ANIMAIS I 4 de outubro: Dia dos Animais ANIMAIS II Centenas de pessoas participam da procissão do Dia dos Animais O prefeito José Fortunati e a primeira-dama Regina Becker participaram, no dia 4 de outubro, da procissão em homenagem ao Dia de São Francisco de Assis e dos Animais. As duas celebrações na mesma data não são coincidência. São Francisco é o santo protetor dos animais, que sempre se referia a eles como irmãos e pregou até a morte a comunhão entre o homem e as criaturas da natureza.
Para Regina Becker, 4 de outubro deve ser um dia dedicado à reflexão sobre as condições de risco dos animais. Não existe um levantamento sobre a população de cães e gatos que vivem nas ruas, mas a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) recebe em média 70 solicitações por dia. Se levar em consideração o trabalho diário dos protetores da Capital, este número se torna incontável. “Tem dias que ultrapassamos 100 pedidos de atendimento a animais vítimas de atropelamento, maus tratos e exploração, bem como de repúdio a donos que abandonam filhotes nas ruas. Mais do que esterilizar, temos que trabalhar fortemente na conscientização da comunidade sobre a responsabilidade de criar um animal doméstico”, diz Regina.
Em 2011, a Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet) revelou que o Brasil possui 98 milhões de animais de estimação, o que faz do nosso país o segundo maior do mundo em população de cães e gatos.
Fotos da procissão
ATENDIMENTO PÚBLICO Projeto do hospital veterinário tramita na Prefeitura de Porto Alegre
O projeto para construção do Hospital Veterinário Municipal Vitória foi entregue oficialmente à Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) e encaminhado, posteriormente, às secretarias que estarão envolvidas diretamente no projeto, para análise. “Há todo um tramite na administração pública que precisa ser respeitado. Já encaminhamos à Secretaria do Planejamento e de lá deve passar para análise das pastas de Meio Ambiente (SMAM) e de Obra e Viação (SMOV)”, diz o secretário Urbano Schmitt, que prevê o início das obras para o mês de novembro.
A planta do Hospital Veterinário Municipal Vitória foi entregue pelo arquiteto responsável pela obra, Rodrigo Souza, à primeira-dama Regina Becker
O Vitória será construído pela iniciativa privada em terreno do município de 1,1 mil metros, no bairro Jardim Botânico. Somente a área hospitalar terá 600 mil metros para atender casos de baixa e média complexidades e será doado à SEDA totalmente equipado.
A instituição terá quatro blocos cirúrgicos, duas salas de preparação, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), uma sala de recuperação compartimentada para evitar estresse de animais em atendimento pós-cirúrgico, estruturas de triagem, quarentena e 120 baias para cães e gatos que permanecerem hospitalizados. Para atender a demanda estimada de 100 animais/dia, a prefeitura prevê a realização de concurso público para veterinário no início do próximo ano. BALANÇO Atendimentos, cirurgias e fiscalizações da SEDA na semana A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) realizou, entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro, 133 esterilizações, 170 vermifugações em comunidades da Capital, 30 atendimentos clínicos e 9 cirurgias, sendo duas amputações e duas para retirada de tumor de mama e na região umbilical.
Já a equipe de Fiscalização atendeu a 113 demandas do “Fala Porto Alegre – 156”. As solicitações também podem ser encaminhadas pelo site www.falaportoalegre.com.br/solicitacao.
BEM-ESTAR E SAÚDE I Amamentação é fundamental para saúde dos filhotes O leite materno é necessário também à saúde dos animais, principalmente nos primeiros minutos de vida. No caso dos cães, nas primeiras 12 horas, o alimento é rico em colostro, um componente que fornece nutrientes, enzimas digestivas e imunoglobulina materna. Entre outras vantagens, ajuda no controle do crescimento e no desenvolvimento do animal.
Como durante as três primeiras semanas de vida o filhote ganha cerca de 10% de peso ao dia, o ideal é amamentá-lo por aproximamente um mês. Após este período, é indicada papinha de ração dissolvida no leite.
Na Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), a equipe veterinária adota uma técnica alternativa para amamentação dos filhotes sem a presença da mãe. Segundo a veterinária Adriana Lopes, às crias com menos de 30 dias é oferecido o aleitamento sucedâneo, uma receita caseira que não substitui o leite materno, mas contribui para o crescimento e desenvolvimento do animal. A receita é simples:
Receita – opção 1
200ml de leite integral
1 gema de ovo
1colher de sopa de creme de leite
1 colher de chá de mel
Modo de preparo
Ferver o leite com a gema de ovo. Quando estiver morno, acrescentar o creme de leite e o mel. Depois de misturar os ingredientes, colocar em uma mamadeira específica para filhotes. “É muito importante o uso da mamadeira para evitar que o leite entre na traquéia ao invés do esôfago”, alerta Adriana. O leite deve ser oferecido a cada duas horas.
Receita –opção 2
1 litro de leite integral
1 gema de ovo
1 colher de sopa de nata
1 pitada de sal
1 colher de chá de mel
1 folha de gelatina incolor
1 colher de sopa de Calcigenol
Modo de preparo
Bater tudo no liquidificador e manter na geladeira. Antes de oferecer ao filhote, aquecer em banho-maria.
Adriana Lopes também recomenda estimular a urina e as fezes do animal com a utilização de um algodão umedecido em água morna, que simula a língua da mãe. Mais: para que o metabolismo do filhote funcione bem, é indicado mantê-lo aquecido. “Esta fase exige um pouco mais dos tutores dos animais, mas é gratificante vê-los abrindo os olhinhos e crescendo saudáveis. O que ganhamos no futuro é o amor incondicional que eles nos transmitem”, conclui a veterinária Adriana Lopes.
Atenção
Quando adotar um filhote e antes de oferecer qualquer tipo de alimento, consulte um veterinário.
BEM-ESTAR E SAÚDE II Esterilização reduz em mais de 90% a incidência de tumores de mama e outras doenças A ocorrência do primeiro cio de cães e gatos pode variar bastante. Tudo depende da raça do animal e do clima da região onde vive. Nos cães fêmeas, o primeiro período reprodutivo geralmente acontece a partir do sexto mês de vida. Em raças maiores pode levar mais tempo. Já nas felinas ocorre após o sétimo mês.
Segundo a coordenada da Área de Medicina Veterinária da SEDA, Márcia Gemerasca, a esterilização antes do primeiro cio pode melhorar, e muito, a qualidade de vida dos animais, trazendo benefícios à saúde deles. “Além de evitar ninhadas inesperadas, a esterilização reduz em mais de 90 % a incidência de tumores de mama, impede a ocorrência de piometra (infecção uterina) e coibe complicações durante a gestação e na hora do parto”, explica a veterinária.
Foto: cão sendo preparado para retirada de câncer de mama na AMV
Márcia alerta, ainda, para a administração de progestágenos: “Muitas pessoas optam equivocadamente pela utilização de contraceptivos, o que consideramos uma ‘bomba de hormônios’. O resultado da administração deste medicamento é incidência de tumores de mama e infecções no útero. Para evitar tais doenças é recomendada a esterilização a partir do 5º mês de vida”.
Nesta foto, uma SRD sendo submetida à retirada do útero. Para prevenir piometra, o mais indicado é a esterlização
Na Secretaria Especial dos Direitos Animais, a esterilização de cães e gatos é gratuita e pode ser agendada através do “Fala Porto Alegre – 156”. O serviço está disponível para pessoas em situação de vulnerabilidade social, sendo necessária a comprovação de renda familiar até três salários mínimos.
BEM-ESTAR E SAÚDE III Dilatação de estômago de cães, se não for tratada, pode ser fatal Se o seu cão está comendo em excesso ou tomando muita água durante as refeições, cuidado. Ele pode ser vítima de um problema chamado Torção Gástrica. Ainda bastante desconhecida dos donos de raças de grande porte, maiores vítimas da doença, a Torção Gástrica nada mais é que uma dilatação exagerada do estômago do animal. Neste caso, o órgão pode girar sobre o seu eixo, causando obstrução nas saídas gástrica e intestinal e retenção do alimento, impedindo-o de esvaziá-lo ou pelo vômito ou pelas fezes.
O problema ocorre devido à fermentação dos alimentos e a formação de gases. Além de um grande desconforto, dificulta a circulação sanguínea por diversos órgãos e pode resultar em intoxicação do animal. A Torção Gástrica provoca exercícios físicos vigorosos após ingestão de grandes quantidades de água ou após refeições, estresse e aumento da aerofagia (ingestão de ar). Fêmeas em situação pós-parto também estão no grupo de risco, uma vez que elas necessitam de um aumento nas necessidades calóricas.
Conforme o veterinário José Luís Sandoval, da Clínica do Forte, a Torção Gástrica é uma doença com alto índice de mortalidade que deve ser diagnosticada por um profissional e tratada como emergência clínica ou clínico-cirúrgica. “Os proprietários devem ficar atentos a qualquer alteração no comportamento de seus cães. Alguns sinais importantes são ânsia de vômito, salivação em excesso, aumento de volume abdominal, principalmente do flanco esquerdo, dificuldade para respirar, palidez de mucosas e relutância ao se movimentar”, explica Sandoval.
A Clínica do Forte (avenida do Forte, 1474 – bairro Vila Ipiranga) já atendeu muitos cães com Torção Gástrica, e, de acordo com o veterinário, a probabilidade de óbito após a cirurgia varia entre 15% e 20%. “A sobrevivência depende das circunstâncias em que o animal chega à clínica, como severidade e agravamento da situação, problemas cardíacos secundários, extensão das áreas de necrose do estômago, entre outros”, explica.
A doença é mais comum em raças de grande porte e de peito profundo, entre elas o Pastor Alemão, Dogue Alemão, Fila Brasileiro, Rotweiller, Poodle Standard, São Bernardo, Basset Hound, Weimaraner, Setter Irlandês, Gordon Setter e Doberman.
A Clínica do Forte é uma das parceiras da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) e realiza voluntariamente quatro cirurgias por mês em cães e gatos encaminhados pela Área de Medicina Veterinária. “Parece ser o caminho certo fazer a nossa parte social no tratamento de animais de rua. Os pacientes são recebidos e tratados pela Seda de forma organizada e encaminhados para veterinários conveniados. Isso mostra que, unindo forças, podemos, sim, fazerm muito pelos animais e pela nossa cidade”, diz Sandoval.
Dicas para prevenir a Torção Gástrica
- administrar duas refeições fracionadas diárias;
- restrição de exercício antes e após a ingestão de água e/ou comida;
- ter especial atenção às necessidades dietéticas pós-parto e minimizar as situações de estresse;
- Existem no mercado algumas vasilhas especiais para animais gulosos. Elas evitam que eles ingiram o alimento rapidamente, engolindo muito ar.
DIA DOS ANIMAIS Vivendo e se espelhando no universo infantil
A obra acima é do "artista" Enzo Barreto, 8 anos, filho do estagiário de Comunicação da SEDA, Lorenzo Barreto. Enzo levou da alma à ponta do lápis o sentimento de solidariedade da família (Gustavo é o filho e irmão mais velho) para com os animais vítimas de maus tratos, todos com água, comida e um cantinho para dormir.
Em 4 de outubro foi comemorado o Dia dos Animais. Pensando de que forma poderíamos lembrar a data no Informativo SEDA, decidimos incluir as crianças na homenagem. A pureza delas nos cativa e sensibiliza cada vez mais. Desde a criação da Secretaria Especial dos Direitos Animais temos recebido dos pequenos muitas manifestações de apoio, sugestões e até denúncias de maus tratos.
Afinal, somos nós que temos que ensinar as crianças ou é a gente que deve aprender com elas?
"Usar luvas porque ele tem pulga"
Pela caligrafia, trata-se de uma criança que recém está aprendendo a escrever. A única coisa que sabemos é que a “pequena notável” se chama Marina e deixou na recepção da Prefeitura de Porto Alegre uma cartinha à primeira-dama Regina Becker: "Para primeira-dama URGENTE!"
Não só nos emocionamos, como ficamos curiosos para saber quem é a Marina, uma doce menina preocupada com o bem-estar animal que está exercendo sua cidadania ao denunciar um caso de maus tratos. Ela é um exemplo para muita gente grande que ainda tem medo de denunciar ou pensa que animail “é só um animal”.
FINAL FELIZ Sem olho e movimento das patas traseiras, Édi é feliz e já tem dono O importante na vida é ser feliz. Este sentimento a gente conhece de verdade depois que passa por dificuldades, dores e dissabores. Aí sim é que damos mais valor à vida. Que diga o pequeno Édi, de apenas um ano.
No dia 20 de setembro, Édi foi mais uma vítima de atropelamento e chegou à Área de Medicina Veterinária da SEDA com risco de morte. Ele passou por uma cirurgia para retirada de um olho e perdeu o movimento das patas traseiras. Recuperado, o SRD já circula pelo pátio da SEDA com a ajuda de uma cadeirinha de rodas. É muito espontâneo, agitado e feliz.
“Muitos animais chegam à Área de Medicina Veterinária com este tipo de fratura que, muitas vezes, é irreversível. Alguns entram em depressão, mas com o Édi foi diferente. Mesmo sentindo dor e com limitações de movimento devido ao acidente, sempre demonstrou muita energia. Está se alimentando bem e alegra a vida de toda a equipe cirúrgica”, conta a veterinária Kátia Gueiral Lima.
A boa notícia é que o pequeno já tem um adotante. A pessoa que solicitou ajuda pelo telefone 156, da Prefeitura de Porto Alegre, será sua mais nova tutora.
A SEDA luta pela sobrevivência dos animais e deseja profundamente que o destino de Édi mude para melhor. Que ele possa ter um lar e uma família que o acolha e o faça feliz para todo sempre. GUARDA RESPONSÁVEL Mais de 90 cães adultos abrigados na SEDA ganharam um lar Quando a sociedade e o poder público trabalham juntos, sempre alcança o que deseja. Assim tem sido com a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), que vem promovendo um intenso trabalho de adoção de animais abandonados e vítimas de maus tratos.
A preferência dos adotantes ainda é pelos filhotes, porém a conscientização sobre os benefícios de se adotar um "idoso" tem dado resultado. Entre os meses de abril e setembro, 91 cães adultos ganharam um novo lar.
Desejamos aos adotantes e adotados toda a felicidade do mundo!
Conheça os "vovôs" que esperam por você na Área de Medicina Veterinária
HERÓIS PARA ADOÇÃO Um lar repleto de dignidade a Poofh Respeito aos animais é um dever de todo o cidadão, mas infelizmente muitos ainda são vítimas de maus tratos, do abandono e da violência física. Poofh sabe muito bem o que isso significa. Aos 10 anos, nosso “vovozinho” já passou por poucas e boas nas mãos de seu tutor, um foragido da Justiça.
No início deste ano, Poofh foi encontrado pela Brigada Militar, na Ilha dos Marinheiros, preso a uma corrente, desnutrido e com marcas de violência por todo o corpo. Segundo depoimento de testemunhas, após a última fuga do responsável, o animal foi submetido ao abandono que durou algumas semanas, ficando sem alimentação, água e higiene até ser encaminhado à Área de Medicina Veterinária da SEDA.
Do passado ficarão as deformidades na face. Por dentro ele é lindo! Está esterilizado, ressocializado e é um animal extremamente dócil, calmo e carente.
Poofh merece um lar digno e de pessoas que lhe proporcionem o que nunca teve: o amor de uma família. LIÇÃO DE SOLIDARIEDADE SRD percorre 2km por dia para alimentar animais que vivem num ferro velho
Moradora do ferro velho, Lilica divide o espaço até com uma mula
Em meio à sucata de um ferro velho, em São Carlos (SP), descansa um exemplo de solidariedade. Lilica mora no local e divide o espaço com um cão, um gato, um galo, uma galinha e até uma mula. Todas as noites, os animais têm o jantar garantido porque SRD faz a parte dela.
Ao entardecer, ela cumpre rigorosamente uma missão: vai até a casa da professora Lúcia Helena de Souza, que cria 13 cachorros e 30 gatos, todos recolhidos da rua. Depois de servir o jantar da turma, a professora prepara uma marmita para Lilica. “Eu percebia que ela comia e ficava olhando para o que tinha na sacola. Aí uma vizinha disse que dava a impressão de que queria levar o resto da comida. Então nós improvisamos, ela pegou a sacola e levou. Daquele dia em diante fazemos isso religiosamente”, conta a professora.
O encontro é pontual, ocorre sempre por volta das 21h30. Lilica mata a fome, pega a sacolinha com o alimento separado por Lúcia e volta ao ferro velho. São 2km de caminhada na lateral de uma estrada bem movimentada. No escuro, a pista fica ainda mais perigosa, mas a SRD atravessa com segurança e, em poucos minutos, chega com o jantar dos outros animais.
A catadora Neile Vânia Antonio, que encontrou Lilica abandonada ainda filhote na porta do ferro velho, pega a sacola e abre para todos os bichos do local comerem. O que sobra fica para o café da manhã. A história se repete todos os dias, há três anos.
Dona Neile diz que desde que viu a SRD pela primeira vez, percebeu que ela era diferente: “A gente que é humano não faz isso. Algumas pessoas até escondem e não querem dividir o que tem. Ela não, Lilica é um animal excepcional”. RESPEITO AOS ANIMAIS Aprendendo com os japoneses: casa de repouso para cães-guias “Chegará o dia em que o homem conhecerá o íntimo de um animal, e, nesse dia, todo o crime contra um animal será um crime contra a humanidade”.
(Leonardo da Vinci)
“Esta é a última dádiva que podemos oferecer aos cães que trabalharam para humanos durante toda a sua vida. A maior parte deles vive apenas mais dois ou três anos após a ‘aposentaria’, por isso, quero que vivam confortavelmente até o fim”, diz Keiko Tsuji, diretora de um lar para cães-guia em Sapporo, no Japão.
Segundo ela, os animais param de trabalhar por volta dos 11 ou 12 anos, quando suas capacidades e força física começam a declinar. É neste momento que eles são retirados de seus donos e levados à Casa de Repouso. “Mesmo com idade avançada, os cães-guias continuam desempenhando o seu papel, e isso pode colocar a vida deles e a de seus donos em risco”, conta Keiko.
A separação é difícil tanto para o dono quanto para o animal, e, Keiko Tsuji, que há mais de 20 anos trata de cães, diz que “o objetivo da Casa de Repouso é facilitar a transição da fase de ‘cão trabalhador’ para ‘cão aposentado’”. “É neste momento que eles precisam de muito mais afeto. Como viveram um longo tempo próximo de seus tutores, é difícil para eles se sentirem repentinamente isolados. Portanto, é necessário que continuem a interagir com as pessoas”, explica a diretora.
A Casa de Repouso para cães de Sapporo já abrigou centenas de animais desde que abriu suas portas, há 32 anos. Lá, os cães-guia em idade de “aposentadoria” recebem o melhor cuidado possível até serem adotados por pessoas sem deficiência visual. São poucos os que permanecem até o fim da vida na instituição. A maioria volta para o lar onde nasceram; outros são adotados por pelos próprios funcionários.
Cuidado e conforto até o fim
Rick tem 16 anos, está com a saúde debilitada e paralisia dos membros devido à idade e ficará na Casa de Repouso até o último suspiro. É cuidadosamente coberto por mantas para conservá-lo aquecido, a alimentação pastosa é administrada por uma sonda, concebida especialmente para cães que só ficam deitados, e sua tratadora constantemente o muda de posição para evitar feridas e infecções no corpinho frágil.
Lá os animais têm à disposição solário, jacuzzi e cuidados permanentes 24h. Além de tratados, banhados, escovados e alimentados, os cães-guia praticam exercício físico. Para facilitar o movimento daqueles com fraqueza nas pernas e problemas nas articulações, os grandes desníveis da instituição foram substituídos por degraus e rampas suaves.
A Casa de Repouso conta ainda com um cemitério e, próximo à estátua em homenagem aos que se foram, descansam 250 cães. Todos os anos, no mês de agosto, é realizada uma cerimônia religiosa em reverência à memória desses heróis.
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