AÇÃO I
Fernando Gabeira será um dos palestrantes do III Fórum sobre Políticas de Proteção aos Animais

A Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), realiza no próximo dia 6 de dezembro o III Fórum sobre Políticas de Proteção aos Animais. O evento inicia às 14 horas, no Plenarinho da Assembleia Legislativa (Praça Marechal Deodoro, 101 – 3º andar), com as presenças do prefeito José Fortunati, da primeira-dama Regina Becker, do secretário Urbano Schmitt, e dos presidentes do Parlamento gaúcho, Alexandre Postal, e da Câmara de Vereadores, Mauro Zacher.

Entre os palestrantes está o ex-deputado e um dos fundadores do Partido Verde, Fernando Gabeira, e o médico-veterinário Alexander Biondo, professor da Universidade Federal do Paraná (UFP) e dos Departamentos de Patobiologia da Universidade de Illinois (EUA) e de Patobiologia Comparada da Universidade de Purdue (EUA).

Durante o evento serão debatidos temas como as competências dos poderes públicos com os Direitos Animais, os mutirões de esterilização de cães e gatos e as experiências nos abrigos de animais nos Estados Unidos que podem ser implementadas no Brasil.


Programação
14h –
Abertura

14h30 – O meio ambiente e os animais
Palestrante:
Fernando Gabeira – jornalista, escritor, um dos fundadores do Partido Verde e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro

15h10 – Competências do Município, Estado e União com o bem-estar e os Direitos Animais
Palestrante:
Cristiane Nery – advogada com especialização em Direito Municipal, procuradora-geral adjunta do Município de Porto Alegre e conselheira seccional da OAB/RS

15h50 - Intervalo

16h30 – Mutirões de Esterilização de cães e gatos – um risco à vida dos animais domésticos
Palestrante:
Rodrigo Lorenzoni – proprietário do Hospital Veterinário Lorenzoni e presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CRMV-RS)

17h10 - Abrigos de Animais nos EUA: o que podemos aproveitar para o Brasil?
Palestrante Alexander Biondo –
Formado em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, com residência em Laboratório Clínico Veterinário. Mestre em Clínica Médica Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, Doutor em Patologia Clínica Veterinária pela Universidade de Illinois (EUA) e Pós-doutor em Biologia Molecular na Universidade da Califórnia (EUA). É Professor Adjunto IV das disciplinas de Zoonoses, Biologia Molecular Aplicada à Patologia Animal e Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Paraná e professor visitante dos Departamentos de Patobiologia da Universidade de Illinois (EUA) e de Patobiologia Comparada da Universidade de Purdue (EUA). Tem experiência na área de Patologia Clínica Veterinária e Biologia Molecular, com ênfase em saúde pública e vigilância ativa de zoonoses e controle populacional. Coordena projetos de extensão na detecção e controle de zoonoses e de populações animais em áreas urbanas
 


 

AÇÃO II
Prefeitura leva cavalos para novo abrigo na Capital

Mais de 220 animais vítimas de maus tratos e soltos em via pública já foram doados através do projeto “Adote um Cavalo”, criado em parceria com a SEDA

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) assinou contrato com a empresa que será, a partir de agora, responsável pelo recolhimento e abrigo de equinos resgatados na Capital, em razão de maus tratos ou soltos em via pública. Na quinta-feira (8), a EPTC começou a remoção dos animais para o abrigo vencedor da licitação, que deverá seguir os mesmos padrões do antigo espaço: 
 

  • Disponibilizar no mínimo 12 baias em alvenaria para animais mais debilitados e sem limites diários, mensais ou anuais ao número de recolhimentos, bem como a permanência de cavalos no local;
  •  As baias deverão estar sempre limpas e asseadas, e, à noite, disponibilizar cama de serragem, maravalha ou casca de arroz com no mínimo 20cm de altura;
  • A área para pastagem dos animais deve ser de no mínimo 20 hectares, além da instalação de cocho de alimentação para cada cinco animais e um bebedouro;
  •  O abrigo deve dispor de veterinário e pessoal em número suficiente para limpeza das baias, tratamento dos animais, manutenção do campo, atendimento ao público, recolhimento de animais soltos e recolhimento e guarda das VTAs. Também deverá dispor de profissionais habilitados para realização de chipagem do eqüino.
     

Adote um Cavalo
A EPTC, as Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) e da Saúde (SMS), a Coordenadoria Geral de Vigilância da Saúde e o Batalhão Ambiental da Brigada Militar realizam blitzes freqüentes a carroças e carroceiros, com o objetivo de garantir o bem-estar dos animais. Somente em 2012 foram realizadas 20 blitzes e recolhidos mais de 100 cavalos.
 
Atualmente, a EPTC acolhe 14 equinos, mas, segundo o responsável pelo Abrigo de Animais, Paulo Dorneles, até pouco este número ultrapassava 100. Mais de 220 animais já foram doados através do projeto “Adote um Cavalo”, principalmente a instituições voltadas a equoterapia, uma modalidade terapêutica realizada com cavalo, no cavalo e a cavalo, acompanhado de uma equipe multidisciplinar formada por especialistas das áreas de educação e saúde.
 
Para a professora da rede municipal e equoterapeuta, Cíntia Tarragô, “o cavalo é o principal agente de recuperação e de  resgate de valores primordiais da espécie humana, tais como cuidado, amor, solidariedade, amizade e respeito”.

Fotos do novo abrigo de animais acolhidos pela Prefeitura de Porto Alegre

 

 

 
AÇÃO III
Equino vítima de maus tratos é apreendido em blitz
Animal foi levado para abrigo contratato pela Prefeitura de Porto Alegre
 

Uma égua de aproximadamente quatro anos foi recolhida na ação conjunta da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CGVS) e Batalhão Ambiental da Brigada Militar. Segundo o veterinário da SEDA, Alexandre Azambuja Costa, o animal estava bastante debilitado, desnutrido e apresentava lesões na cernelha e lombo. Também foi constatada lesão na comissura labial.

Durante operação, 14 carroceiros foram abordados e seis advertidos por conduzir os equinos sem ferradura em uma das patas, uma prática considerada maus tratos. Alexandre alerta que equipamentos desgastados ou mal colocados podem causar lesões. “Durante as blitzes temos acompanhado de tudo, como animais sem mínimas condições de saúde e higiene e éguas prenhas, que são recolhidos e levados a abrigo contratado pela Prefeitura de Porto Alegre. Estamos alertas para garantir dignas condições a estes animais”, diz o veterinário.

ADOÇÃO
Depois de ser devolvida por adotante, servidora do DMLU dá nova esperança à Mariquinha

Na última edição do Informativo SEDA, em 1º de novembro, contamos a história da SRD Mariquinha. Ela foi encaminhada à Área de Medicina Veterinária (AMV) com risco de morte após atropelamento. Devido à fratura na coluna, Mariquinha perdeu os movimentos das patas traseiras.

Recuperada, a SRD foi adotada por Liamara Sanguineto, que solicitou ajuda à SEDA. Porém, animais com necessidades especiais precisam de cuidados redobrados, e, depois de um final de semana com Mariquinha, Liamara percebeu que não conseguiria se dedicar e a devolveu à Área de Medicina Veterinária.
 

Mariquinha retorna à Área de Medicina Veterinária e é recebida com carinho pela equipe da SEDA


Que seja para sempre
Na sexta-feira (9), a servidora do DMLU, Maria Angélica dos Santos, foi à AMV a trabalho e, imediatamente, avistou Mariquinha correndo feliz em sua cadeira de rodas.

Depois de muitos afagos, Angélica sentiu que precisava dela em sua vida. “Foi amor à primeira vista”, conta. A SRD será adotada pela servidora e irá fazer companhia a outros cinco cães e nove gatos, todos adotados. “Minha família tem compaixão por animais. Todos são adotados, sendo que três dos nossos cães foram retirados do lixão. Somos pessoas simples, mas não falta nada em nossa casa, nem para meus três filhos, nem para meus bichos”, diz Angélica.

A SEDA deseja felicidades à Maria Angélica e que Mariquinha, depois de superar um trauma e de algumas idas e vindas, tenha encontrado uma família que saiba lidar com suas limitações. O amor pelo animal vai além das aparências e a SRD é tão especial quanto os cães de raça e com saúde perfeita.
 

Nenhuma limitação impede o ser vivo de levar uma vida normal e ser feliz!

 
BALANÇO
Atendimentos, cirurgias e fiscalizações da SEDA na semana

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) realizou, entre os dias 1º e 8 de novembro, 107 esterilizações, 54 atendimentos clínicos, 173 vermifugações e 13 cirurgias, sendo quatro para retirada de tumor e seis de hérnia.

Já a equipe de Fiscalização atendeu a 99 demandas do “Fala Porto Alegre – 156”. As solicitações também podem ser encaminhadas pelo site www.falaportoalegre.com.br/solicitacao.
 

BICHO AMIGO NA COMUNIDADE
Equipe da SEDA presta atendimento a animais da Vila Cruzeiro

O ônibus Bicho Amigo percorreu esta semana a Vila Cruzeiro e prestou atendimento a cerca de 60 animais. Luciara Lemos da Silva, por exemplo, levou cinco filhotes para serem vacinados. “A SEDA acaba prestando atendimento a toda comunidade quando cuida de seus animais. Além de evitar que transmitam doenças às pessoas, ainda ajuda quem não tem condições de arcar com as despesas com veterinário”, diz.

Luciara Lemos da Silva (cen.) levou cinco filhotes para serem vacinados

Dalva Andrade também levou sua SRD Lessie para tomar a terceira dose da vacina: “Hoje a trouxe para tomar a última dose da Polivalente. As anteriores a Lessie fez nas outras vezes em que o ônibus esteve aqui. É um alento poder contar com a prefeitura, saber que está sempre presente nas comunidades mais carentes da cidade e que se preocupa com saúde e bem-estar da população”.

Para a coordenadora da Área de Medicina Veterinária da SEDA, Márcia Gemerasca, é fundamental o envolvimento da Secretaria com as comunidades, pois é através dessas ações que a equipe pode identificar os problemas e focar no tratamento adequado que existe em cada comunidade.

Agendamento do Bicho Amigo -  Se o seu bairro ainda não recebeu a visita da Unidade Móvel do Bicho Amigo, procure o Posto de Saúde da Família (PSF) mais próximo e solicite agendamento com a SEDA. O atendimento é feito para animais de comunidades em situação de vulnerabilidade social, sendo necessária a comprovação de renda familiar de até três salários mínimos.

CIÊNCIA
Medicina Veterinária aposta em células-tronco para curar animais

Muito se fala em células-tronco e como elas podem ajudar no tratamento de diferentes tipos de doença, principalmente as células-tronco embrionárias, cujas pesquisas só foram liberadas no Brasil em 2005, com a publicação da Lei de Biossegurança.

A utilização dessas células para reparo de órgãos e tecidos lesados já não é mais um benefício apenas aos humanos. A medicina-veterinária vem trabalhando com tratamento clínico e realização de pesquisas científicas em áreas ainda pouco estudadas em animais domésticos. 

Pela capacidade de gerar qualquer tipo de célula, tecidos e até órgãos, as células-tronco são vistas como uma ferramenta cada vez mais valiosa no tratamento de várias doenças em animais. Embora apresentem resultados preliminares, alguns experimentos entusiasmam a comunidade veterinária. Graças a estudos envolvendo equipes e pesquisadores de universidades, portadores de moléstias e de feridas difíceis de curar já estão sendo beneficiados pela novidade.

Conforme a veterinária e pesquisadora da Faculdade de Veterinária da UFRGS, Liris Kindlein, o uso das células-tronco surgiu como uma alternativa viável ao tratamento das lesões medulares em humanos e animais. Na década de 80, pesquisadores realizaram ensaios com axônios da medula espinhal de ratos, objetivando a regeneração do Sistema Nervoso Central através de implantações de células-tronco. “As células-tronco apresentam uma esperança na cura de diversas doenças, tanto nos animais como nos seres humanos. O cão é um excelente modelo pré-clínico para o estudo de doenças, testes farmacológicos e novas terapias para futuras aplicações, uma vez que, hoje, trabalhos já evidenciaram a efetividade do transplante celular em diversos tecidos de cães e gatos, assim como a aplicação dessas células para tratar doenças neurológicas é uma alternativa em casos considerados perdidos”, explica. 

Como coordenadora da Comissão de Pesquisa da Faculdade de Veterinária da UFRGS, a professora Liris salienta que estudos vêm sendo desenvolvidos tanto in vitro quanto em animais potenciais. Ela adianta que pesquisas são realizadas com uso de células-tronco de diferentes fontes e modelos de animais com lesão medular, apresentando resultados promissores.

A tecnologia da produção de células-tronco já beneficia também vítimas de doenças do sangue, inflamação nos tendões e fraturas de ossos. As aplicações em cavalos e cães ajudam a aprimorar técnicas com potencial de uso em humanos. Segundo Liris, não há perfil de raça ideal, nem idade para seu uso. O importante é que as células usadas para a realização de transplantes devem ser imunologicamente inertes, provenientes de fontes de fácil acesso, possuir rápida expansibilidade em cultivo, apresentar capacidade de sobrevivência em longo prazo e de integração no sítio hospedeiro.

Os proprietários de animais enfermos podem ter esperança no acesso a esse tratamento
Na visão da pesquisadora da UFRGS, essa questão remete para um estágio bem positivo. Experimentalmente, já foram encontrados resultados animadores em animais com lesões gravíssimas. Entretanto, existe grande variação nos casos, pois há diferença na caracterização das células transplantadas, bem como as espécies e o tempo entre a ocorrência da lesão e o início do tratamento e grau da mesma. “A medicina-veterinária tem evoluído em grande velocidade, assim, os proprietários devem acreditar neste tratamento. Cabe salientar que, normalmente, dependendo do grau da lesão, adicionam-se outros tratamentos chamados de suportes, como a fisioterapia. A iniciativa, aliada a fisioterapia no período pós-operatório, já apresenta grandes resultados, como alguns animais que receberam injeções de células-tronco e voltaram a apresentar movimentos”, diz Liris Kindlein.
ELES TÊM SENTIMENTO
Autoridade em Neuroanatomia Animal diz que exploração de animais é “indigna” e “mesquinha”

Durante o 20º Encontro de Estudos Espíritas, realizado em Fortaleza (CE), Irvênia Prada, autoridade mundial na comunidade científica sobre Neuroanatomia Animal, chamou a atenção do público ao falar sobre “Educação dos sentimentos”: “Temos que rever nossas atitudes em relação aos animais”.

Segundo ela, estudos vêm mostrando com evidências bastante aceitáveis que os animais têm uma estrutura cerebral compatível com a exteriorização da consciência, com capacidade para resolver problemas, associação de ideias e memórias. “O estudo do cérebro, que é muito bem organizado nos mamíferos e também nas aves, nos dá indícios de que os animais são seres sencientes e têm todas as características compatíveis com o que a gente chama de funções cognitivas”.

Irvênia observou que as sociedades se formaram sobre um modelo completamente antropocêntrico, objetivando apenas o bem-estar do ser humano pautado na exploração de animais para benefício próprio. “Por esta visão, os animais são considerados coisas. Desde a época de Descartes, o grande filósofo do século XVII, tem-se essa ideia de que os animais são máquinas automatizadas, sem sensibilidade. Então, considerar que eles são coisas serviu muito bem ao modelo antropocêntrico porque, assim, o homem usa os animais sem culpa nenhuma, utilizando e descartando, como é feito até hoje”, disse a professora.

Por outro lado, Irvênia Prada destacou o crescente número de pessoas que não aceitam mais este modelo, considerado-o “indigno” e “mesquinho”: “Por que visar só ao nosso bem-estar e não dos animais que sofrem igualmente? Precisamos também cuidar das plantas, da qualidade da água, do ar, enfim, de todo o planeta. Precisamos abrir nossos horizontes e cuidar de tudo e de todos. Temos que aceitar essas mudanças e prestar atenção ao sofrimento dos animais, que têm direito à vida. Eles não são descartáveis”.

Irvênia é professora catedrática da Universidade de São Paulo (USP) e assessora técnica do Fórum de Proteção e Defesa Animal de São Paulo, instituição que congrega mais de 100 entidades protetoras de animais. Nesta função, ela dá pareceres para verificar se há ou não maus tratos. Já avaliou casos de rodeios, vaquejadas, entre outras situações de entretenimento às pessoas, mas de muito sofrimento para os animais, conseguindo intervenção do Ministério Público e proibição de práticas abusivas. “Tem muita gente preocupada com o sofrimento animal e devemos contaminar o mundo com este pensamento. É difícil, mas só através da informação faremos com que as pessoas olhem para os animais com nova postura”, defendeu.
ESCLARECIMENTO
SEDA esclarece aprovação de projeto na Câmara de Vereadores

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou no dia 5 de novembro projeto do Executivo revogando os incisos I e II do art. 4ª da Lei 11.101/2011 (criação da Secretaria Especial dos Direitos Animais), que trata do recolhimento, remoção, apreensão, alojamento e guarda de animais.

Pela proposta, os dois incisos vão de encontro às atuais políticas públicas que se consolidam na Capital, cuja orientação é respaldada por entidades de nível internacional, uma vez que, na prática, a albergagem de animais transfere somente ao poder público tal responsabilidade. Muitos estados e municípios que adotaram o sistema de recolhimento demonstram claramente sua ineficiência: são milhares de animais confinados à espera de adotantes que, na maioria da vezes, não chegam. Além disso, os incisos impedem que se consolide na população a incorporação de valores relacionados à guarda consciente, um dos princípios basilares que norteia as ações desta Secretaria.

“Não é coeso o Poder Público estabelecer políticas fundamentadas na ‘guarda responsável’ e na ‘adoção’ e disponibilizar abrigo público. Isto significa que, ao mesmo tempo que existem campanhas para adoção, há também um estímulo ao abandono”, diz o projeto. Importante ressaltar ainda que a albergagem não traz solução ao problema central. Pelo contrário, o número de animais abandonados nas ruas se tornará cada vez maior.

A aprovação do projeto é imprescindível na implementação de políticas públicas efetivas a fim de amenizar o problema do abandono de animais domésticos, como exemplo, através de projetos visando conscientizar a população quanto à posse responsável, o que surtirá impactos positivos em Porto Alegre, pois trata-se de iniciativa centrada em respostas concretas.

Desde a sua criação, a SEDA já esterilizou e microchipou cerca de 8 mil animais, realizou mais de 450 cirurgias, como retirada de tumor e amputação de membros, na maioria dos casos em animais de ruas vítimas de atropelamento e maus tratos, atende em torno de 35 cães e gatos por dia e deu lar a mais de 500. Além disso, tem feito um trabalho efetivo em comunidades carentes da Capital como forma de controlar a população de animais.

Afastar dos olhos o problema e transferir a competência ao Poder Público, para alguns, é a solução mais cômoda. Não é somente um lugar para dormir e um prato de ração que o animal precisa para viver. Assim como qualquer ser vivo, ele precisa de um lar, de uma família e afeto para o seu desenvolvimento integral. É o que a SEDA busca!

EXEMPLO
ONG do interior paulista busca exemplo de Porto Alegre no cuidado com animais

A presidente da Associação de Proteção aos Animais Centopeia, de Pindamonhangaba (SP), Natália Pena, está colhendo informações sobre políticas públicas para animais em Porto Alegre com o intuito de implantar uma SEDA naquela cidade. Segundo ela, o prefeito eleito quer melhorar a qualidade de vida de cães e gatos e controlar a população deles nas ruas.

Natália conta que há um projeto e verba disponível para atender os animais em situação de vulnerabilidade que ainda não saiu do papel. “Existe um abrigo municipal, mas a situação dos animais é desoladora. São vários dividindo a mesma baia sem as mínimas condições de higiene, a qualidade da ração não é das melhores e a incidência de morte é maior no inverno porque o espaço está localizado às margens do Rio Paraíba”, destaca.
 

Centopeia já deu lar a mais de 300 animais

A protetora estima que Pindamonhangaba tenha 7 mil animais domésticos e cerca de 3 mil vivendo nas ruas.  Atualmente, a Associação Centopeia tem sob sua responsabilidade 36 cães e gatos, mas este número já foi maior. Mais de 300 animais foram adotados. “Espero que o trabalho da SEDA sirva de inspiração aos futuros gestores municipais, pois, em meus 15 anos como protetora, não houve melhoras”, diz.

A Centopeia foi criada em março de 2012 por um grupo de protetores independentes, e, apesar do pouco tempo, tem motivos para comemorar. Além do atendimento a animais em condições de risco, a associação desenvolve um trabalho nas escolas sobre Direitos Animais e posse responsável. “Sonhamos com uma unidade móvel, como existe em Porto Alegre, mas, acima de tudo, sonhamos em ‘humanizar’ o abrigo municipal e dividir essa responsabilidade com poder público. A Centopeia teve que suspender o recolhimento de animais porque os lares temporários estão lotados”, lamenta Natália.

FEIRA DE ADOÇÕES
Domingo tem Feira de Adoções da SEDA no Brique da Redenção

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) realiza no domingo (11) mais uma Feira de Adoções no Brique da Redenção. Desta vez, 16 filhotes poderão ser visitados, das 10h às 15h, em frente ao Monumento do Expedicionário.

LITERATURA
Estudante da PUC/RS lança livro sobre trabalho da SEDA

A estudante de Direito da PUC/RS, Bianca Calçada Pontes, 22 anos, lança no dia 14 de novembro o livro “SEDA: exemplo de políticas públicas para animais domésticos e domesticados no Município de Porto Alegre”. O coquetel de lançamento da Coleção CEJA OAB/RS 2012 acontece a partir das 18h30, na sede da OAB/ RS (rua Washington Luiz, 1110 – Centro Histórico).

Tudo começou com um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientado pela professora Fernanda Medeiros, protetora e presidente do Instituto Piracema. “Desde pequena sempre gostei muito de animais e onde moro, no Jardim Leopoldina, tem muitos abandonados. Lá, faço parte de um grupo que cuida dos animais com alimentação, água, consulta veterinária, esterilização e adoção. Agora, no Direito, terei uma forma legítima de lutar ainda mais por eles”, conta Bianca, que se forma no dia 17 de janeiro de 2013. 

Realizar o trabalho científico sobre este tema deu um pouco de trabalho à estudante, pois, segundo ela, não existe muita obra sobre Direitos Animais. Bianca Pontes precisou ir a campo e buscar a realidade de cães e gatos na Capital. O TCC ganhou nota máxima e a Editora Buqui quis publicá-lo na versão digital, bem como a Comissão Especial do Jovem Advogado da OAB/RS, na versão impressa.

Para a professora Fernanda Medeiros, “estamos vivenciando uma mudança de paradigma no que concerne à proteção dos animais, tanto no Brasil como no mundo, e convivendo com o nascimento de um novo ramo do Direito (Direito Animais), com a elaboração de legislações mais protetivas e a publicação de pesquisas de qualidade. A autora enfrenta, com coragem e competência, um dos temas mais sensíveis dentro da seara de proteção animal: a situação dos animais abandonados em meio urbano. A questão não é fácil, as responsabilidades são múltiplas e a solução ainda é um sonho não muito próximo. Bianca realiza uma pesquisa minuciosa e se propõe a verificar a realidade do papel da sociedade e dos poderes constituídos para com a proteção no município de Porto Alegre”.

O livro estará disponível a partir do dia 14 de novembro no site www.buqui.com.br.

MODA
Estilista espanhol abre loja de moda vegana em Porto Alegre
“Matar milhões de animais por sua pele não é um luxo, é uma atrocidade”
(Adolfo Dominguez – estilista espanhol)

Se tornar vegetariano ou vegano vai muito além da alimentação. O sofrimento dos animais deve ser pensado como um todo, inclusive a roupa. Há algum tempo, os estilistas vêm abrindo mão da matéria animal e investido na moda sustentável, de respeito ao meio ambiente e aos animais.

Recentemente, o estilista espanhol Adolfo Dominguez inaugurou sua primeira loja em Porto Alegre. Um dos precursores da moda vegana no mundo, Adolfo Dominguez não deixa escapar nenhum detalhe. Todas as peças são ecológicas desde o processo de criação até à embalagem, ou seja, desde o plantio do algodão até a chegada do produto final às lojas nada agride a natureza.


Adolfo Dominguez e sua herdeira Tiziana

Há alguns anos, ele foi notícia no mundo da moda ao anunciar que não compraria matéria-prima nem venderia peças produzidas com peles de animais exóticos, de aves e de ovelha. “Os designers, hoje, são menos conscientes do que o necessário, apesar de já ter melhorado bastante. Mas isso está mudando porque o consumidor também está mudando seu comportamento com a natureza”, diz o estilista, que tem mais de 600 lojas espalhadas pelo mundo. 

Uma das matérias-primas preferidas do espanhol é o poliéster/rayon. O rayón é um derivado da celulose que, antes de ser fibra, foi uma árvore e passa 15 anos absorvendo CO2 e emitindo oxigênio. “O poliéster combinado às fibras celulósicas (viscose, rayon, tencel) é um substituto da lã em muitos casos”, conta.

A herdeira do estilista cresceu ouvindo a família falar da importância e necessidade de preservar o meio ambiente e os direitos animais. Tiziana Dominguez criou a coleção “Green Me”, que traz peças levando em consideração o fator agressão zero ao meio ambiente. "Devido à educação que recebi em casa, há uma forte influência da natureza em meu trabalho. Acredito que a moda pode ser sustentável, com materiais ‘benignos’ e de boa qualidade", destaca Tiziana, também responsável pelo design de jóias inspiradas em insetos.

Linha pet

  

Adolfo Dominguez ama tanto os animais que até para eles são criadas peças e acessórios de luxo, mas ecologicamente corretas. “Animais de estimação são seres tão vivos e especiais como nós, humanos. E quem tem um quer vesti-lo com os mesmos tecidos e cores. Cada ano uma linda coleção”, destaca o estilista.
 

Manifesto de um estilista por amor à terra e aos animais
“O planeta não pertence ao homem; é ele que pertence ao planeta, e, se cometemos algum dano a ele,
cometemos a nós mesmos.

Não somos os únicos habitantes aqui, nem somos tão únicos: os animais são nossos irmãos e a dor deles deve doer em nós também. Matar milhões de animais por sua pele não é um luxo, é uma atrocidade.

Existem animais criados para alimentação e usar seu subproduto resultante pode ser o mais o correto, mas em um mundo onde o gado contamina mais que os carros, desejamos que nossos clientes prefiram produtos de ecopele, que tem aparência de couro, mas é sintético.
 
É uma barbárie o uso de peles exóticas, como de crocodilo e de cobra. Não é só uma opção de preço; é uma opção de vida. Ainda que você possa pagá-lo, o planeta já não pode.

O poliéster é mais sustentável que o algodão, que exige muita água durante o cultivo, assim como o uso intensivo de pesticidas químicos e fertilizantes. O resultado é a contaminação do solo, dos lagos, dos rios e do ar que respiramos.
 
A fabricação de poliéster requer menos energia. É resistente às manchas e ao amarrotado, não necessita ser passado a ferro ou a vapor e requer menos lavagem. Também dura mais, e as roupas devem durar. Estamos firmemente contra a cultura de usar e descartar. Ainda que você possa pagar, o planeta não pode.

Outra alternativa ao algodão é o linho. Pelo seu cultivo se dar em terras frias, necessita de menos pesticidas e menos água. O linho amarrota facilmente, o que torna as roupas mais criativas e bonitas sem a necessidade de serem passadas”.

Adolfo Dominguez

SOLIDARIEDADE
Sábado acontece a última edição do Open Bar Canino em 2012

O Open Bar Canino (OBC) realiza no sábado (10), das 10h às 16h, o último evento em prol dos animais deste ano. Desta vez, os idealizadores do projeto fizeram parceria com a Pet Shop Shopping dos Bichos (avenida da Cavalhada, 2235) e, durante todo dia, vários produtos e itens serão vendidos e recebidas doações aos amigos de quatro patas que realmente necessitam.

O OBC é um projeto que usa as redes sociais para trazer o público jovem à causa, através da conscientização sobre a importância da esterilização e da guarda responsável, e incentivar a doação de ração e adoção. “O legal de trabalhar com o jovem é que ele vê a verdadeira importância em adotar um animal, como uma atitude diferenciada em meio aos seus amigos. Hoje, é mais legal falar ‘eu adotei’ e contar toda a história do animal do que falar ‘comprei na pet shop por tal preço’, afirma Bruna Mendes, mentora do OBC.

Mais informações sobre o projeto no facebook: www.facebook.com/OPENBARCANINO.
 

A SEDA apoia esta ideia!