a grama da rótula fica cinza, tamanha a quantidade de pássaros que vão se alimentar. O mais engraçado é o relógio biológico desses animais: se a comida não é fornecida no horário, eles caminham em bando até o Posto do Darcy.

João Carlos Alencastro não recebe ajuda e mantém, tanto o galo como os pássaros, com recursos próprios. “Preservar a natureza não é apenas um bem que se faz ao meio ambiente; é um bem que faz bem à alma”, afirma.

BRECHÓ
Duas Mãos Quatro Patas organiza brechó em favor dos animais

O Grupo Duas Mãos Quatro Patas realiza, no próximo domingo (18), o Bazar&Brechó. O evento acontece das 10h às 17h, no DTG do Clube Caixeiros Viajantes (rua Padre Schoeles, s/n – bairro Rio Branco).

Neste primeiro brechó de 2012, os amigos dos animais encontrarão brinquedos, roupas, calçados, bolsas, bijuterias, artigos para casa e decoração, livros, CDs e DVDs.

Toda a renda será revertida em benefício dos animais acolhidos pela entidade.

COMPORTAMENTO
Estudos mostram o que passa pela cabeça dos animais

Um golfinho sabe que é um golfinho, um elefante também, e um cachorro, bem... este se sente como humano. Até pouco tempo, muitos cientistas duvidavam dessa tese. Hoje, a diferença entre as nossas faculdades mentais está no grau, não no tipo.

Charles Darwin foi um precursor da noção moderna de como a ciência vê os animais. Para o homem que descobriu a identidade do projetista de homens e animais, a mente parecia seguir uma certa continuidade ao longo da evolução das espécies. Os bichos mais abaixo na escala evolutiva também teriam inteligência e sentimentos, só que em níveis distintos. E Darwin estava certo. "As evidências de hoje indicam que muitos animais sentem alegria, tristeza, pena...", diz o biólogo Marc Bekoff, da Universidade do Colorado.

Consciência canina
"Enquanto somos seres visuais, os cães sentem a realidade com o focinho", diz a psicóloga americana Alexandra Horowitz, especialista em comportamento animal. Ao cheirar um cafezinho, por exemplo, algumas pessoas conseguem saber se ele foi adoçado com uma colherinha de açúcar. Já um beagle consegue farejar uma colher de açúcar diluída numa quantidade de café equivalente a duas piscinas olímpicas.

Assim, o universo dos cachorros é um estrato de cheiros diferentes. Talvez por isso eles não liguem para a própria imagem no espelho. Mesmo que não concluam que a imagem é a deles, não sentem nenhum cheiro diferente, então não interpretam como sendo outro cachorro.

Esse “supernariz” também lhes confere a habilidade de um detetive. Graças aos odores que você exala e às células epiteliais que deixa pelo caminho, seu cão sabe quase tudo sobre você: por onde andou, que objetos tocou, o que comeu, se beijou alguém ou se correu um pouco. Exceto a comida, claro, ele não se interessa pelos outros dados. O olfato do cão é capaz até de rastrear doenças em humanos, como mostra um recente estudo da Universidade Kyushi, no Japão. O labrador Marine, de 8 anos, detectou câncer de intestino ao cheirar o hálito e as fezes de pacientes. Tumores de pele, pulmão e bexiga também já foram farejados por cães em estudos anteriores.

Esperteza felina
Poucas coisas incomodam tanto quanto choro de gato com fome. Parece que ele vai morrer se você não der comida na hora. Mas não se desespere: pode ser um truque do bichinho. A cientista Karen McComb, da Universidade de Sussex, na Inglaterra, descobriu que alguns gatos emitem uma súplica de alta frequência, similar ao choro de um bebê, que dispara um senso de urgência no cérebro humano. Resultado: os donos se sentem compelidos a alimentá-los. Isso é um instinto que animais domésticos desenvolvem. Eles nascem sabendo isso. "Dos gatos que analisamos, só choravam assim os que viviam em casas habitadas por uma só pessoa. Ou seja: gatos aprendem a enfatizar dramaticamente o choro quando vivem com humanos numa relação de um para um", diz McComb.

Num ranking de inteligência emocional, os cães seriam os campeões, de longe. O segredo deles é o contato visual. Eles são os únicos bichos que sabem o que você está pensando: olhando nos olhos eles podem detectar o nível de atenção dos donos e atuar de acordo com ele. Essa habilidade é um atributo evolutivo: cães são descendentes de lobos que trocaram a matilha pelas aglomerações humanas há 13 mil anos. Os que melhor emulavam o comportamento humano (incluindo aí a habilidade de ler a mente do outro olhando nos olhos) cresceram e se multiplicaram porque viraram os preferidos dos humanos. Os que não tinham esse dom ficaram pelo caminho. E hoje todo cão é um expert em contato visual. Como eles sabem aplicar essa habilidade inata para resolver desafios (identificar seus potencias colaboradores entre os humanos da casa), não há como negar sua inteligência.

Emoções
É realmente improvável que o amor tenha aparecido entre os Homo Sapiens sem nenhum precursor na escala evolutiva. E, como imaginou Darwin, o mesmo vale para o prazer, a dor e a saudade.

No caso dos cães, emocionalmente, estão mais para um humanos de quatro patas, na alegria e na tristeza. Alguns, por exemplo, se recusam a comer quando o dono viaja e voltam a aceitar o prato depois de ouvir a voz de seus “pais humanos” no telefone. É uma forma primitiva de saudade.

Os animais também sentem, inclusive quando são adotados, e todo o afeto despendido nesse caminho será recompensado em dobro.

* Fonte de pesquisa para esta matéria: Revista Super Interessante
**As ilustrações são de autoria de Caroline Mello, estudante de Artes Visuais na UFRGS e estagiária na Assessoria de Comunicação da SEDA

CRUELDADE NUNCA MAIS
Caminhada propõe um novo olhar aos animais no combate à violência

Uma centena de protetores e defensores realizaram, no último domingo (11), no Parque da Redenção, mais uma caminhada contra a crueldade aos animais.

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) apoia a causa, mas, em vez de retratar aqui os desdobramentos da manifestação de repúdio a esse tipo de violência, vem propor um novo olhar sobre eles, e, também, prestar uma singela homenagem aos "donos responsáveis". A Assessoria de Imprensa passou o dia na Redenção, registrando os melhores momentos de afeto e amizade entre animais e humanos.

Se essas pessoas são capazes de amar e serem amadas, você também é.
 

   

 

 

 

   

 

    

     
DIREITOS ANIMAIS
Cruz Alta busca referência da SEDA em defesa dos animais

A primeira-dama Regina Becker, voluntária da SEDA, recebeu, na segunda-feira (12), uma comitiva de autoridades e protetores de Cruz Alta, cidade a 348 quilômetros de Porto Alegre. O grupo, liderado pelo deputado federal Luiz Noé (PSB/ RS), envolvido com a questão animal no município, veio buscar referências sobre as ações desenvolvidas na Capital contra o abandono e maus tratos, a posse responsável e a esterilização de animais, esse último, como forma de combater o descontrole populacional desses seres.

Primeira-dama Regina Becker, voluntária da SEDA, foi convidada para palestrar em Cuz Alta

A Associação dos Amigos e Protetores dos Animais (AAPA) de Cruz Alta mantém um convênio com a Prefeitura para atender apenas casos de urgência e emergência. Outros recursos para tratamento médico-veterinário, castrações, ração e medicamentos para animais em situação de abandono, mantidos nas casas de passagem, são obtidos através de promoções, como rifas, e doações. “O Poder Público tem que se de dar conta de que proteger os animais é sua responsabilidade e que investir nessa área é, também, questão de saúde pública”, disse a voluntária da AAPA Noemi Cárdias.

Da mesma opinião compartilhou Regina Becker. Segundo ela, “os animais são portadores de Direitos, e, o Poder Público, de deveres para com eles. A legislação é muito clara a respeito desta matéria, positivada na Constituição Federal e leis complementares”. A primeira-dama foi convidada para palestrar aos protetores e defensores da causa, professores e alunos da rede pública daquele município sobre o tema.

Tramita na Câmara de Vereadores de Porto Alegre projeto do Executivo (PL 3073/2011) criando o Fundo Municipal dos Direitos Animais (FMDA) e instituindo seu Conselho Gestor. A Capital apresenta um cenário com grande número de animais abandonados, acidentados, semi-domiciliados e advindos de famílias em vulnerabilidade social, resultado da falta de políticas públicas que levou a um quadro de descontrole ao longo dos anos. 

Também participaram da audiência o vereador Cleberson Gardin (PSB); o assessor do deputado Luiz Noé, Douglas Rocha; e as protetoras Noemi Cardias, Patrícia Sabino e Miriam Valandro. 

DO LEITOR
A SEDA agradece as manifestações de apoio

“Sem palavras à repercussão da matéria sobre a peludinha Bola, que vive aqui no DMAE. Agora a nossa mascote é conhecida até no bairro Partenon. Imprimimos o Informativo SEDA e distribuímos ao jornaleiro, na ferragem e no supermercado. Não cansamos de agradecer e repassar para todos o lindo trabalho de vocês. Muita luz a vocês.”
Maria Cristina Abbott - DMAE

“Tenho recebido os boletins informativos da SEDA e fico muito feliz em ver como tudo está acontecendo em Porto Alegre. Tinha certeza de que as coisas andariam com muito mais força, precisão e rapidez. Acompanho e assessoro algumas cidades do Interior que, agora, começam a desenvolver ações relativas aos animais, e utilizo com frequência o exemplo do trabalho desenvolvido na Capital. Parabéns à equipe da Secretaria”.
Maria Luiza Nunes – Presidente do Movimento Gaúcho de Defesa dos Animais (MGDA)

EXPOSIÇÃO
SEDA realiza Exposição Fotográfica de animais com necessidades especiais

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) irá participar da Semana de Porto Alegre com a Exposição “Especiais sim. Diferentes não”. As fotos e as histórias de onze cães abrigados na Área de Medicina, que esperam por adoção, serão exibidas entre os dias 26 de março e 6 de abril, no 2º piso do Mercado Público de Porto Alegre.

Com lesão na coluna e bacia após atropelamento, Guri (foto) só se locomove com três patas

A ideia é sensibilizar a sociedade e incentivar a adoção, mostrando que animais com necessidades especiais podem fazer as mesmas coisas que animais em perfeitas condições físicas. “Cada peludo da exposição tem uma história diferente. Alguns, por exemplo, tiveram uma das patas amputadas após atropelamento; outros sofreram maus tratos. Enfim, a diferença entre eles é física, enquanto que o amor é incondicional e a capacidade de viver plenamente com uma nova família é infinita”, afirma o prefeito José Fortunati.

A Assessoria de Imprensa da SEDA selecionou alguns animais que participarão do evento. Mais informações sobre a Exposição e adoção podem ser obtidas pelo e-mail fabiana.betat@seda.prefpoa.com.br ou pelo telefone (51) 3289.5504.

 
Bela teve miíase nas duas patas traseiras e Zoado perdeu uma das perninhas após atropelamento


 
Flor perdeu um olho ao cair em uma fenda e Chiquinho tem um "tique nervoso" devido a sinomose
LEGISLAÇÃO
Espaço do Cão será tema de encontro entre SEDA e SMAM

As secretarias Especial dos Direitos Animais (SEDA) e do Meio Ambiente (SMAM) vão se reunir, na próxima semana, para debater a criação do primeiro "Espaço do Cão" da Capital. A decisão foi tomada após audiência entre a primeira-dama Regina Becker, voluntária da SEDA, e o vereador Raul Torelly (PMDB), autor da proposta.


Projeto do vereador Raul Torelly retornou à Câmara para adaptações

O projeto foi aprovado em janeiro passado, mas retornou à Câmara de Vereadores para adaptações. “A norma é necessária e é imprenscindível colocá-la em prática, a fim de definir esses espaços em parques e praças de Porto Alegre, há tempos reivindicada pela população", diz Torelly. De acordo com a proposta, as cercas deverão ter no mínimo 1,5 metro de altura, e, os espaços, dispor de bebedouros e locais para descarte de dejetos.

Após definições, um Decreto determinará todas as especificações desses espaços, com vistas a atender as necessidades dos animais e de seus proprietários.

OBITUÁRIO
Morre César Ades, patriarca do estudo do comportamento animal no Brasil




Nosso respeito e admiração a este homem que nos ensinou a amar e respeitar os animais.
Secretaria Especial dos Direitos Animais

Morreu na noite de quarta-feira (14), vítima de atropelamento, César Ades, professor da Universidade de São Paulo (USP) e um dos maiores especialistas do Brasil em Etologia, disciplina que estuda o comportamento animal.

Nascido no Egito, Ades construiu sua carreira de professor e pesquisador na USP, onde ingressou como estudante de graduação em 1960. Entre outros cargos acadêmicos, foi diretor dos institutos de Estudos Avançados (IEA) e de Psicologia da universidade paulista.

Referência no estudo sobre a proximidade entre cães e humanos
Durante muitos anos o psicólogo César Ades estudou a comunicação dos cães com os humanos e descobriu que eles são, sim, mais espertos que se imagina. “O cão obedece ao ser humano, se integra a uma família e a uma vida de trabalho. Durante muito tempo esse animal foi pouco estudado, pois ninguém queria estudar um bicho de estimação. Mas quando você começa a analisa-lo cientificamente, percebe que ele tem capacidades capacidades cognitivas, de raciocínio, de memória e de aprendizagem notáveis”, afirmava o pesquisador.

Ades tinha 100% de certeza de que o cachorro consegue se comunicar com os humanos e entende a expressão facial, as palavras e os gestos. “Se você isola o cão e não o deixa interagir, ele não vai aprender. Então, ele precisa viver em um meio humano para adquirir essa incrível sensibilidade para a face do ser humano, para o gesto do ser humano”.

Em uma de suas últimas entrevistas, Dr. César Ades deixou uma mensagem sobre a relação afetiva entre os humanos e os animais, na verdade, um recado sobre a existência real de compaixão ao próximo: “Escolhemos o cão para nossas necessidades afetivas, e, se encaixa muito bem. Portanto, ele passa a exercer um papel terapêutico, de lhe proporcionar uma satisfação social que, às vezes, a outros seres humanos ficam mais difíceis. Ele é o inocente da casa, não um mentiroso. Tem uma alegria tão espontânea que te cativa”.

Durante 40 anos de pesquisa e muitas descobertas, o professor se sentia como um iniciante na área: “Sempre tem alguma coisa nova, que nos ensina e corrige as concepções que você já fez. É de uma riqueza impressionante”.

OPINIÃO
Crueldade contra os animais: uma covardia racional

* Por Elaine Carrasco

Quanto mais conheço o ser humano, mais me espanta a sua indiferença em relação aos seres vivos. Quanto mais avançamos na tecnologia, parece que mais nos distanciamos da capacidade de humanizar os nossos atos diários. Esta semana fui chamada por uma amiga para ajudar no resgate de um cão atropelado. O animal conseguiu se arrastar até uma praça perto do Estádio Olímpico e deitou no chão assustado, com dor e agonizante.

O carro que o atropelou seguiu seu trajeto sem titubear, afinal, “era só um vira-lata”. Na cabeça de algumas pessoas, animais certamente não sentem dor, frio, medo, solidão. Ainda que sintam, são irracionais e não podem acusá-los formalmente.

O cão foi levado a uma clínica veterinária em choque, tamanha dor que lhe foi causada. A vida já não estava sendo fácil para ele. Uma bicheira enorme havia tomado conta do seu ouvido esquerdo, o coração começou a bater fraquinho, as gengivas esbranquiçaram e o ar começou a lhe faltar. Não havia outra escolha, senão a interrupção da dor.

Dar uma morte digna, com o menor sofrimento possível, foi a alternativa encontrada. Deitado sobre a mesa, aquele corpo tomado por pulgas e carrapatos começava, aos poucos, a encontrar um pouco de paz. O brilho dos olhos foi se perdendo, até que ficaram vagos e as patas gelaram. Não havia mais o que fazer. Ficamos ali acariciando a sua cabeça para que, de alguma forma, soubesse que não estava sozinho. Acho que ninguém gosta de enfrentar a morte na mais completa solidão. Nenhum ser merece passar por tamanha indiferença.

Saí de lá me perguntando quando foi que fomos rotulados de “racionais”. Onde está a racionalidade de um motorista que atropela um animal e não para a fim de lhe prestar socorro? Certamente são esses “seres racionais”, dotados de um DNA “diferenciado”, aqueles também capazes (por que, não?) de atear fogo em mendigos, partindo do mesmo princípio que a dor que lhes atinge não é a mesma que ele sente.

* Jornalista e protetora

POSSE RESPONSÁVEL
Presente de aniversário
A estudante Clarissa Bessa teve uma grande surpresa, no último dia 10 de março, quando completou 17 anos. As amigas Maria Clara Missio, Tauany Rolim e Paula Brisolla foram até a Área de Medicina Veterinária da SEDA para escolher um cão filhote de presente à aniversariante.
 
Conforme Maria Clara, Clarissa não queria nada em especial nesse dia. Mas como melhores amigas, não queriam simplesmente não dar nada e lembraram de um desejo antigo dela em ter um animalzinho de estimação. Foi assim que as meninas decidiram adotar a peludinha. “Foi uma grande surpresa para a Clarissa, pois ela ama os animais”, afirmou Clara. 
 
Mascotes da SEDA
Tauany Rolim soube que poderiam encontrar animais para adoção na Secretaria Especial dos Direitos Animais, porque seus pais já haviam adotado outros cães ali. As amigas também se comprometeram a ajudar nos cuidados da mascote, que ainda não tem nome. “A Clarissa vai ter que dividi-la conosco, também queremos brincar e dar muito carinho a ela”, concluiu Paula.
 
A SEDA possui muitos animais para adoção. Todos eles  estão castrados, vacinados e microchipados.  Maiores informações na Área de Medicina Veterinária da Secretaria ou através do telefone (51) 3289.5508.
POSSE RESPONSÁVEL I
A relação que foi além do apadrinhamento

O Projeto Padrinhos de Fim de Semana foi além do esperado para a SRD Princesa. Depois de conviverem três finais de semana com a peludinha, o servidor do DMLU, Alexandre Borges, e a mulher Simone Rosales a levaram definitivamente para casa. “Hoje eu vim, mas não para devolvê-la. Vou oficializar a adoção”, disse Simone, no último dia 12 de março.

Princesa tem um ano de idade e foi resgatada pela Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), depois que os antigos donos saíram de uma área desocupada da Capital e a deixaram para trás com outras dezenas de animais.
 
Para o casal, a adoção deve ser um ato responsável de pessoas preparadas para cuidar, não de bichinhos de pelúcia, mas de seres que sentem e necessitam de afeto. “Se não houver empatia e adaptação, quem adotou, provavelmente, irá abandonar ou até maltratar o animal até a morte”, frisa Simone Rosales.

Na opinião de Alexandre, o Projeto Padrinhos de Fim de Semana permite conhecer o animal antes de oficializar o adoção. “Agradeço à SEDA por esta iniciativa e espero que mais pessoas participem do projeto e que os animais encontrem lares que os acolham de coração”, concluiu Alexandre.
 
Para participar do projeto "Padrinhos de Fim de Semana", contato com a Área de Medicina Veterinária da SEDA pelo e-mail fabiana.betat@seda.prefpoa.com.br ou pelo telefone (51) 3289.5504.

REFLEXÃO
14 de março: Dia Nacional dos Animais