A primeira-dama de Porto Alegre Regina Becker assumiu, na terça-feira (19), o cargo de secretária especial dos Direitos Animais. Na cerimônia realizada no Salão Nobre do Paço Municipal, Regina foi empossada pelo prefeito José Fortunati. O secretário-adjunto da Seda, Maurício Silveira de Oliveira, também tomou posse. O evento reuniu o secretariado, vereadores e representantes de grupos e organizações de defesa dos animais e de clínicas veterinárias parceiras da Prefeitura de Porto Alegre.
Um vídeo sobre o trabalho da SEDA foi exibido antes da assinatura do Termo de Posse. Logo depois, num discurso emocionado, Regina Becker falou sobre o trabalho desenvolvido pela Secretaria desde a sua criação, em julho de 2011. Neste período, Regina atuou como voluntária na Pasta, que estava sob responsabilidade do secretário municipal de Gestão Urbano Schmitt.
Regina chamou a atenção para a gravidade dos casos de violência e crueldade contra os animais, o abandono e a necessidade de trabalhar a conscientização das pessoas desde cedo. “Desenvolvemos projetos em nove escolas, trabalhamos com os alunos sobre a posse responsável e o amor aos animais, e, queremos chegar a todas as escolas. Eu acredito que é com educação que nós vamos conseguir atingir nossos objetivos".
Fortunati destacou que seu amor pelos animais surgiu na infância, mas que foi com Regina que ele começou a militar pela causa, há quase 20 anos. O prefeito disse que é responsabilidade dos governos criar uma política pública eficiente para atender os animais. “É uma questão ética, é uma questão moral e é uma questão de saúde pública. Temos que vencer o preconceito que insiste em minimizar a causa animal. Aos protetores dos animais, aos parceiros, o meu profundo reconhecimento, porque é a dedicação de vocês que nos dá força, que nos motiva. É um trabalho novo, mas que já começa a fazer a diferença em Porto Alegre”, afirmou Fortunati.
Sobre a secretária: Regina Becker é natural de Lomba Grande, área rural de Novo Hamburgo, onde abriga 22 gatos e oito cães. É mãe do advogado Bernardo, 29 anos.
Foi professora do Ensino Fundamental da rede estadual de Educação, em Lomba Grande. É formada em Comunicação Social e acadêmica de Direito.
Gerenciou a área de Comunicação Social no Sistema Petrobras na Bahia, na Petroquímica Triunfo e na Copesul. Especializada em Preservação e Conservação do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, pela Fundação de Arte de Ouro Preto, em Minas Gerais, Regina coordenou as obras do antigo Parlamento do Rio Grande do Sul, a transferência e organização do acervo que hoje abriga o Memorial da Assembleia Legislativa, onde trabalhou por quase dez anos.
Sobre o secretário-adjunto: Para Maurício Silveira de Oliveira, esta não é a primeira experiência na gestão municipal. Ele é formado em Ciências Políticas e Econômicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Foi coordenador da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), superintendente Administrativo e Financeiro da Assembleia Legislativa em várias legislaturas e assessor da Secretaria Municipal da Administração (SMA) de Porto Alegre.
Oliveira chega à Secretaria para colaborar na formulação e execução de uma gestão estratégica, visando consolidar a Seda como órgão público de referência nacional na defesa, proteção e bem-estar animal.
Por muitos anos, todos nós que protestamos contra a crueldade e a violência animal fomos considerados sentimentais e emotivos, identificados como “os amantes de animais”, o que é, sem dúvida, uma discriminação tal qual - e por que não estabelecer esta similitude - à discriminação sexual ou racial de um passado não muito distante. Tal rotulação permitiu e facilitou, esta que deveria ter sido uma discussão séria, fosse excluída do debate político e moral, retratando também o tratamento dado pelos seres humanos aos não-humanos.
Esta reflexão pode ser dolorosa para aqueles que realmente estão dispostos a enfrentar o debate e promover mudanças através de ações e comportamentos pró-ativos, atitudes concretas que passam longe do proselitismo meramente discursivo, pois está sendo também, mais do que nunca, o momento de desnudar o sofrimento animal frente à tirania humana. Séculos e séculos de exploração, de perversão, de interesses comerciais frente à incapacidade de subversão e rebeldia destes seres tão submissos e amedrontados.
A SEDA não comunga com esta posição e tem trabalhado acima de sua capacidade atual para atender a uma demanda reprimida há décadas. Como órgão público, recebe críticas, cobranças infundadas, porém, como sabemos, nada se resolve com uma varinha mágica e, portanto, impossível resolver problemas de um dia para o outro. Também temos a consciência de que não podemos fazer valer os Direitos Animais se não houver a mudança de mentalidade da sociedade, refletir e provocar atitudes de como se comportar diante dos animais não-humanos.
A chave para alcançar mais esta meta, entre tantas necessidades sociais, é somente uma: educação!
Entretanto, para fazer um trabalho sério e com resultados é preciso criar meios e instrumentos com vistas a uma mudança moral da população, com atitudes e práticas em relação a um grupo bem amplo de seres: os membros de outras espécies. Se vivemos em um mesmo ambiente, TODOS estamos incluídos nele e não há justificativas plausíveis para excluir quem quer que seja, animais humanos ou não humanos. Somos todos membros da sociedade!
Trabalhamos com os posições claras: CONHECER, FAZER e ACREDITAR.
CONHECER: Conhecemos os problemas, a falta de apoio que os protetores e simpatizantes da causa enfrentam no dia a dia, da falta de condições financeiras e materiais, do sofrimento de pessoas e animais, da dor e a angústia de um contingente enorme de gente e de bichinhos a espera de ajuda.
FAZER: Fazemos e desenvolvemos ações com uma reduzida mas aguerrida equipe, e, neste um ano e meio, alcançamos resultados significativos: 9.564 procedimentos de esterilização, 2.392 atendimentos, 627 cirurgias, 6.720 fiscalizações e 544 adoções.
Estamos dentro das escolas municipais ministrando palestras e alcançamos 2.250 participantes. Nas comunidades, foram mais de 50 ações e 3 mil animais atendidos.
As feiras de filhotes foram severamente regradas de tal forma que, por terem meramente cunho comercial, passaram a não ser de interesse para os expositores; implantamos o Projeto Adote um Cavalo em parceria com a EPTC; transferimos os animais do antigo Minizoo para um criadouro conservacionista, em Santa Maria, e, hoje, vivem num ambiente tranquilo, cheio de luz solar e sem poluição.
ACREDITAR: Eu acredito que é possível uma mudança de atitude através da educação e, para tal, ampliaremos ações nas escolas da rede municipal; que, brevemente, estaremos inaugurando a USA – Unidade de Saúde Animal Vitória; que aumentaremos as fiscalizações com a participação da Guarda Municipal; que desmembraremos verbas federais oriundas do Ministério da Fazenda para questões animais; que realizaremos concurso público para médicos veterinários, e que ampliaremos o número de parceiros (hoje são Hospital Veterinário Mundo Animal, Clínica Veterinária Dr. Abílio, Clínica Veterinária do Forte, Centro de Especialidades Médicas Veterinárias Mundo à Parte, Laboratório Pathos, Clínica de Diagnóstico por imagem DIVET e Empóriopet).
Queremos receber, de braços abertos, voluntários que desejam fazer este trabalho crescer; buscar doações de pessoas físicas e jurídicas para o recém criado Fundo Municipal dos Direitos Animais; recuperar animais considerados irrecuperáveis por serem bravios; aprovar no Legislativo Municipal Projeto de Lei regrando e permitindo o acesso de animais em transportes públicos; implantar o Projeto Dr. Cão, como forma de ajudar na recuperação de pacientes internados em hospitais, e, acompanhar de perto os criadores e criatórios de animais em todo o município.
Estas são nossas metas. Estes são meus propósitos.
Meu coração, minhas ações e meu empenho estão voltados inteiramente para esta causa.
Espero contar com a ajuda de todos e, brevemente, comemorar todas as conquistas obtidas, fruto do engajamento entre o poder público, Ong’s, protetores de simpatizantes da causa animal de nossa cidade.
Aí seremos um Porto muito mais Alegre.
Regina Becker
Secretária Especial dos Direitos Animais
A Secretaria Especial dos Direitos Animais (SEDA) realizou, entre os dias 15 e 21 de fevereiro, 119 esterilizações, 65 atendimentos clínicos e 18 cirurgias, sendo duas amputações, seis para retirada de tumor e uma para retirada de pino. Já a equipe de Fiscalização atendeu a 109 demandas do “Fala Porto Alegre – 156”. Também foram feitas 60 vermifugações através do Bicho Amigo na Comunidade.
Além do telefone 156, as solicitações atendimentos a animais de rua, vítimas de acidentes e maus tratos e agendamento de esterilizações de cães e gatos de pessoas com renda familiar até 3 salários mínimos podem ser encaminhadas pelo site www.falaportoalegre.com.br/solicitacao.
O secretário da SEDA de Recife Rodrigo Vidal veio a Porto Alegre conhecer a estrutura da Secretaria Especial de Direitos Animais. Durante quatro dias, Vidal se reuniu com cada setor da SEDA da Capital gaúcha, com o intuito de intensificar as ações em prol dos animais em sua cidade. “A SEDA tem sido um exemplo para vários municípios, e minha primeira visita à Área de Medicina Veterinária superou todas as expectativas. É muito trabalho, cada ação é pensada em detalhes, é muita dedicação”, disse o secretário, que esteve acompanhado de Robson Gomes de Melo, coordenador da Área de Medicina Veterinária da SEDA/ Recife, e Romero Albuquerque, gerente de Planejamento daquela Secretaria.
Em encontro com Vidal, a secretária Regina Becker alertou à necessidade de manter uma postura firme para atender todos os animais com o máximo respeito e dignididade, sempre priorizando àqueles que correm algum tipo de risco: “Esta é a primeira vez que uma administração pública assume sua responsabilidade com os animais. Apesar da pequena estrutura, a SEDA já nasceu grande para dar suporte a uma demanda por décadas tão reprimida. É um trabalho árduo, desafiador, mas que só tem a crescer, pois a população está se conscientizando da importância de cuidar dos animais, seja por uma questão de saúde, seja por questão de Direito deles.
Direitos Animais em Recife
Com mais de 1,5 milhão de habitantes, ocupando a 9ª colocação no ranking das cidades mais populosas do país, estima-se que Recife tenha 40 mil cães e 60 mil gatos em condições de vulnerabilidade, além de, aproximadamente, 4 mil cavalos sendo expostos a um trabalho pesado nas carroças. Porto Alegre aparece em 10ª colocação, com 1.416.714 habitantes, e tem em torno de 400 mil animais em situação de abandono.
Para o novo secretário, a SEDA porto-alegrense é referência de organização e implementação de projetos em nível de políticas públicas em defesa dos animais. Dois deles, em especial, servirão de exemplo para Recife: as unidades móveis e o trabalho de combate aos maus tratos. “Os desafios são imensos, afinal, não é fácil iniciar uma secretaria do zero, onde não havia nenhuma política pública para animais, e, principalmente, considerando a realidade destes milhares abandonados nas ruas, no grande Recife. Hoje, são dois os maiores problemas: a grande circulação de animais de tração animal e o alto quantitativo de animais abandonados nas ruas”, contou Rodrigo Vidal.
O veterinário Robson Melo, coordenador da Área de Medicina Veterinária da SEDA de Recife, realizou, na sexta-feira (22), uma cirurgia ortopédica em cão vítima de atropelamento, no bloco da Área de Medicina Veterinária (AMV) da SEDA de Porto Alegre. A equipe de veterinários da AMV acompanhou o trabalho e dirimiu dúvidas sobre o procedimento, considerado alta complexidade.
A fratura de fêmur do animal foi estabilizada através da colocação de placas e fio de cerplagem. O animal, que recebeu o nome de Camilo em homenagem à protetora que o resgatou, Camila Marques, passa bem e ficará internado na AMV em observação.
Para a secretária Regina Becker, o procedimento na AMV de Porto Alegre foi mais um passo em defesa dos Animais, pois esta é a primeira experiência de uma cirurgia ortopédica de alto risco na estrutura da SEDA.
A comitiva da Prefeitura de Recife visitou na sexta-feira (22) o Abrigo de Animais da EPTC, na zona sul da Capital. A área de cinco hectares conta, atualmente, com 23 cavalos resgatados das ruas por abandono e/ou maus tratos. O responsável pelo abrigo, Paulo Dorneles, observa os equinos com alegria, mas o passado deles é inesquecível. “Teve casos de cavalos caírem em cima de agentes da EPTC de tão fracos e desnutridos, as patas não sustentavam mais o corpo. Logo que chegam ao abrigo, parecem ganhar nova vida. O carinho já os faz levantar”.
A nova vida a que Dorneles se refere não resulta em uma entrega tão fácil para a adoção. Oito pessoas físicas cadastradas na EPTC aguardam a análise técnica para assinar o Termo de Adoção. O adotante não poderá o usar o cavalo para trabalho nem mantê-lo preso em cocheira. O tutor deverá, sim, respeitar a natureza do animal.
Para o secretário executivo dos Direitos Animais (SEDA), Rodrigo Vidal, o trabalho humano da Prefeitura de Porto Alegre é mais importante que o técnico. “Impressiona o comportamento desses cavalos depois de tanto sofrimento nas mãos de humanos. Eles estão fortes, apegados aos seus cuidadores e tendo, talvez, a primeira experiência no campo”, diz Vidal.
Sobre o resgate e atendimento
As blitzes e ações de fiscalização a denúncias feitas pelo telefone 156 são realizadas rotineiramente pela EPTC em parceria com a SEDA, Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CGVS) e Batalhão Ambiental da Brigada Militar.
Após o recolhimento, os equinos são levados ao abrigo da EPTC, onde recebem acompanhamento veterinário, alimentação e seguem tratamento. Quando recuperados, ficam soltos no pasto à espera de doação.
A adoção responsável é feita com o apoio de entidades não-governamentais. “O perfil do adotante é avaliado. Nenhum dos cavalos volta às ruas ou para as carroças. A EPTC e a SEDA mantêm o acompanhamento, mesmo após a adoção, pois o animal segue com o chip”, explica Paulo Dorneles, chefe da Fiscalização de Veículos de Tração Animal da EPTC.
Outras informações sobre adoção de cavalos podem ser obtidas no Atendimento ao Cidadão da EPTC (avenida Érico Verissimo, 100 – Cidade Baixa).
Dos 23 cavalos que vivem no Abrigo de Animais da EPTC, chama a atenção da história de Berruga e Ceguinho. Berruga foi retirada, há cerca de cinco anos, de uma via pública após abandono, provavelmente, por “invalidez”. A hérnia na região umbilical não pôde ser retirada devido a quantidade de vasos sanguineos, que colocaria sua vida em risco.
Ceguinho foi resgatado por agentes de fiscalização quando trafegava sem rumo por uma avenida da Capital. Os servidores do município se depararam com um cavalo em estado lamentável: os olhos perfurados e o corpo agredido pela mão humana. Três meses se passaram desde então e...
... após o período de recuperação, Ceguinho começou suas andanças pelo campo.
Sua sensibilidade auditiva e o alfato o aproximaram de Berruga. Por onde a égua anda, Ceguinho acompanha.
Volta e meia, Berruga prima pela sua liberdade. Porém, os momentos de solidão logo são interrompidos pelo relincho de Ceguinho. Ele a chama desesperadamente para continuar percorrendo o campo.
Pelas condições físicas, Berruga e Ceguinha têm poucas chances de serem adotados. Caso isto aconteça, um sofrerá muito longe do outro. Por isso, a EPTC já os considera “patrimônio”.
Que a história deste casal de equinos seja uma lição de vida a nós, humanos: de coração leve para poder guiar um corpo frágil e limitado, mas com vontade de viver.
Para encerrar a visita oficial a Porto Alegre, o secretário executivo dos Direitos Animais de Recife Rodrigo Vidal foi conhecer a Horsemanship Denise Bicca, localizada na zona sul de Porto Alegre.
Por cerca de 30 minutos, Vidal acompanhou os ensinamentos de Denise vindos do redondel e dos gestos sutis de como fazer com que os cavalos atendam aos comandos humanos sem nenhum tipo de toque, apenas com o olhar.
Em seguida, foi a vez do secretário da SEDA do Recife entrar no redondel. Bastaram duas ou três repetições de comando para que o animal ficasse à sua disposição. “Inexplicável a sensação de entrega em um redondel. Éramos nós dois nos entendendo com gentileza e respeito”, disse Vidal.
Para Denise Bicca...
... o segredo da relação homem/cavalo é a HUMILDADE. “Ninguém se envolve com cavalos para se tornar um ser humano melhor, ou para encontrar significado maior na vida, ou, ainda, para fazer do mundo um lugar melhor, mas algumas vezes é exatamente isso o que acontece.
No começo, você brinca com cavalos porque é divertido, um prazer. Então você percebe que o prazer é mais profundo e duradouro do que muitos outros passatempos recreacionais. Você pode amar andar de motocicletas, mas sua Harley não relincha para você ao vê-lo. Há algo muito especial em cavalos que faz você querer fazer melhor com e para eles.
Mas somente querer fazer melhor não é o suficiente, porque isto é algo muito diferente e antinatural para nós humanos. Leva tempo e esforço para aprendermos a nos comunicar efetivamente com um cavalo. Você precisa estar preparado para voltar à escola, para aprender e para mudar a maneira que você se comporta. Você precisa deixar seu ego num canto e deixá-lo lá enquanto você se reinventa como um horseman e como ser humano.
Este novo ser humano observa, relembra e compara. Ele ouve mais e fala menos. Ele toma responsabilidade mais do que reprova.. Ele controla suas emoções. Ele se torna atento, informado e é consciente de sua linguagem corporal. Ele tenta melhorar, se compromete a agir com justiça. Ele cultiva paciência e sabe perdoar. Ele vive o presente ao invés de acomodar-se no passado ou esperar pelo futuro. E , é claro, ela coloca os desejos e necessidades de outra criatura viva a frente dos seus”.
“No momento em que assumes a importante e inovadora Secretaria Especial dos Direitos Animais, a nossa querida SEDA, desejo-te muito sucesso nesse trabalho tão significativo e desafiador, tendo a certeza de que o profundo conhecimento da causa te inspirará e orientará sempre”.
Deputado estadual Paulo Odone (PPS)
"Foi com muita alegria e emoção que compartilhei de sua posse na Secretaria Especial dos Direitos Animais. Confesso que fiquei 'contaminada' com seu sincero e emocionante discurso, também, cheio de amarguras e angústias compartilhadas na sua essência por todos nós que amamos os animais. Ouvindo suas propostas de trabalho e as várias frentes que pretendes 'atacar', fiquei muito surpresa do quanto se pode fazer para diminuir tanto sofrimento. Não tinha a menor noção da variedade de ações que podem ser tomadas, além do simples recolhimento, da esterilização e da doação destes 'serzinhos'. Mudar ideias, atitudes, culturas e valores, além de minimizar preconceitos, não é um trabalho simples nem fácil. Requer, além de muita competência e conhecimento, que você tem de sobra, determinação e persistência, qualidades que não lhe faltarão, pois és uma lutadora e por que não dizer, uma vitoriosa. A visibilidade que trouxeste à Prefeitura de Porto Alegre, no prazo de um ano, da criação de uma Secretaria com este enfoque, humanizou nossa cidade e isto me enche de orgulho. Com certeza, iniciaste juntamente com nosso prefeito José Fortunatti, um novo modo de governar, e isto terá desdobramentos muito positivos para um futuro, que espero não muito distante. Me despeço agradecida e desejando-lhe muito sucesso nesta nova caminhada. Conte comigo sempre".
Magda Cristina Granata - Gerente Distrital-Centro do DMAE
“Hoje fui testemunha da realização de um sonho que envolve uma pessoa que teve a coragem de enfrentar todos os obstáculos que surgiram em seu caminho. Nossa primeira-dama Regina Becker, como eu já lhe disse, agradeço por me proporcionar momentos como este em que vivi. Passou um filme em minha mente, com lembranças do tempo em que eu era criança, que ficava apavorada com a maneira como tratavam os cães de rua, sendo todos capturados pelas chamadas 'carrocinhas', onde eram jogados até serem sacrificados. Espero que a SEDA sirva de exemplo cada vez mais e que nossos filhos e netos tenham lembranças de uma infância em que nossos governantes tiveram a iniciativa de implantar a mudança, com ações práticas de valorização de qualquer ser vivo. Desejo, de coração, que a nossa secretária possa realizar mais conquistas nesta causa tão justa de defesa dos animais”.
Luziane Vasconcelos – Representante do estilista espanhol Adolfo Dominguez no RS
“Gostaria de lhe parabenizar pela titularidade da SEDA em Porto Alegre e pela longa e importante militância na proteção animal! É fundamental sabermos que pessoas realmente envolvidas e com grande conhecimento da causa ocupam posições importantes dentro das esferas governamentais, cientes do caminho à frente e ansiosos para o trilhar. Espero que possamos trabalhar em conjunto para a proteção e defesa de todos os animais, criando um mundo melhor para todos nós! Continuamos à disposição e com desejo de contribuir no que for possível. Mais uma vez, parabéns! Que 2013 seja um ano de grandes mudanças para aqueles que não tem voz. Um grande abraço”.
Luiza Damigo - Assistente de Campanhas da Humane Society International (HSI) no Brasil
“Em alusão à sua posse como secretária junto à Secretaria Especial dos Direitos Animais, venho saudá-la, desejando que o exercício desse nobre cargo seja coroado de realizações e conquistas. Com votos de um profícuo trabalho, apresento meu apreço”.
Marcelo Bertoluci – presidente da OAB/RS
“Dona Regina, há pessoas que por onde passam deixam um caminho de luz, porque têm brilho próprio. Caráter marcante, posições definidas que não se escondem atrás da indecisão. Mas sabem o que desejam e como alcançar suas metas. Tenho aprendido muito convivendo alguns instantes do meu dia com a senhora. Suas características e maneiras de agir tornam meu trabalho, que é tão simples, em algo prazeroso e satisfatório. Parabéns pela conquista. Estará numa posição mais alta, recebendo críticas, mas também iluminando. Uma luz não se esconde, e a sua luz não tem como apagar! Parabéns! Abraço”.
Cila – secretária do lar de Regina Becker e José Fortunati
“Nossos cumprimentos por ter sido escolhida para a Secretaria Especial dos Direitos Animais”.
Júlio Mottin e Luiz Antônio D'Amado dos Santos – PanVel
“Sabe-se fantástica a população de animais no mundo, mas é raro que a administração pública cuide do assunto e, muito menos através de uma Secretaria específica. A cidade pode se congratular pela iniciativa do nosso prefeito nesse sentido e também porque a titular da Pasta é uma pessoa que demonstra tanto interesse pela causa. Dona Regina, parabéns pela investidura e receba nossos votos de uma profícua gestão”.
Moacyr Schukster – Presidente do SECOVIRS
“Regina, desejamos muita força (sabemos que tens) e sucesso nesta jornada que já iniciaste faz tempo, e, agora, torna-se ainda mais importante e oficial. Conte sempre conosco”.
Suzana e William
“Regina, um montão de gente que ama os animais está radiante com a existência da SEDA. Que Deus, São Francisco de Assis e os anjos da natureza te ajudem, iluminem e inspirem a fazer o melhor pelos anjinhos animais sempre”.
Valquiria e Alberto
“Desde a idealização da Secretaria Especial dos Direitos Animais, passando pela criação legal até os dias de hoje, almejávamos fortemente que a nossa querida primeira-dama Regina Becker recebesse a honrosa distinção como secretária da SEDA. Sabemos das repercussões de tão representativa posição não só no meio municipal como, em verdade, aos âmbitos estadual e da União. Acompanhamos seu incansável e reconhecido trabalho (o que agradecemos) em prol e em defesa permanente desses seres tão especiais para nós, enquanto sociedade em processo de conscientização das variáveis naturais. Receba nosso carinhoso abraço”.
Fábio e Sônia Brambilla
“Com profunda gratidão pela generosidade de compartilhar, pelo carinho da receptividade e pelo maravilhoso de Vida e dedicação à defesa e proteção dos animais; o trabalho de vocês é uma Luz, abençoada por Jesus, que vem crescentemente iluminando a todo o Brasil! Somos, SEDA/Recife, filhos e frutos do impacto simbólico, institucional e político do pioneirismo da SEDA/POA. Nossa parceria é permanente e nossa gratidão é eterna. Abraço amigo”.
Rodrigo Vidal – secretário da SEDA/ Recife
A feira de adoções da SEDA realizada no último sábado (16), no estacionamento do Sam´s Club, na zona norte da Capital, deu lar a três filhotes caninos e dois felinos. Caren Luciane Bernardi leu a notícia da feira pelo facebook da Secretaria e se encantou por um cão. “Todos meus bichos são adotados e, recentemente, um morreu. Ficou então a tristeza e o espaço no coração e em casa vazios. Quando soube da feira pelo facebook, vim visitar para saber se algum deles me escolheria”, disse feliz a moradora do bairro Cidade Baixa.
O executivo de vendas da Sam's Club, Marcos Sales, também aproveitou a ocasião para adotar um gatinha, que recebeu o nome de Morgana. Para ele, a iniciativa da SEDA é importante, uma vez que a maioria decide pela compra de animais de raça, enquanto existem tantos abandonados precisando de um lar. “Se temos condições emocional e financeira, podemos contribuir para que os animais tenham uma família. Esta é apenas a primeira feira que a Sam's Club faz em parceria com a SEDA. Vamos lutar por um lar para aqueles que um dia foram de rua”, afirmou Sales.
Os flagrantes de cenas que envolvem maus tratos a animais deixaram de ser fato novo, há muito tempo. Em um intervalo de tempo quase que diário, somos expostos a imagens que evidenciam agressões físicas a cães e gatos, inclusive em ambientes onde supostamente deveriam estar protegidos, como em pet shops.
No entanto, os maus tratos não param por aí e vão além das agressões físicas. Diferentemente do que muitos pensam, também são consideradas formas de violência pelas leis vigentes as seguintes práticas:
- Abandonar, espancar, golpear, mutilar e envenenar;
- Manter preso permanentemente em correntes;
- Manter em locais pequenos e anti-higiênicos;
- Não abrigar do sol, da chuva e do frio;
- Deixar sem ventilação ou luz solar;
- Não dar água e comida diariamente;
- Negar assistência veterinária ao animal doente ou ferido;
- Obrigar a trabalho excessivo ou superior a sua força;
- Capturar, transportar, negociar animais silvestres;
- Utilizar animal em shows que possam lhe causar pânico ou estresse;
- Realizar ou promover lutas entre animais da mesma espécie ou de espécies diferentes, touradas, rinhas de galo e farra do boi, mesmo em lugar privado.
Segundo a veterinária Elan Cardozo, os maus tratos frequentemente provocam, além de danos físicos, danos emocionais, como distúrbios de comportamento por traumas. Dentre esses distúrbios, podemos citar a agressividade, eliminação de fezes e urina, vocalização (latidos e uivos), destruição e cavação, explica.
Ainda sobre a agressividade, a especialista completa que os cães, assim como os humanos, podem apresentar alterações no comportamento habitual, o que pode estar correlacionado com as inter-relações com o ambiente onde vive e como é tratado. "As causas para o surgimento são as mais variadas, indo desde alterações na produção de alguns neurotransmissores por uma doença negligenciada pelo seu proprietário, até a ocorrência de episódios marcantes, como traumas e ansiedade por separação", completa Elan.
Abandono: uma das piores formas de maus tratos
É muito comum que algumas pessoas, quando vão se mudar de cidade e não têm como levar o seu animal junto, adotem medidas drásticas. Uma delas é deixar os bichinhos com alguém que possa cuidar deles ou, simplesmente, abandoná-los nas ruas, uma medida cruel e, acima de tudo, criminosa sob o ponto de vista da lei.
"O abandono é um dos piores tipos de maus tratos. O animal fica desprovido de assistências básicas, como alimentação adequada e carinho, podendo levar a desvios comportamentais. Um animal dócil, por exemplo, pode vir a se tornar extremamente agressivo por defesa, medo e fome", afirma Elan.
Ao presenciar alguma cena de descaso com animais, a veterinária orienta ainda que as pessoas façam a sua parte e denunciem junto às autoridades competentes. "Toda pessoa que testemunhar atentados contra qualquer tipo de animal pode e deve comparecer à delegacia mais próxima e realizar um Termo Circunstanciado, citando o artigo 32 da Lei Federal de Crimes Ambientais 9605/98. As denúncias também podem ser feitas através do Disque Denúncia de sua região", orienta.
* Fonte: idmedpet.com.br
Elan Cardozo (RJ) é médica veterinária, Mestre em Patologia Experimental, Doutora em Patologia e especialista em Anatomia Patológica Animal e Perícia Veterinária
Um grupo de estudantes da Universidade do Estado do Mato Grosso (UNEMAT), liderado pelo professor Antônio Francisco Malheiros, esteve na Área de Medicina Veterinária da SEDA, na quinta-feira (21), coletando amostras de fezes de cães para uma pesquisa inédita na América do Sul, feita com o apoio do Ministério da Saúde, da Universidade de São Paulo (USP) e do instituto dinamarques Suresun: “Biodiversidade de Geo-helmintos em amostras fecais de moradores provenientes das cinco regiões brasileiras”. Antes, detalhes do estudo foram apresentados ao prefeito José Fortunati e aos secretários da SEDA de Porto Alegre, Regina Becker, e de Recife, Rodrigo Vidal.
“Ainda que tenham ocorrido avanços no tratamento e no diagnóstico nos últimos anos, a infecção intestinal continua sendo um significante problema de saúde pública. Além disso, as ações de controle apresentam restrições frente à infraestrutura de saneamento básico, bem como pela falta de projetos educacionais, uma vez que as crianças em idade escolar são comumente acometidas por parasitas, dentre eles os geohelmintos”, disse Malheiros, coordenador da pesquisa.
Segundo ele, as fezes caninas são um ponto forte da investigação para saber se existe algum potencial zoonótico neste parasita intestinal, ou seja, se a doença pode ser transmitida do animal ao homem.
Pesquisadores colheram 50 amostras de fezes caninas na Área de Medicina Veterinária da SEDA
Geohelmintíases são infecções causadas por helmintos com parte de sua evolução no solo, muito comuns entre crianças que vivem em regiões com menores condições socioeconômicas, desprovidas de infraestrutura sanitária e carência de alimentos. O seu impacto na morbidade e mortalidade é mais grave em populações desnutridas.
Suas complicações levam à perfuração intestinal, colecistite, colelitíase, pancreatite aguda, abcesso hepático, anemia, hipoproteinemia, podendo evoluir para insuficiência cardíaca e anasarca. Na ancilostomíase, a migração da larva através dos pulmões pode causar hemorragia e pneumonite.
O estudo será realizado em 14 capitais e 35 municípios onde predominam os biomas brasileiros. Além de Porto Alegre, os pesquisadores visitarão Santa Maria, Santana do Livramento e Uruguaiana. Malheiros organizou quatro equipes que, com o auxílio dos agentes de saúde municipais, farão a coleta de material fecal de 100 crianças entre 5 a 15 anos de idade e 100 de adultos. Dados demográficos, como sexo e idade, também serão considerados durante os trabalhos de coleta do material fecal.
A expectativa do coordenador é entregar o resultado da pesquisa ainda este ano ao Ministério da Saúde, que dará início à campanha de tratamento das geo-helmintíases em conjunto com os municípios envolvidos na pesquisa.
Estados abrangidos pela pesquisa
Região Norte: Amazonas e Pará
Pará - 3 Belém, 4-Santarém
Região Nordeste: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte
Região Sudeste: Minas Gerais e São Paulo
Região Sul: Paraná e Rio Grande do Sul
Região Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul
