2013
SEDA lamenta a morte de jovens na maior tragédia registrada no Rio Grande do Sul

AÇÃO
Passam bem cães de donos que perderam casas em incêndio em vila próxima à Arena do Grêmio
Moradores lamentam a quantidade de cães abandonados por pessoas que param na Vila em seus “carrões” para desová-los

Os quatro cães levados à Área de Medicina Veterinária da SEDA, na madrugada de segunda-feira (28), após incêndio na Vila Liberdade, próxima à Arena do Grêmio, já se adaptaram ao espaço e aos outros animais. Segundo a veterinária Adriana Lopes, eles foram vermifugados e serão esterilizados na próxima semana.
 
Sirlei Belmonte perdeu a casa no incêndio, mas conseguiu salvar a vida de vários animais e ajudou a SEDA a resgatar cães que se perderam dos tutores

“Os cães da Vila Liberdade são carinhosos e obedientes, características muito comuns em animais que foram abandonados e sofreram os maiores traumas de solidão nas ruas e, depois, acolhidos por novas famílias e tratados com dignidade. Muitos não acreditam nisso, mas é verdade. Os animais são realmente gratos”, conta Adriana. Os cães serão devolvidos aos donos tão logo estejam em novo lar.

Exemplo de amor incondicional
No último domingo (27), mais de 50 famílias perderam suas casas em incêndio na Vila Liberdade. Ao saber da tragédia, a SEDA encaminhou uma equipe para acompanhar o trabalho do Corpo de Bombeiros e ajudar no resgate de cães que se perderam dos donos durante a confusão. Alguns animais morreram carbonizados; outras dezenas foram para casa de vizinhos; e os demais para atendimento veterinário e esterilização.

Conforme a auxiliar de serviços gerais, Sirlei Belmonte, que perdeu tudo no incêndio, quando o fogo começou, a primeira coisa que as pessoas fizeram foi resgatar seus animais e colocá-los em um local protegido. “Aqui na Vila conhecemos todos os animais, sabemos a quem pertencem e quais são de rua. Então pegamos os animais que encontrávamos pela frente e levamos para casas que não foram atingidas pelo fogo”, conta.

Sirlei lamenta, no entanto, a crueldade a animais que chegam a todo instante à Vila Liberdade: “Todo dia para 'carrão' aqui e larga animais como se eles fossem lixo. Alguns levamos para casa, outros a gente cuida e alimenta, mas vivem na rua. Tudo que temos dividimos com eles, inclusive a comida. A maioria dos bichos foi castrada pela SEDA, mas as pessoas têm que deixar de ser estúpidas. Se as vilas populares estão cheias de animais, não é por nossa causa; é por causa dessas pessoas ditas instruídas que abandonam aqui”, critica a auxiliar de serviços gerais.

ADOÇÃO RESPONSÁVEL I
Oito animais são adotados em feira da SEDA na Usina do Gasômetro

Quem passou pela Usina do Gasômetro, no último sábado (26), pode conhecer um pouco mais o trabalho da SEDA e alguns dos animais à espera de um lar, abrigados na Área de Medicina Veterinária (AMV), bem como praticar um ato de amor que chamamos de ADOÇÃO. Quatro gatinhos e quatro filhotes de cães ganharam famílias. 

O ônibus Bicho Amigo chamou a atenção do pequeno Ariel, e, depois de muita conversa com os pais sobre a responsabilidade que teriam a partir dali com um animal de estimação, optaram pela adoção de um dos filhotes. A veterinária da SEDA, Adriana Lopes, mais uma vez, alertou sobre a rotina de um cão e questionou se a família estava mesmo decidida. “O dia-a-dia na SEDA nos mostra várias situações: pessoas que adotam, e, dias depois, se arrependem; ou se dão conta de que o lugar onde vivem não suporta um animal. Enfim, são muitos questionamentos que precisam ser feitos antes de levar um bichinho para casa. Muitos se esquecem que os animais têm sentimentos, e o pouco que convivem com alguém que, posteriormente, os abandonam, já deixa um grande vazio na vida deles”, ressalta a veterinária.

Responsabilidades para quem devolver animais 
As ativistas do projeto “Mural dos Bichos – Animal é Tri” também sentem na pele o drama de um animal adotado ser devolvido. “As pessoas dizem: 'ele faz xixi e cocô. É muito para mim'. Aí nos devolvem e, consequentemente, se eximem para sempre de uma responsabilidade que assumiram espontaneamente”, conta Tathi Jaeger.
 

Tathi Jaeger (foto), ao lado de Cláudia Cantagalo, Dani Rios, Leandra Pinto, Manu Raupp, toca o projeto "Mural dos Bichos - Animal é Tri"


Para coibir a adoção irresponsável, as meninas elaboraram um Termo de Compromisso em que o ex-adotante terá que arcar com as despesas do animal em casa de passagem até que ele encontre um novo lar. “Ainda não somos ONG, somos um grupo de amigas (Cláudia Cantagalo, Dani Rios, Leandra Pinto e Manu Raupp) que estão juntas para ajudar os animais. Não temos uma sede, nossos protegidos estão em casas de passagem, clínicas, lares temporários ou em nossas casas. É um trabalho voluntário que fazemos nas nossas horas vagas, pois todas trabalham, estudam e têm família”, destaca Tathi. 

Antes de adotar...

  • Toda a família concorda em adotar um animal de estimação?
  • A vida média dele é de 12 a 15 anos. Você está preparado para cuidar durante este tempo?
  • A espécie ou raça é adequada à família e à casa?
  • Os animais não são “brinquedos” para as crianças. Você tem consciência disso?
  • Você está preparado para os cuidados que ele irá necessitar ao longo de sua vida?
 

 

 

 
ADOÇÃO RESPONSÁVEL II
Pitbull Sorriso é extremamente dócil e carente e precisa de um lar

Quando existe o desejo de adotar um animal de estimação, geralmente, a preferência é pelos filhotes fofos e cheios de energia que, pela sua meiguice e inocência, são mimados pelos tutores e, com o tempo, se tornam cheios de manias. Porém, os mais velhos têm muitas vantagens: são mais dóceis, calmos e protetores.

“À medida que a idade avança, podem ocorrer alterações físicas e comportamentais nos cães: dormem mais e suas atividades diminuem. Com relação à saúde, ficam mais propensos a problemas de pele, mas isso não impede que tenham um lar e uma família. Inclusive eles cuidam mais de seus donos do que os donos deles. São muito protetores”, conta a veterinária da SEDA, Adriana Lopes.

Na Área de Medicina Veterinária (AMV), muitos velhinhos aguardam adoção. Alguns foram resgatados após atropelamento, outros vítimas de maus tratos. É o caso do pitbull Sorriso, nome dado pela equipe da SEDA devido à deformidade na face, consequência das pacandas que sofreu do ex-tutor.

Sorriso foi encaminhado à AMV pela Brigada Militar, há cerca de um ano e meio. Ele vivia na Ilha dos Marinheiros com seu responsável, um foragido da Justiça, que, na última fuga, o deixou para trás sozinho, sem água, comida e higiene.

Mesmo com um passado triste, é um pitbull extremamente dócil e carente. “Quando passamos perto da casinha, ele vocaliza (o latido é muito fraco) e abana o rabinho na tentativa de chamar a atenção. Ao primeiro contato físico, imediatamente, corre aos potes de água e ração. Parece bater a fome quando ganha um carinho”, diz Adriana.

A SEDA alerta, no entanto, para alguns critérios de adoção de cães das raças com potencial agressivo: eles devem ser mantidos em espaços arejados e gradeados, impedindo que qualquer pessoa ou outro animal fora do convívio social se aproxime.

Os adotantes também não podem ter criança, idoso ou gestante em casa. “Todo cão é adestrável, desde que não tenha problemas neurológicos, constatados por avaliação de um veterinário. É muito importante não humanizar o cão, o que não significa maltratá-lo ou deixá-lo em um espaço sem condições de higiene", ressalta o adestrador Cláudio Pinheiro.

Quem quiser saber mais sobre Sorriso e outros cães que esperam por adoção na SEDA, entrar em contato pelo e-mail imprensa@seda.prefpoa.com.br.

AGENDA I
Prefeitura de Curitiba vem conhecer experiências da SEDA para avançar na questão animal

O novo superintendente de Controle Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, Raphael Rolim, esteve em Porto Alegre esta semana participando da primeira de uma série de reuniões para definir os detalhes do 2º Encontro dos Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras, que acontece em 22 de abril, na Capital gaúcha.
 

Superintendente Controle Ambiental de Curtiba visita área da SEDA que abriga, atualmente, 25 cães com potencial agressivo



Ele também foi conhecer a Área de Medicina Veterinária da SEDA, que servirá de exemplo às ações que serão desenvolvidas na Gestão Gustavo Fruet.

Chamou a atenção de Rolim (foto com a veterinária Adriana Lopes), o número de atendimentos a animais vítimas de acidentes e maus tratos, bem como de demandas que chegam pelo telefone 156. São aproximadamente 50 atendimentos clínicos e  80 esterilizações por semana para uma equipe de seis veterinários. Já os 13 fiscais se revezam no cumprimento aos 450 chamados mensais. Além disso, a SEDA recebe solicitações de vistoria pelo Protocolo Administrativo da Prefeitura de Porto Alegre e Ministério Público do Rio Grande do Sul.

“Curitiba está avançando na questão animal e buscar experiências bem sucedidas em outras cidades dá uma dimensão dos desafios e obstáculos que precisaremos vencer para diminuir a população de cães e gatos nas ruas, coibir o abando e maus tratos e conscientizar as pessoas sobre os Direitos deles assegurados em lei ”, disse o superintendente, ao destacar que há uma estimativa de 450 mil animais na Capital paranaense.

Raphael Rolim é biólogo com especialização em Gestão e Planejamento Ambiental. Além da Superintendência de Controle Ambiental, ele está envolvido com a tese de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento “ A Gestão de Resíduos Sólidos em municípios de até 20 mil habitantes no Estado do Paraná: Impactos e Perspectivas Energéticas”.

AGENDA II
Capital paranaense nomeia médico veterinário para expandir e intensificar trabalho de proteção

 Equipe da Secretaria do Meio Ambiente de Curitiba imbuída do espírito de defender os Direitos Animais na maior capital do sul do Brasil: Raphael Rolim, superintendente de Controle Ambiental; Alexander Biondo, diretor de Pesquisa e Conservação da Fauna; Alfredo Trindade, superintendente de Obras; e Renato Lima, secretário de Meio Ambiente de Curitiba
 

A cidade de Curitiba deu mais um passo em defesa dos Direitos Animais. O veterinário Alexander Welker Biondo, professor de Zoonoses e Medicina Veterinária do Coletivo da Universidade Federal do Parana (UFPR), assumiu na última sexta-feira (1º) como diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna (DPCF), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Ele responderá pelo Zoológico do Parque Iguaçu, o Museu de História Natural e a Rede de Proteção Animal daquela cidade.

De acordo com Biondo, com o convite do prefeito Gustavo Fruet sai do papel um dos principais compromissos de campanha para controlar a população de cães e gatos, os maus tratos a todas as espécies e o abandono, com acordo para criação do Fundo Municipal de Defesa e Proteção Animal; o controle e restrição do comércio e ação inclemente sobre criadouros clandestinos; a substituição do uso de animais para tração por meios alternativos; a formulação de política específica para os chamados “acumuladores”, com acompanhamento psiquiátrico e retirada dos animais quando necessário; a implementação de unidades móveis de atendimento veterinário; a criação do Selo Amigos dos Animais para estabelecimentos comerciais, clínicas e veterinários autônomos; entre outros.

Para o novo diretor, a decisão de Fruet em ampliar o trabalho do DPCF é um avanço nesta nova e contemporânea política pública.
 

“Já conheci experiências de vários países e o Brasil tem modelos de gestão exemplares, como é o caso de Porto Alegre. Estou muito feliz em assumir esta responsabilidade e dedicidido a transformar Cutitiba em referência na questão animal, seguindo os passos de sucesso da SEDA”, diz Biondo.   



SEDA - Existe alguma estimativa de animais de rua em Curitiba?
Alexander Biondo -
Baseado em diversos estudos por censo amostral, feitos pelo Grupo de Estudos em Medicina Veterinaria do Coletivo da UFPR, aproximadamente 450 mil cães vivem na maior capital do sul do Brasil, que tem uma população de 1.770.000 habitantes. Mais especificamente, Curitiba tem um cão para cada quatro habitantes. Embora cerca de 5% sejam animais de rua, quase metade desse total tem acesso às ruas, ou seja, são semi-domiciliados. Vamos precisar investir muito em controle populacional e castrações, mas com tantos cães com dono nas ruas, nosso foco tem de ser também na guarda responsavel destes animais.

SEDA - O que já era feito na Capital pelo poder público?
Biondo -
Existia a rede de proteção animal, mas as esterilizações eram poucas, e, as ações, ainda não coordenadas. As decisões devem ser construídas junto com a sociedade, e precisamos de transparência nas ações da rede. Todos devem contribuir ativamente, o que inclui a sociedade organizada, a classe médico-veterinaria, o poder público e todos aqueles que participam da causa animal.

SEDA - Qual o orçamento previsto para investimento na questão animal em 2013?
Biondo -
Em 2012 foram investidos apenas R$ 300 mil em proteção animal, segundo a própria rede. Neste ano, a Prefeitura de Curitiba inicia com um credenciamento de clínicas para 6 mil esterilizações, que significam R$1,2 milhão em investimento público. Se de um lado houve uma excelente reestruturação dos programas, ficou faltando participação da sociedade e construção de políticas públicas de verdade, com inserção nas escolas, no orçamento municipal, no dia a dia dos munícipes de Curitiba.

SEDA - Quais as primeiras ações que serão implementadas em Curitiba?
Biondo -
Recolher informações de programas que deram certo, como a Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA), e fazer uma ação coordenada e participativa com todas as partes envolvidas no problema, como os protetores, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) e o poder público. Vamos também criar a Guarda Municipal de Proteção Animal para acompanhar nossos profissionais da rede nas denúncias. Em Curitiba, maus tratos será tratado como caso de polícia.

Queremos ainda inserir guarda responsável em todas as 179 escolas municipais, pois o tema deve ser ensinado na infância com material didático, conteúdo na matéria de ciências e questões em prova. As protetoras podem ser fundamentais e ajudar, e muito, os professores nessas abordagens. Além disso, realizaremos o concurso Veterinário Mirim para, a partir de um evento lúdico, incentivar a guarda responsável com desenhos e redações relacionados à proteção animal. Como prêmio, os vencedores viverão um dia como médico veterinário na UFPR.

Por último, iremos intensificar as esterilizações com estudo de impacto. Precisamos criar metas factíveis e indicadores reais de sucesso ou fracasso de cada um dos programas. O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR) será nosso aliado no Veterinário Mirim, na Guarda Municipal de Proteção Animal e em todas as ações e programas, até porque tenho participação ativa no CRMV-PR nas comissõoes de Saúde Pública Veterinária e de Bem-Estar Animal. Acima de tudo, do respeito e lealdade profissional, tenho no presidente Eliel de Freitas um grande amigo pessoal.

SEDA - De que forma o poder público pretende interagir com o privado, universidades e protetores?
Biondo -
O poder público é o responsavel e articulador e pretende, deste modo, contar com o apoio das universidades no atendimento (custeado) de animais de companhia de comunidades carentes, bem como com o poder de mobilização e adoção da sociedade organizada.

Eu visitei a SEDA no final de 2012 e fiquei impressionado com o poder de articulação da Gestão Municipal. A primeira-dama Regina Becker nao é apenas um exemplo de dedicação aos animais; é um modelo de sucesso nas acões que, num primeiro momento, pareciam impossíveis. Ou seja, quando o poder público quer algo, consegue.

Os protetores são nossos maiores aliados, pois são eles que sensibilizam os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Nesta experiência que passo a viver a partir de hoje, 1º de fevereiro de 2013, as ONGs, os indivíduos não-governamentais (INGs) e representantes de classe estarão conosco opinando, decidindo e lutando para tornar Curitiba referência na questão animal.

SEDA - No Fórum da SEDA, em dezembro passado, tu apresentaste experiências dos Estados Unidos. É possível implementar algumas delas no Brasil, principalmente agora, em uma função pública, que tem um orçamento relativamente apertado? Podemos vislumbrar experiências positivas de países do Primeiro Mundo?
Biondo -
Sem dúvida, nossa sociedade está muito avançada em vários pontos, em particular, em entender que Saúde deva ser gratuita, princípio do Sistema Único de Saúde. Neste cenário, fica fácil entender que Saúde deva ser ofertada também aos entes não-humanos das famílias brasileiras.

Este é um sonho pessoal que se realiza, pois fui custeado pelo governo em toda minha educação até hoje. Fiz escola municipal básica, colégio técnico federal, Medicina Veterinária e Residência em escola estadual paulista, Mestrado na Universidade Federal de Santa Maria, Doutorado e segunda Residência na Universidade de Illinois e, recentemente, Pós-Doutorado na Universidade da California.

Estava ansioso por devolver à sociedade todo o seu investimento. O ensino nos Estados Unidos é caro e, por vezes, proibitivo. Aliás, no Brasil, todo profissional formado em escola pública deveria ser obrigado a pagar em serviços o investimento da sociedade. Como exemplo cito que cada escola pública deste país deveria ter hospital veterinário gratuito às comunidades carentes, como o são os hospitais de clínicas para humanos.

SEDA - De que forma funciona a unidade móvel de esterilização no Paraná, mais conhecida como Castramóvel? Como as pessoas podem agendar o procedimento cirúrgico através deste serviço público?
Biondo -
O Castramóvel tem respondido às demandas de municípios menores como Pinhais (100 mil habitantes) e São José dos Pinhais (250 mil habitantes), mas será um desafio trabalhar na maior cidade do sul do Brasil. Sem dúvida, como já acontece em São Jose dos Pinhais, a somatória de esforços será a solução, incluindo o importante trabalho da sociedade organizada.
 
Nosso Castramóvel sempre foi educativo, e foi muito difícil trabalhar neste sentido com a administração municipal de Curitiba. Em dezembro passado, todos os equipamentos que cedidos pela prefeitura, a partir de 2008, foram retirados da unidade móvel. Como professor, achei aquilo um absurdo. Mas agora vamos retomar esta parceria como prefeitura e entender que a centenária UFPR (completou 100 anos em 2012) tem, sim, muito a contribuir com a Capital paranaense.

Embora não tenhamos uma SEDA, como Porto Alegre, a rede de proteção animal fazer parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente pode ser uma vantagem. Se Curitiba já é conhecida como a Capital do Meio Ambiente, vamos transformá-la em exemplo de sustentabilidade e respeito aos animais. Curitiba respeita o meio ambiente e seus animais.
 

APRENDENDO DESDE PEQUENO
SEDA produz material informativo sobre Direitos Animais e Guarda Responsável especialmente para crianças

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) disponibiliza um dos materiais sobre Direitos Animais e guarda responsável que será distribuído nas escolas da rede municipal em que ministrará, a partir de fevereiro, palestras para crianças do Ensino Fundamental.
 
Conforme a primeira-dama Regina Becker, "são lições curtas e de fácil compreensão que farão uma diferença enorme no dia a dia de um animal, seja ele de rua ou não".
 
So você tem uma criança por perto, disponibilize o material. Também compartilhe com seus amigos, vizinhos e familiares. Os animais lhe serão eternamente gratos!
 
Link para o Informativo Teen: www2.portoalegre.rs.gov.br/seda/default.php

BALANÇO
Atendimentos, cirurgias e fiscalizações da SEDA na semana

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) realizou, entre os dias 25 e 31 de janeiro, 143 esterilizações, 55 atendimentos clínicos e nove cirurgias, sendo quatro amputações, duas para retirada de tumor de mama e no pescoço e duas de hérnia. Também foram feitas onze adoções. Já a equipe de Fiscalização atendeu a 94 demandas do “Fala Porto Alegre – 156”.

Além do telefone 156, as solicitações atendimentos a animais de rua, vítimas de acidentes e maus tratos e agendamento de esterilizações de cães e gatos de pessoas com renda familiar até 3 salários mínimos podem ser encaminhadas pelo site www.falaportoalegre.com.br/solicitacao.
 

CÃES DE GUARDA
Parlamento gaúcho deve priorizar projeto que proíbe cães de guarda, diz chefe de Fiscalização da SEDA


A SEDA recebeu mais uma denúncia de maus tratos a cão de guarda em atividade na Capital. Desta vez, trata-se de um animal sob (ir)responsabilidade da empresa Deltacão colocado para “amedrontar” pessoas em uma obra paralisada há alguns meses, na avenida Pereira Passos, 1089, bairro Vila Assunção, zona sul da Capital.

Depois que uma protetora constatou que o animal apresentava sinais de bicheira e pulga, a Deltacão foi acionada, e, como de costume, o substituiu por outro extremamente carente e triste.

A SEDA recebe por mês, em média, dez denúncias de maus tratos a cães de guarda. A equipe de Fiscalização vai ao local e, constatadas tais condições, é feita notificação à empresa.



Segundo o chefe de Fiscalização, Jerônimo Carvalho, infelizmente, não existe uma lei que proiba cães de aluguel no Rio Grande do Sul, ainda: “A SEDA atende as demandas, se sensibiliza com os animais, faz a sua parte como ente público. Entretanto, o que tanto vislumbramos ainda não aconteceu em nosso Estado. Desejamos, sinceramente, que o Projeto de Lei do deputado Paulo Odone (PL 462/2011) seja prioridade na Assembleia Legislativa e aprovado o mais rápido possível. Só assim poderemos fazer justiça a esses animais”.

CULTURA
Fernanda Medeiros fala em novo livro do dever de proteção do animal humano ao não-humano

A advogada Fernanda Medeiros, professora de Direito da PUC/RS, presidente do Instituto Piracema e diretora jurídica do Instituto Abolicionista Animal (IAA), lançou mais um livro ressaltando e enaltecendo os Direitos Animais. Em entrevista ao Informativo SEDA, Fernanda disse que a obra “Direito dos Animais” é fruto de sua  pesquisa de Doutorado nas universidade Federal de Santa Catarina e de Coimbra, em Portugal, com um tema vibrante, atual e desafiador que provoca o leitor a sair de sua zona de conforto e refletir sobre a diferente relação entre as espécies.

Segundo ela, a ideia central está alicerçada na implementação de uma dignidade da vida como um “princípio reflexo”, oriundo do princípio da dignidade da pessoa, para além da vida humana, fundada no princípio da igual consideração de interesses, impondo-se um dever fundamental de proteção do animal humano ao não-humano: “A obra é um convite a um pensar diferente, ousado, contemporâneo, com um espírito criativo e propositado, assumindo a possibilidade de enfrentar a questão dos Direitos Animais a partir da leitura do Direito Constitucional brasileiro”.

“Direitos dos Animais” está à venda na Livraria do Advogado, pelo link www.livrariadoadvogado.com.br/ambiental/direito-dos-animais-0857348845.

DIREITOS ANIMAIS
Derrubada Portaria Interministerial que exigia eutanásia de cães com leishmaniose

O caso do cão Scooby (foto) que contamos aqui no Informativo SEDA, em 18 de janeiro, teve um desfecho que irá fazer a diferença para animais de todo o país: o Tribunal Regional Federal da 3ª Região derrubou a Portaria Nº 1.426/08, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que proibia o tratamento de cães diagnosticados com leishmaniose e exigia a eutanásia. 

A ação cautelar foi impetrada pelo advogado Wagner Leão do Carmo, da entidade de proteção animal Abrigo dos Bichos, a mesma que entrou na Justiça em prol de Scooby. Em julho do ano passado, o SRD foi amarrado em uma moto pelo próprio tutor e arrastado por 6km até o CCZ de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. O órgão do município atestou através de exame que o animal tinha leishmaniose e os veterinários chegaram a cogitar a eutanásia, conforme determinação do Ministério da Saúde. O caso chegou à Rede de Proteção, que lançou uma campanha para impedir o sacrifício de Scooby. Com autorização da Prefeitura de Campo Grande, o cão foi encaminhado a uma clínica particular para tratamento.

“É uma vitória importante à proteção dos animais no Brasil e bastante relevante socialmente. A eutanásia não resolvia o problema do cão doente, que é o quarto dentro da ordem do hospedeiro, vindo primeiramente a galinha e depois o porco, cavalo, o homem e, por último, o cão. A estes ninguém faz nada pelo interesse econômico. Já o cão é mais fácil exterminar porque economiza dinheiro público”, diz o advogado.

Segundo Leão, a decisão autoriza aos veterinários o uso de medicamentos para humanos, o que antes era proibido pela Portaria. “É uma decisão de inconstitucionalidade, a não ser que haja embargos, que praticamente autoriza que veterinários possam utilizar de toda e qualquer medicação para tratar da leishmaniose, inclusive de uso humano”, explica.
 

ESPAÇO DO LEITOR
A SEDA agrdece as manifestações de apoio


“Recentemente liguei para Fabiane Tomazi Borba, assessora jurídica SEDA, querendo marcar uma audiência e, por telefone, ela insistiu para que eu adiantasse o assunto. Relatei minha situação e a advogada foi tão educada, tão gentil, tão simpática e de uma finesse ímpar que eu, simplesmente, acabei desarmada. Pediu um tempo para pesquisar os protocolos e eu achei que nunca mais me daria retorno. Pois não é que, passados dez minutos ela ligou e explicou tudo com a maior boa vontade? Me garantiu total anonimato nas denúncias, um compromisso da SEDA. Quero dizer, mais pontos para esta Secretaria que torna realidade o nosso sonho de defender os animais. Sempre considerei importante divulgar os elogios e incentivar os bons servidores. Parabéns à SEDA por ter uma equipe tão envolvida com a causa animal. Beijo em vocês que me deram a maior força”.
Lala – Porto Alegre

Moro em Nova Venécia, no Espírito Santo, e estou encantada com o trabalho da SEDA. Estou entrando em contato com vocês, porque queremos em nossa cidade projeto semelhante. Tenho exelentes referências do trabalho de vocês, e nada melhor do que iniciar um pautado em outro que está dando certo, principalmente, por ser um projeto público. O Ministério Público do Espírito Santo também está imbuido em resolver o problema, cujo promotor já nos solicitou um modelo com resultados satisfatórios, tamanho de área para abrigar animais em condições de risco, instalações, manutenção e custo, manutenção. Nos ajudem! Queremos começar da maneira certa”.
Andréa Pimenta Toscano -  Nova Venécia (ES)

“Muito obrigada pelo espaço que me deram no Informativo e no facebook da SEDA. Muitas pessoas compartilharam o artigo sobre animais em condomínios, comentando e agradecendo as informações. Por causa deste trabalho e dos demais, fui convidada para ser Conselheira da OAB/RS na Comissão Ambiental. Logo escreverei algo de tamanha relevância e ficarei honrada sempre que puderem divulgar. Grande abraço”.
Luana Michels – Porto Alegre

“Obrigada à SEDA pelas importantes informações divulgadas no Informativo e pelo excelente trabalho. Por favor, me mantenham sempre informada. A admirável Regina Becker encontrou em seu marido, o respeitável prefeito José Fortunati, o apoio necessário para uma parceria excelente para transformar nossos sonhos em realidade, dando exemplo para todo o país. Parabéns a todos os envolvidos. ”.
Elizabeth Ribas – Rio de Janeiro

FORUM SOCIAL
SEDA pede colaboração para falsas denúncias sobre maus tratos a animais
A Secretaria recebe por hora em torno de 80 solicitações de atendimento, informações, pedidos de esterilização e denúncias através do telefone 156

A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) foi a palestrante de um evento organizado pelo  Coletivo Jovens Protetores no Fórum Social Temático, que aconteceu na Usina do Gasômetro. O Coletivo se formou a partir do 5º Congresso das Cidades, realizado em dezembro de 2011, para alunos da rede municipal. Hoje, o grupo tem ações planejadas para todo o ano, com vistas a esclarecer alguns pontos nevrálgicos da causa, orientar e buscar soluções a milhares de animais em condições de vulnerabilidade.

Além de falar sobre o dia a dia na Área de Medicina Veterinária, dos desafios e obstáculos para atender aos milhares de animais que vivem nas ruas da Capital, a SEDA alertou sobre as falsas denúncias de maus tratos: “Mais da metade das denúncias de maus tratos a animais que nos chegam não é verdadeira, o que constatamos é 'briga de vizinho'. Antes de acionar a equipe de Fiscalização da SEDA, converse com o síndico, consulte o Regimento Interno do condomínio. Deixamos de atender casos realmente mais graves para mediar conflitos pessoais”, disse a assessora de imprensa da SEDA, Roberta Amaral.

A veterinária Rejane Werenicz acrescentou que todas as demandas que chegam pelo telefone 156 são importantes, devido às informações de gravidade em que o animal se encontra. Por isso, a necessidade de ser objetivo e verdadeiro com o quadro clínico: “Tem pessoas que aumentam a gravidade do quadro, muitas vezes, para se livrar do animal, e isso impede que possamos priorizar casos. A SEDA recebe 80 demandas por hora, e precisamos ser honestos para salvar vidas”. O chefe de Fiscalização da Secretaria, Jerônimo Carvalho também detalhou o trabalho das equipes e de que forma são feitas as abordagens para evitar o abandono e os maus tratos.

Por orientação da Prefeitura de Porto Alegre, antes da palestra, a SEDA pediu um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 230 jovens, com idade entre 16 e 20 anos, que perderam a vida durante incêndio a uma boate em Santa Maria.

PELO FIM DA CRUELDADE
Maus tratos a animais podem dar pena de 6 anos de prisão na capital mexicana

A Cidade do México promulgou um decreto que tipifica como crime a crueldade e os maus tratos a animais domésticos, de rua ou silvestres. Os condenados podem pegar até seis anos de prisão. Esta nova determinação, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal, também inclui multas de até 26 mil pesos (R$ 3,12 mil) para qualquer um que maltrate, torture ou aja com crueldade contra um animal "que não represente uma praga".

A medida, que será aplicada na capital mexicana a partir desta quinta-feira (31), punirá com pelo menos seis meses a até dois anos de prisão e multa de 50 a 100 dias de salário mínimo a quem machucar animais por crueldade ou causar danos que não ponham em risco suas vidas.

Caso a vida do animal fique em risco devido a maus tratos, a penalidade aumentará em até metade do período da condenação. Também está previsto que, se for causada a morte por maus tratos ou crueldade, o crime será punido com de dois a quatro anos de prisão e de 200 a 400 dias de multa, aumentando pela metade se o condenado tiver provocado sofrimento.

SAIU NA MÍDIA MUNDIAL
Gata volta para casa após jornada de mais de 300 quilômetros

* Fonte The New York Times/ Zero Hora

Até mesmo os cientistas estão perplexos pela forma como Holly, uma gata de pelagem escama de tartaruga que se perdeu de Jacob e Bonnie Richter, no início de novembro, em um rally recreativo em Daytona Beach, Flórida, apareceu na noite de ano novo cambaleando, fraca e magra em um quintal a cerca de um quilômetro da casa dos Richter em West Palm Beach, Flórida.

Holly e seus tutores Jacob e Bonnie Richter unidos novamente. Ainda existem dúvidas da inteligência e capacidade dos animais?

“Você tem certeza de que é o mesmo gato?”, indagou John Bradshaw, diretor do Instituto de Antrozoologia da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Mas Holly não apenas tinha um padrão de arlequim em sua pelagem, mas também um microchip implantado para identificá-la. “Eu realmente acredito nessas histórias, mas elas são difíceis de explicar”, disse Marc Bekoff, ecologista comportamental da Universidade do Colorado. 

Há, na verdade, poucos dogmas científicos sobre a orientação dos gatos. Animais migratórios como pássaros, tartarugas e insetos têm sido estudados mais profundamente, e usam campos magnéticos, pistas olfativas ou orientação pelo sol.

Os cientistas dizem que é mais comum, embora ainda raro, ouvir sobre cães voltando para casa, talvez sugerindo, segundo Bradshaw, que eles tenham herdado a habilidade dos lobos de se orientar usando pistas magnéticas. Mas também seja possível que os cachorros sejam levados em mais viagens de família, e que os perdidos sejam mais facilmente notados ou ajudados por pessoas durante a jornada. “Gatos se orientam bem em lugares familiares, memorizando locais pela vista e pelo cheiro, e facilmente achando atalhos”, explicou Bradshaw. 

Lugares estranhos e afastados podem parecer um problema, embora ele e Patrick Bateson, um biólogo comportamental na Universidade de Cambridge, digam que os gatos podem sentir cheiros a longas distâncias. “Digamos que eles associam o cheiro dos pinheiros com o vento vindo do Norte, então eles se movem para uma direção mais ao Sul”, explicou Bateson.

Peter Borchelt, um comportamentalista, imaginou se Holly seguiu a costa da Flórida pela visão ou pela audição, acompanhando a Rodovia Interstate 95, à direita, e o oceano, à esquerda: “Ninguém vai fazer uma experiência e levar um monte de gatos para direções diferentes e ver qual deles volta para casa”.

A coisa mais próxima, diz Roger Tabor, biólogo de gatos britânico, pode ter sido um estudo na Alemanha em 1954, no qual felinos colocados em um labirinto circular coberto com saídas a cada 15 graus, saíam, mais frequentemente, na direção de suas casas. Eles o fizeram mais confiavelmente se suas casas estivessem a menos de 5 quilômetros de distâncias.

Uma nova pesquisa feita pela National Geographic e pelo Kitty Cams Project (Projeto Câmeras dos Gatinhos) da Universidade da Geórgia, usando filmagens de 55 bichinhos de estimação carregando filmadoras em suas coleiras, indica que o comportamento do gato é extremamente complexo. Por exemplo, o estudo com as filmadoras mostraram que quatro dos gatos estavam traindo seus donos, visitando outras casas atrás de comida e carinho. Nem todo gato, pelo visto, compartilha a lealdade de Holly.

As câmeras Kitty também mostraram a maioria dos gatos se envolvendo em situações de risco, incluindo atravessar rodovias e comer e beber substâncias fora de casa, riscos que Holly indubitavelmente correu e parece ter tido sorte por ter sobrevivido. Mas já houve outros gatos que fizeram voltas inesperadas. “Na verdade, já aconteceu comigo”, disse Jackson Galaxy, um comportamentalista de gatos que apresenta "Meu Gato Endiabrado" no canal a cabo Animal Planet. Enquanto morava em Boulder, Colorado, ele mudou-se para o outro lado da cidade, onde seu gato, Rabbi, fugiu e apareceu 10 dias depois na casa antiga, andando 8 quilômetros por uma área na qual ele nunca esteve antes, segundo Galaxy.

Tabor citou relatos de longa distância que ele considerou críveis: Murka, uma gata na Rússia, viajou 523 quilômetros até sua casa em Moscou, saindo da casa da mãe de sua dona em Voronezh em 1989. Ninja, que retornou para Farmington, Utah, em 1997, um ano depois de sua família ter se mudado de lá e ido para Mill Creek, Washington, e Howie, um persa caseiro da Austrália que, em 1978, fugiu da casa dos parentes de seus donos, onde eles o deixaram enquanto saíam de férias, e acabou viajando 1.609 quilômetros de volta para a casa de sua família.

Tabor também disse que um siamês na vila inglesa de Black Notley, repetidas vezes, subiu em um trem, desembarcou em White Notley e andou vários quilômetros de volta a Black Notley. Ainda assim, explicar tais jornadas não é preto no branco.

No caso da Flórida, um vislumbre dos fatos não muito claros está nas patas da gata. Enquanto Bradshaw especula que Holly pode ter apanhado uma carona, talvez se escondendo embaixo de um caminhão que descia a Rodovia Interestadual I-95, suas patas sugerem que ela não veio de carona o caminho todo. “As almofadinhas das patas dela estavam sangrando”, disse Bonnie Richter: “As garras estavam gastas de modo estranho. As da frente estavam bem afiadas, e, as de trás, completamente gastas.

Os cientistas dizem que isso é consistente com uma longa caminhada, já que as patas de trás proporcionam propulsão, enquanto as garras da frente fazem atividades como rasgar. Os Richter também disseram que Holly passou de 6,2 para 3,2 kg.

Holly não parecia uma andarilha aventureira, embora seu passado tenha lhe dado uma vantagem genética. Sua mãe era uma gata selvagem que rondava o acampamento dos Richter, e Holly nasceu no ar condicionado de alguém, disse Richter.

Os cientistas dizem que tal experiência do início da vida poderia ser muito breve para explicar como Holly pode ter estado à vontade na natureza, afinal de contas, ela passou a maior parte da vida como gata caseira, exceto pelas corridas externas para caçar lagartos. Mas isso pode implicar em traços inatos de personalidade como resistência ou agilidade. “Existem essas variações reais de temperamento”, explicou Bekoff: “Os peixes podem ser acanhados ou ousados, e parece que as aranhas também. No caso desta gata, ela poderia ter uma personalidade de sobrevivência”.

Ele disse que ser um gato caseiro não extingue comportamentos de sobrevivência, como caçar um rato ou estar ciente da direção do sol. Os Richter começaram a viajar com Holly no ano passado, e ela tolerou com facilidade hotéis, cabines e o trailer. Mas durante o Good Sam RV Rally em Daytona, quando eles acampavam perto da pista de corrida com outros 3 mil trailers, Holly fugiu quando a mãe de Bonnie Richter abriu a porta uma noite.

Os fogos de artifício do dia seguinte podem tê-la afugentado para ainda mais longe, e, depois de procurar por dias, alertar as autoridades responsáveis pelos animais e colocar cartazes, os Richter voltaram para casa sem a gata.

Duas semanas depois, um resgatista de animais chamou os Richter para dizer que um gato muito parecido com Holly havia sido visto comendo atrás de um restaurante, onde os funcionários davam comida a gatos selvagens. 

Então, na noite de ano novo, Barb Mazzola, assistente executiva em uma universidade, notou um gato que mal parava em pé no seu quintal em Palm Beach, com dificuldades até para miar. Durante seis dias, Mazzola e seus filhos cuidaram da gata, colocando comida no quintal, inclusive leite especial para gatos e, eventualmente, ela entrou em casa.

Eles a batizaram de Cosette em homenagem à órfã de "Les Miserables", e a levaram a uma veterinária, que diagnosticou a gata abaixo do peso e desidratada, com garras traseiras e almofadinhas das unhas desgastadas, provavelmente por causa de toda a caminhada nas ruas, mas estava "alegre e alerta" e não tinha parasitas ou vírus. “Eu quase não quis perguntar, por que eu queria ficar com ela, mas disse: 'Veja se ela não tem um microchip?'. Ao lhe dizerem que tinha, eu apenas chorei”, relembrou Barb.

Os Richter choraram ao ver Holly, que, instantaneamente, relaxou ao ser colocada no ombro de Jacob. A reintegração está indo bem, mas o mistério persiste. “Nós não temos a menor ideia de como eles fazem isso”, disse Galaxy: “Qualquer um que alegue saber está mentindo, e, se você descobrir, pelo amor de Deus, me conte”.