15 de Setembro - Dia do Gremista

O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense nasceu meio ao acaso. No dia 07 de setembro de 1903, ingleses e alemães do Sport Club Rio Grande disputaram um jogo de exibição em Porto Alegre. Durante a partida, a única bola que os jogadores haviam trazido murchou. Cândido Dias da Silva, um paulista radicado em Porto Alegre, estava assistindo ao jogo e tinha levado à exibição uma bola de futebol. Prontamente cedeu-a aos jogadores para que a partida continuasse. Estava lançada a semente para aquele que seria um dos maiores times do futebol brasileiro e mundial.

No dia 15 de setembro de 1903, 32 rapazes se reuniram no Salão Grau, restaurante de um hotel da rua 15 de Novembro, no Centro de Porto Alegre e criaram então o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. Sua primeira sede foi a Baixada do Moinhos de Vento, inaugurado em 1904. Ali o tricolor jogou entre 1904 a 1954, quando foi inaugurado o Estádio Olímpico.

Ao longo dos seus 104 anos de história, até o ano de 2007, o Grêmio conquistou 35 vezes o título de Campeão Gaúcho, quatro vezes o de Campeão da Copa do Brasil, duas vezes Campeão Brasileiro, duas vezes o de Campeão da Taça Libertadores da América e uma vez o de Campeão Mundial Interclubes.

Grande parte destas conquistas se deve à sua aguerrida torcida que, como diz o hino do clube, está com o Grêmio “onde o Grêmio estiver”. Recentemente foi dada mais uma prova deste amor incondicional. Ao final do ano de 2004, depois de uma péssima campanha no Brasileirão, a equipe tricolor foi rebaixada para a 2º divisão do Campeonato. Mais uma vez a torcida se fez presente e empurrou o time de volta para a elite do futebol nacional.

A última partida desta epopéia merece destaque especial. No dia 26 de novembro de 2005, em Recife, no Estádio dos Aflitos, o Grêmio jogou uma de suas mais memoráveis partidas. O time precisava vencer - ou ao menos empatar - para conseguir o retorno à Série A. Do outro lado, o Náutico lutava pelo mesmo objetivo. Paralelamente, Portuguesa x Santa Cruz disputavam a outra vaga.

O jogo foi tenso, fatores extra-campo tentaram prejudicar o desempenho do time gaúcho. Mas o Grêmio estava disposto a fazer de tudo para voltar à elite do futebol.

Mas a bola insistia em não entrar. Passada boa parte do 2º tempo, acontece a tragédia: o Grêmio, que já tinha um jogador expulso, tem marcado contra si um pênalti.  Os jogadores se exaltam com o árbitro e cria-se uma grande confusão. Resultado: mais três gremistas expulsos. Depois de algum tempo, é reiniciado o jogo. A situação não poderia ser pior. Com apenas seis jogadores na linha e um pênalti contra, as esperanças do time e da torcida são mínimas.

Os minutos que se seguiram são considerados alguns dos mais emocionantes do futebol mundial. O jogador do Náutico é autorizado a cobrar a penalidade. O silêncio dos Aflitos se faz sentir em todo o Rio Grande. Corre para a bola e... o goleiro gremista Galatto defende. A emoção é geral. Mas a missão ainda não estava cumprida. Era preciso resistir com apenas meia dúzia de jogadores aos intermináveis minutos restantes. Mas o Grêmio fez mais que isso. Num lance genial, o menino Anderson recebe a bola na intermediária, avança a dribles para a área adversária e dá um toque na saída do goleiro. Era a glória. O Grêmio não só voltava para a Primeira Divisão do futebol brasileiro, como o fazia de maneira incrível, e com a glória de um campeão.

Esta história é bastante ilustrativa da trajetória deste clube, que sempre teve a garra como uma de suas principais características. Portanto, torcedor gremista comemore. O Aniversário é do Grêmio, mas a festa é de todos os gremistas!