A SEDA EM NÚMEROS Atendimentos, cirurgias e fiscalizações da SEDA na semana A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) realizou, entre os dias 11 e 17 de janeiro, 105 esterilizações, 78 atendimentos clínicos e 13 cirurgias, sendo duas amputações de membro, três para retirada de tumor e cinco de hérnia.
Já a equipe de Fiscalização atendeu a 129 demandas do “Fala Porto Alegre – 156”. Também foram viabilizadas três adoções.
Além do telefone 156, as solicitações para ATENDIMENTO A ANIMAIS DE RUA, vítimas de acidentes e maus tratos e para AGENDAMENTO DE ESTERILIZAÇÃO DE CÃES E GATOS DE TUTORES COM RENDA FAMILIAR ATÉ 3 SALÁRIOS MÍNIMOS podem ser encaminhadas pelo site www.falaportoalegre.com.br/solicitacao.

AMV I Cão resgatado dos trilhos de trem deve ter alta na próxima semana "Pi" chegou à Área de Medicina Veterinária (AMV) em estado de choque pela dor, muito debilitado e com bicheira. Hoje não lembra em nada aquele cão de 15 dias atrás
Vocês lembram do SRD resgatado dos trilhos da Trensurb, no último dia 3 de janeiro, pelo protetor Acyr Winckler Martins? Passados 15 dias, ele já nem parece mais ser aquele cão que chegou à Área de Medicina Veterinária (AMV) em estado de choque pela dor que sentia no corpo após ser atropelado por um trem.
A veterinária Cinthia Brum Dias recorda o momento em que começou a cuidar de Pi, nome escolhido por Acyr: “Pi chegou à AMV com ferimentos na face e miíase (bicheira) na região lombar. Estava magro, desidratado, não caminhava nem se alimentava. Inicialmente recebeu tratamento a base de fluidoterapia e antibioticoterapia, e, esta semana, foi encaminhado para exames de Raio-X. Em seu diagnóstico foi apontada uma subluxação de corpo de TII (deslocamento de vértebra da coluna)”.
Cinthia conta ainda que a evolução do cão está melhor que o esperado: “Até pouco tempo as chances dele voltar a andar eram muito pequenas, mas está respondendo bem ao tratamento”. Recebendo medicamentos a base de Corticóide, Pi já está caminhando e se alimentando normalmente.
A expectativa da veterinária é que o cão fique internado por mais 10 dias na Área de Medicina Veterinária. Assim que estiver totalmente recuperado, será esterilizado e devolvido ao protetor, que pretende responsabilizar-se por sua vida e levá-lo para o sítio em que vive com a esposa Ceres e mais uma centena de cães. “Uma coisa é você socorrer um cão após todo trauma que sofreu. Outra coisa é você viver todo o trauma e até mesmo sentir sua dor. Impossível ficar indiferente a tudo isso”, diz Acyr Winckler Martins.  AMV II SRD da protetora Dani Wicca está recuperado e vai para casa O antes e o depois animal que recebeu todo o atendimento, cuidado e carinho da equipe de veterinários da SEDA
O SRD levado à Área de Medicina Veterinária (AMV) pela protetora Dani Wicca receberá alta na próxima semana. Internado no dia 2 de janeiro, o cão apresentava miíase na orelha direita, anemia profunda, desidratação e otite média (grave infecção no ouvido com sintomatologia neurológica).
Segundo a veterinária Kátia Gueiral Lima, após a remoção das larvas e administração de medicação específica, o animal foi submetido à cirurgia plástica para remoção do tecido necrosado. “Foi retirado todo pavilhão auricular direito e infecção e recebeu tratamento a base de fluidoterapia e antibioticoterapia”, conta.
Passadas duas semanas, a lesão está praticamente cicatrizada, a otite sob controle e o SRD já se alimenta normalmente. Kátia recorda a gravidade do estado de saúde do animal, tanto que a equipe veterinária não estava muito confiante: “Estamos muito satisfeitos com a recuperação dele, que agradece à sua maneira...”. Quando enxerga a veterinária Kátia Gueiral Lima, o cão corre até ela, pula de alegria, late e lambe.
O SRD recebeu todo o tratamento clínico na SEDA e será devolvido à protetora, que ficará responsável por sua albergagem.  ANIMAIS NA REDE SEDA adere ao twitter em defesa dos animais 
A partir desta sexta-feira (18), notícias e informações da Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) serão publicadas pelo twitter.
A ideia, segundo a assessoria de comunicação da SEDA, é dar maior visibilidade aos animais em condições de vulnerabilidade e usar todas as ferramentas possíveis para conscientizar a sociedade de que eles têm, sim, Direitos assegurados na Constituição Federal e que o descumprimento destes é crime.
Para acompanhar a SEDA pelo twitter, acesse www.twitter.com\sedapoa. BEM-ESTAR E SAÚDE Animais de donos fumantes têm 60% de desenvolver câncer linfático e de pulmão 
Fumar faz mal à saúde, e até quem não fuma sofre as consequências quando exposto à fumaça de cigarro, charuto, cachimbo, etc. Inúmeras pesquisas indicam que os danos causados ao fumante passivo são bem mais graves do que aqueles percebidos durante ou logo após a exposição, como rinite, congestão nasal, tosse, dor de cabeça, irritação nos olhos e garganta ou náuseas.
Entre os adultos pode causar câncer e doenças cardiovasculares e respiratórias. Nas gestantes, a incidência de abortos espontâneos e bebês natimortos são maiores àquelas expostas ao fumo, ativas ou passivas. Já as crianças são mais suscetíveis a infecções respiratórias, como bronquite e pneumonia, têm maior possibilidade de serem asmáticas e apresentarem otite, doenças cardiovasculares e câncer, sobretudo no pulmão.
Assim como os humanos, os animais de estimação também podem sofrer problemas de saúde. A exposição ao tabaco pode predispô-los, principalmente, às doenças respiratórias e dermatológicas, muitas vezes, levando-os à morte sem ao menos serem diagnosticadas. Estudos comprovam que cães e gatos que convivem com fumantes têm 60% a mais de probabilidade de contrair câncer linfático e de pulmão, bronquite, asma, rinite, traqueíte (inflamação na traqueia) e outras crises alérgicas.
Os cientistas descobriram ainda que há uma ligação entre os tipos de câncer e as características físicas dos bichos. Nos cães de focinho curto, por exemplo, a fumaça passa rapidamente pela via respiratória, fazendo com que as toxinas acabem se instalando no pulmão. Já nos de focinho longo, a fumaça passa, rapidamente, pela via respiratória e tem mais risco de desenvolver câncer de pulmão.
Por sua vez, a probabilidade de gatos de donos fumantes desenvolverem linfoma, um tipo de câncer mais comum da espécie, é três vezes maior e tratamentos por quimioterapia e radiação funcionam apenas em 50% dos casos. Além de inalação, ao se lamber, o animal entra em contato com substâncias químicas nocivas impregnadas nos pêlos.
Entre os felinos portadores de bronquite asmática há potencialização e aumento da freqüência das crises respiratórias, podendo, em alguns casos, levá-los à óbito por insuficiência respiratória aguda.
Além de afetar o sistema respiratório do animal, o cigarro pode causar doenças de pele. Se ele começar com “coça-coça”, queda excessiva de pelo e feridas no corpo podem ser um indício de alergia à fumaça. Os cães de companhia estão mais suscetíveis aos males do fumo por ficarem mais tempo com seus donos. Neste caso, os animais mais novos precisam ser avaliados pelo veterinário a cada seis meses, e, os mais velhos, uma vez ao ano.
Minimizando os riscos
O grande problema é que, na maioria das vezes, o ser humano pode fugir da nicotina, mas os animais não. Ou estão recebendo cafuné com baforadas dentro de casa, ou presos a uma coleira em lugares públicos sentados aos pés do fumante, ou perambulando pelas ruas inalando, entre tantas outras fumaças, a do cigarro.
Os sintomas em cães e gatos não é imediato, e a tosse pode indicar um estado avançado da doença. A única maneira de detectá-la em seu estágio inicial, quando os tratamentos são mais eficazes, é por meio de exames detalhados, como os “check ups” anuais.
O mais indicado é parar de fumar, mas se isso não for possível, os veterinários recomendam que o dono do animal vá para fora de casa ou crie áreas exclusivas onde os animais não tenham acesso. Purificadores de ar e suplementos ricos em vitamina C podem minimizar os efeitos de células cancerígenas.  COMPORTAMENTO I Akita: uma raça de personalidade e territorialista Quem assistiu ao filme “Sempre ao seu lado”, com certeza, se comoveu com uma bela história de amor e lealdade, um elo mágico estabelecido entre duas raças: o homem e o animal, neste caso, um cão.
Um filhote de akita se perde numa estação de trem e o professor de música Parker, interpretado por Richard Geere, o encontra ao voltar para casa após mais um dia de trabalho. Apesar da resistência inicial da esposa, a quem o professor ama mais do que tudo, o cão acaba indo morar com eles, e, assim, se estabelece uma relação especial entre os dois.
O animal recebe o nome de Hachiko, cresce, a vida de todos evolui, mas a única coisa que não muda é o carinho de um pelo outro, até o dia em que o dono morre. Inconformado, todos os dias, o cão o espera na estação de trem. Este ritual se repetiu por dez anos, até a morte do animal.
Símbolo de sorte, prosperidade e proteção por toda a vida
O filme foi baseado numa história real que aconteceu no Japão, na década de 1920. No país há três estátuas em homenagem ao animal e a estação de trem, hoje, se chama Saída Hachiko, o principal ponto de encontro de Tóquio.
Mas afinal, o que a raça akita tem de tão especial? Para os japoneses, é símbolo de saúde e felicidade, um misto de curiosidade, surpresa e encantamento.
A pelagem farta, a cabeça e a cauda bem postadas, a imponência e o toque oriental do olhar envia uma mensagem de autoridade e segurança característicos do país asiático. Ao mesmo tempo, é um cão afetuoso e muito atento ao seu território contra estranhos.
Eles são extremamente inteligentes, energéticos, alertas, corajosos e muito territoriais. Também são fieis, carinhosos e excelentes companheiros e guardiões do lar onde vivem.
A raça remonta séculos, desde seu país de origem, o Japão, mais precisamente a província de Akita, onde foi muito utilizado pelos samurais para caça de pequenos animais, combate e defesa de suas propriedades, bem como pelos senhores feudais, para guarda e símbolo de status e poder. Naquele país, até hoje, é costume presentear recém-nascidos com uma estátua de akita para trazer sorte, prosperidade e proteção por toda a vida.
A akita é um animal de grande porte, forte e musculoso com peito e pescoço largos. Sua pelagem pode ser avermelhada, preta, tigrada ou branca com manchas. É muito resistente, e, ao contrário de outros cães, não apresenta nenhum tipo de doença típica. Tem uma aparência muito aparecida com a dos lobos, sendo também as fêmeas mais leves e menores que os machos. Seu peso varia entre 34kg e 50 kg, e a altura, entre 64cm e 70cm para machos, e 58cm e 64cm para fêmeas.
Sua principal característica é latir pouco, porém, uiva se precisar de algo. Com muita personalidade e seguro de si, o cão desta raça é preocupado e apegado ao seu proprietário, de preferência, um só por toda a vida. Isto não significa que não possa ser adotado na fase adulta, mas o abandono para ele é dilacerante. De todo modo, é excelente guardião e companheiro dos novos donos.
A socialização desde pequeno é necessária para evitar um comportamento agressivo e imprevisível, devido ao seu instinto de caça natural, e não se dá bem com animais não caninos. Outro detalhe: se o adotante já tiver um cão, ele se adapta bem, mas sem grandes amizades. Porém, adotar outro “pós” akita pode ser problema.
SEDA tem uma akita esperando por adoção

Urso foi resgatado após atropelamento próximo ao Aeroporto Salgado Filho
Tão especial como Hachiko, o Sr. Urso é um SDR com akita de 10 anos de idade, que está na Área de Medicina Veterinária da SEDA esperando um lar. Ele foi resgatado após atropelamento, em junho de 2012, nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
Totalmente recuperado, esterilizado, vermifugado e microchipado, Urso tem temperamento dócil e tranquilo, precisa de cuidado, atenção e carinho para viver mais e melhor. Ele pode ser seu!
Mais informações do nosso Hachiko pelo telefone (51) 3289.5504.  COMPORTAMENTO II Mesmo após morte de tutora, cão continua indo à missa todos os dias Desde que a tutora morreu, em novembro passado, Ciccio, um pastor alemão de sete anos, vai todos os dias ao cemitério em que ela está enterrada e assiste à missa, tal como os dois faziam desde que se conheceram.
De acordo com o jornal italiano La Repubblica Bari, Mary Margaret Loch, 57 anos, dedicou toda a sua vida aos animais que vivem em condições de abandono. Eles concentravam-se na rua onde viva, na cidade de Brindisi, e Mary alimentava-os e dava-lhes carinho.
Ciccio, cujo verdadeiro nome é Tommy, pode ser visto junto ao altar da igreja de San Maria Assunta a San Donaci. O cão tinha um lugar especial na vida da tutora, que ensinou-o a dar a pata e a esperar por ela à porta das lojas ou da igreja.
Contudo, no dia do funeral de Mary, Ciccio não hesitou em entrar na igreja. Comovidos, o pároco e a população aceitaram-no e, desde então, é presença assídua no local à hora da missa. DISCUSSÃO EM PAUTA I Cão resgatado da morte por leishmaniose levanta polêmica sobre métodos utilizados para combater a doença 
Os métodos de prevenção e combate à Leishmaniose voltaram a discussão com o Caso Scooby e têm causado divergências entre especialistas, Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde: eutanasiar um cão com a doença ou não?
Em julho do ano passado, o SRD Scooby foi amarrado em uma moto pelo próprio tutor e arrastado por 6km até o CCZ de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. O órgão do município atestou através de exame que o animal tinha leishmaniose e os veterinários chegaram a cogitar a eutanásia, conforme determinação do Ministério da Saúde. O caso chegou à Rede de Proteção, que lançou uma campanha para impedir o sacrifício de Scooby. Com autorização da Prefeitura de Campo Grande, o cão foi encaminhado a uma clínica particular para tratamento.

Sibele Cação (na foto com o SRD Scooby) foi destituída da presidência do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Mato Grosso do Sul por defender publicamente o tratamento contra a leishmaniose em cães
Na época, a presidente Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-MS), Sibele Cação, defendeu publicamente o tratamento contra a leishmaniose em cães e, por conta disso, foi destituída do cargo. “Os incomodados com as verdades ditas, à época do caso Scooby, resolveram me denunciar anonimamente ao Ministério Público Federal (MPF), alegando que eu estaria causando grandes prejuízos à saúde pública da população campo-grandense. O MPF fez questionamentos ao CFMV, que, por sua vez, resolveu abrir inquérito administrativo para apurar o desvio de minha conduta enquanto presidente do CRMV/MS, o que resultou nessa cassação”, recorda.
Sibele diz mais: “O dono e o médico veterinário têm de ter a opção de oferecer o tratamento ao animal. Se o animal tem um dono e ele assume a responsabilidade, ele deve ser tratado”.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) posiciona-se a favor da eutanásia de animais, desde que tenham sido aplicados os exames necessários que não deixem dúvidas quanto à positividade da contaminação. Até que se encontre um fármaco eficaz no tratamento da leishmaniose visceral canina, as questões relativas ao tema precisam ser discutidas pelos órgãos competentes, como os ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente, Ministério Público e Conselhos de Medicina Veterinária.
Passado cinco meses, o SRD estava livre dos sintomas da doença. Agora, a ex-presidente do CRMV-MS quer adotar Scooby, a sua prova viva na defesa do processo que lhe custou o cargo. O cão está “curado”, mas ainda pode ser sacrificado.
Divergências
A leishmaniose é uma doença crônica, de manifestação cutânea ou visceral, e tem duas principais formas: calazar ou leishmaniose visceral.
Apesar do que muita gente pensa, o cachorro não é o transmissor da doença, que passa para o homem pela picada do mosquito flebótomo, mais conhecidos como mosquito palha ou birigui. Como o cão é o hospedeiro mais estudado, há a crença de que seja o transmissor.
No Brasil as áreas consideradas endêmicas são as regiões Norte e Nordeste, por conta da precariedade de condições sanitárias, mas nos últimos anos houve aumento nos registros na região Sudeste, e Campo Grande é uma das regiões consideradas endêmicas. “O dono não pode buscar informações com vizinhos ou amigos, é preciso procurar ajuda de um profissional, que vai indicar qual o tratamento mais adequado. Caso contrário, ele também vai praticar maus tratos”, reafirma Sibele Cação.
Em setembro de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou a revisão de um estudo que, até então, atestava a ineficiência da eutanásia de cães, e a conclusão é que não existem evidências de que matar cachorro controla o calazar: “O sacrifício de cães parece ser a intervenção menos aceitável em nível comunitário, por razões óbvias, e tem baixa eficácia devido ao alto índice de reposição dos animais e outros obstáculos culturais”, concluía o texto. Pois é o que acontece na prática: depois que perde o cachorro para a doença, o proprietário logo adquire outro. E, como o vetor continua na região, o novo animal é rapidamente infectado.
O Ministério da Saúde ignorou o estudo e defende a redução dos casos de leishmaniose através do controle do agente transmissor, o mosquito, e também do reservatório, no caso o cão doméstico. De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério, o tratamento não é autorizado, pois, quando os cães não são mortos, eles continuam transmitindo a doença. As prefeituras podem decidir sobre o futuro dos animais, mas assumem o risco de transmissão de doenças para a população.
O Decreto Federal do Senado Nº 51.838, de 14 de março de 1963 condena os animais com Leishmaniose Visceral Canina à eutanásia. Há também a Portaria Interministerial Nº 1.426, de 11 de julho de 2008, que proíbe o tratamento de cães com a doença com produtos de uso humano ou que não estejam registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
A ex-presidente do CRMV-MS questiona a orientação do governo federal e defende o combate ao mosquito flebótomo, transmissor do protozoário causador da doença: “A culpa não é do cão, mas do mosquito. Ele é que precisa ser combatido e não o cão. A transmissão da zoonose para o homem só se dá através do mosquito”.
Para o médico e pesquisador Carlos Henrique Costa (foto), professor da Universidade do Federal do Piauí e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, o Brasil é um dos poucos países que ainda adota o sacrifício em larga escala como forma de controlar a leishmaniose visceral. O especialista esteve em Porto Alegre, em agosto do ano passado, e, em entrevista exclusiva à SEDA, afirmou:
“A leishmaniose visceral mata mais do que a dengue e a malária, um número que se aproxima de 250 óbitos por ano no Brasil”.
De acordo com Costa, além de ineficaz, matar os animais pode ter até efeito contrário ao que se espera. Isso porque, durante o rastreamento para eutanásia de cães infectados, muitas vezes são sacrificados também animais que têm o parasita, mas não desenvolvem sintomas. Mortos, eles deixam de se reproduzir e gerar indivíduos resistentes à doença. A longo prazo, sobram apenas cães sensíveis, o que poderia agravar ainda mais o cenário.
Por último, é preciso considerar que, embora seja o principal reservatório, o cão não é o único. Animais silvestres, como a raposa e o cachorro-do-mato, também transmitem a doença. Pesquisas também já encontraram o agente da leishmaniose visceral em gatos, embora se acredite que os felinos sejam mais resistentes ao protozoário.
Eficiência e eficácia de vacina no combate à leishmaniose visceral canina
A leishmaniose é considerada pela organização “Medicamentos para Doenças Negligenciadas” (DNDi, na sigla em inglês) como uma doença "extremamente negligenciada", porque, em razão da prevalência em regiões de extrema pobreza, não há interesse por parte da indústria farmacêutica em desenvolver novos medicamentos.
Já a Pfizer Saúde Animal tem estudos que comprovam a eficiência e eficácia da vacina Leishmune no combate à doença. O medicamento está disponível no mercado desde 2004 e já foi utilizada na imunização de mais de 200 mil cães em todo o país.
Para se considerar o cão imunizado, são indicadas três doses da vacina, que devem ser aplicadas a partir dos quatro meses de idade do animal – respeitando um intervalo de 21 dias entre cada uma das aplicações. Após esse processo, o cão deve receber, anualmente, uma dose de reforço que garantirá a resposta imune. Vale lembrar que a vacina apenas deve ser administrada em cães sadios e soronegativos para leishmaniose visceral canina.
A Leishmune está disponível nas principais clínicas veterinárias do Brasil e a vacinação deve ser realizada apenas por um veterinário.
Leishmaniose em Porto Alegre
No Rio Grande do Sul a incidência de Leishmaniose é pequena. Em julho de 2012, o ônibus Bicho Amigo da SEDA realizou uma ação comunidade Lageado, zona sul da Capital, e diagnosticou focos do mosquito trasmissor da doença.
Como medida preventiva, a Secretaria ofereceu coleiras Scalibor, doadas pela Distribuidora Intersul e MSD Laboratório. Conforme a coordenadora da Área de Medicina Veterinária, Márcia Gemerasca, a coleira repelente impede que o mosquito pique o animal ou transmita a doença.
 DISCUSSÃO EM PAUTA II Leishmaniose Visceral no Brasil hoje: o tamanho do perigo que nos cerca * Por Guilherme Loureiro Werneck
Em 2010, foram registrados 3.526 casos de leishmaniose visceral (LV) em humanos no país e 219 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde. A maior incidência é no Nordeste. A Organização Mundial de Saúde estima que a cada ano são detectados entre um e dois milhões de casos no mundo.
Como o próprio nome diz, esse tipo de leishmaniose atinge as vísceras. O parasita se aloja principalmente na medula, no baço e no fígado, e o paciente apresenta sintomas como febre, aumento do baço e do fígado, náuseas, vômitos, dor de cabeça e anemia. Como atinge órgãos vitais, a forma visceral pode levar à morte. De acordo com o Ministério, a taxa de mortalidade chega a 7%, ou seja, de cada 100 vítimas, sete morrem.
O processo de urbanização da LV é uma das mais notáveis e intrigantes transformações epidemiológicas já registradas no Brasil. Em se tratando de um fenômeno gradual, a sua demarcação temporal não pode ser exata, mas já se vão 30 anos desde que as primeiras grandes epidemias urbanas foram registradas.
A leishmaniose visceral, historicamente reconhecida como uma endemia rural, de ocorrência focal em paisagens denominadas de pé-de-serra e boqueirões, começa a invadir as grandes cidades brasileiras no início da década de 1980. Primeiramente são atingidas as cidades de Teresina (PI) e São Luís (MA), e, a seguir, a doença se dissemina para diferentes cidades do país, como Santarém (PA), Natal (RN), Corumbá (MS), Montes Claros (MG), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Aracaju (SE), Feira de Santana (BA), Araçatuba (SP), Bauru (SP), Imperatriz (MA), Palmas (TO), Fortaleza (CE), entre outras.
O panorama epidemiológico não deixa dúvidas sobre a gravidade da situação e a franca expansão geográfica: de 1980 a 2008 foram notificados mais de 70 mil casos de LV no país, levando mais de 3,8 mil pessoas à morte. O número médio de casos registrados anualmente cresceu de 1,6 mil (1985-1989) para cerca de 3,8 mil (2005-2008). Na década de 1990, apenas 10% dos casos ocorriam fora da região Nordeste, mas desde 2007 esta cifra se estabilizou em torno dos 50%. Entre os anos de 2007 e 2010, a transmissão autóctone da LV foi registrada em mais de 1,3 mil municípios em 25 Unidades Federadas.
Os motivos que levaram à urbanização da LV são ainda pouco conhecidos, mas as transformações ambientais associadas a movimentos migratórios e à ocupação urbana não planejada, as condições precárias de saneamento e habitação nas periferias destas cidades e a desnutrição são alguns dos muitos fatores implicados neste fenômeno. O fato é que a introdução da LV nas grandes cidades configura uma realidade epidemiológica diversa daquela previamente conhecida, requerendo uma nova racionalidade para os sistemas de vigilância e de controle.
O Programa Nacional de Controle da LV no Brasil baseia sua estratégia em três medidas básicas, sendo que a primeira delas tem caráter eminentemente curativo: (1) detecção e tratamento de casos humanos; (2) controle dos reservatórios domésticos; e (3) controle de vetores. Entretanto, após anos de investimento, nota-se que tais medidas não lograram êxito em interromper o processo de expansão geográfica. São muitas as possíveis explicações específicas para o relativo fracasso destas ações, mas a base é uma só: não se detém, hoje, ferramentas reconhecidamente efetivas para eliminar a LV como problemas de saúde pública, particularmente, em regiões como o país, onde a ciclo de transmissão é pelo menos majoritariamente zoonótico.
São muitos os desafios que a introdução, disseminação e manutenção da LV em meio urbano traz para a comunidade científica e de profissionais de saúde. O desenvolvimento de novas drogas, regimes terapêuticos e protocolos de manejo clínico, assim como a produção e validação de novos testes diagnósticos devem ser priorizados. Estudos de efetividade das ações de controle devem ser sustentados em bases metodológicas sólidas e pesquisas para solucionar os entraves operacionais na implementação das ações de prevenção, estimuladas. Investigações que levem a vacinas efetivas para proteger o indivíduo e diminuir a transmissão também devem ser fomentadas.
Entretanto, mais do que a produção científica em si, é necessário um compromisso social de todos para evitar que a LV se estabeleça definitivamente como mais uma mazela sanitária do cotidiano urbano brasileiro.
* Médico, Doutor em Saúde Pública Tropical pela Harvard University
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
 DOAÇÃO Protetora doa armadilha à Secretaria Especial dos Direitos Animais A protetora Patrícia Vieira de Olivieira doou à Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) uma armadilha para captura de gatos. “Este equipamento já salvou muitas vidas felinas”, lembra Patrícia, que o utilizou há algum tempo em uma “aventura” com a vizinha Lisa Flores: “Certo dia decidimos resgatar os gatos que viviam em uma praça no bairro Petrópolis, onde moramos, e encaminhamos para esterilização. Nossa missão foi cumprida”.
Para o adestrador Cláudio Pinheiro, a armadilha veio em boa hora: “Temos uma fila grande de espera para capturas na Capital e o equipamento dá um certo alento à nossa equipe”, conta.
A SEDA agradece de coração o apoio dispensado. O poder público e a sociedade civil trabalhando juntos são capazes de fazer valer os Direitos Animais. O caminho é longo, mas o primeiro passo já foi dado. MOBILIZAÇÃO NACIONAL Comentário do BBB Dhomini sobre seu cão gera revolta na rede: arranquei todos os dentes da boca dele Um comentário infeliz de Dhomini, dentro da casa do "BBB 13", na sexta-feira (18), gerou revolta da rede de proteção animal. Ele disse, certa vez, em um momento de irritação, que teria arrancado os dentes de seu cachorro com machado.
Como argumento aos maus tratos, Dhomini disse que aquela era a terceira vez que o cão o atacava. "Na terceira vez ele me pegou no curral, onde tirávamos leite de vaca, e tirei os dentes dele da boca. Não aguentei. Segurei ele pela corrente e fui trazendo. Peguei o machado, todo mundo gritando 'não, não' e eu extraí os dentes todos. Aí ele ficou, meu amigo, banguelo", descreveu.
Com ironia, o brother completou: "Cachorro ruim não morre".
De acordo com a Lei Federal 9.605/98, maus tratos a animais constitui crime. O artigo 32 afirma que "praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos; pena - detenção, de três meses a um ano, e multa".
Nas redes sociais, fãs do Big Brother Brasil pedem investigação do caso. Resta saber se a reação de Dhomini é verídica ou se foi mais uma brincadeira.
Brincadeira ou não, não podemos mais permitir que animais sejam alvos de maldade e humilhação. Que justiça seja feita e os Direitos Animais respeitados.
 PROCURA-SE Família pede ajuda para reaver cão roubado de pet 
O Scott, um lhasa de 6 anos, foi roubado de uma pet shop da Capital e a família está desesperada. Conforme o tutor Rafael Braude Canterji, testemunhas disseram ter visto um homem vestindo a camisa da Argentina na rua 24 de outubro, zona norte de Porto Alegre. “Por favor, se alguem avistar, avise! Scott tem idade, nossa família o ama muito e é companheiro de uma 'guriazinha'”, implora Rafael.
Quem avistá-lo ou souber do paradeiro de Scott, enviar e-mail para imprensa@seda.prefpoa.com.br, que faremos contato com a Família Canterji.
RECORDAÇÃO DE VIAGEM Cada vez mais os animais estão entre nós! Em viagem aos Estados Unidos, a primeira-dama Regina Becker usou o celular para registrar ideias muito simples, mas que dão reconhecimento e dignidade aos animais, exemplos que podem ser facilmente empregados no Brasil.
Outras imagens fazem alusão a eles que, de uma forma ou outra, nos fazem refletir sobre o significado da palavra RESPEITO a todos os seres, não apenas aos humanos:
Comunidade em ação
Quem passear por Boston e observar uma árvore com atenção verá garrafas pets de 5 litros com comida para pássaros. Todo mundo pode colaborar, desde que siga algumas recomendações: apenas grãos e nada molhado para evitar fungos e bactérias.

“Vestindo a camiseta” (literalmente)

Bryan Moreia Paes é natural e morador de Caxias do Sul e apaixonado pela sua gata Mimitcha. Regina o encontrou no aeroporto e pediu para fotografar a camiseta com um felino relaxando na rede. Então ele contou que acabara de chegar de férias em Porto Seguro (BA), se encantou pela estampa e comprou em homenagem a sua gatinha.

Fazendo moda
A botique Pynkyotto é a “queridinha” das blogueiras de moda e celebridades, como as atrizes Jessica Biel e Kristen Stewart. As coleções não seguem tendências e abusam de tecidos ecologicamente corretos com estampas de corações, flores e gatinhos, mas o que atrai a atenção é a vitrine: os manequins são animais. Como o inverno é a estação do momento no Hemisfério Norte, os ursos estão fazendo moda!
“Lembrei de você”
A sensação do momento nas livrarias são cartões com motivos de cães e gatos nas mais variadas situações.


 RESPONSABILIDADE SOCIAL Comércio de Porto Alegre começa a abrir suas portas para animais de estimação
 Quem tem um animal de estimação sabe o quanto ele faz bem à saúde da família humana e é fiel e grande companheiro. Muitos tutores são tão apegados aos seus bichos que desmarcam compromissos ou viagens e deixam de sair quando eles não podem acompanhá-los.
Foi pensando nisso que bares, restaurantes, lojas de rua e shoppings de Porto Alegre estão criando espaços para cães e gatos, mais conhecido como “pet friendly”(amiguinhos dos bichos, em português), uma iniciativa difundida em várias partes do mundo que aceitam animais em estabelecimentos comerciais.
O Paseo Zona Sul é um dos centros comerciais que aceita e incentiva a circulação de bichos por todo mall, no chão, exceto nos banheiros. Em 2012, o Paseo realizou o Dia do Amigo com a presença deles e convidou profissionais para falar sobre guarda responsável e a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) para promover a adoção.
O empresário Felipe Hemb (foto) permite circulação de animais em sua loja e mantém seguranças de olho neles enquanto tutores fazem compras
Loja masculina tem até bebedouro para animais
 Localizada em uma área nobre da Capital, a loja masculina Hemb não apenas incentiva a livre circulação de animais dos clientes como também organizou sua estrutura para proporcionar bem-estar aos bichinhos.
De acordo com Carmela Lomando Moraes, responsável pelo marketing da Hemb, tudo aconteceu de maneira natural, pois sendo um estabelecimento de rua, existe muito fluxo de moradores passeando com seus cachorros pelo bairro.
O respeito do empresário Felipe Hemb para com os animais é tão grande que ele mandou instalar, em frente à loja, bebedouro adaptado. “Ao permitir a entrada dos animais, a loja despertou mais simpatia. Digo sempre que não temos clientes; temos amigos”, diz Carmela.
A Hemb não tem restrições quanto ao uso de coleira. Normalmente, os animais ficam soltos e a equipe de segurança de olho para evitar fugas. Para Carmela Lomando Moraes, os cães são comportados e os donos sabem o momento de soltá-los.
A SEDA apoia a iniciativa e aconselha: antes de buscar o lazer em um local público, “eduque” seu bicho de estimação para que ele não importune outras pessoas, pois nem todas são simpáticas a cães e gatos.
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