Uma capital para ciclistas
30/04/2013
Nem mesmo a alta tecnologia dos carros tem impedido, ao longo dos últimos anos, o crescimento de usuários de bicicletas na Capital. Além de um meio de transporte saudável e sustentável, a bicicleta também serve como uma alternativa para evitar o trânsito caótico conhecido nas grandes cidades do país.
Porto Alegre começou a adaptar-se a esse novo meio de transporte recentemente, com a inauguração de ciclovias em algumas das principais avenidas da cidade. Segundo a Prefeitura, as construções de novas ciclovias e as ampliações de rotas existentes já estão previstas em projetos ligados à recepção da Copa do Mundo. Mas ainda há muito a ser feito. Segundo dados da EPTC, o número de acidentes de trânsito envolvendo bicicletas tem aumentado e, apenas em 2012, a empresa registrou mais de 283 de ocorrências, sendo 5 com vítimas fatais.
Ana Maria Len, conhecida como “Bombom”, de 62 anos de idade, costuma usar a bicicleta como meio de transporte há pelo menos 15 anos. Segundo ela, o trajeto de 8 km diários percorridos é de um grande benefício, mas é preciso estar sempre atenta aos perigos: “os motoristas não respeitam os ciclistas nos locais onde não tem ciclovias”, comentou. Quanto à sensação de andar entre os carros, Ana relata que “eles passam raspando, sinto o calor do motor na perna, ainda há imaturidade e os motoristas não nos respeitam”.
Dante La Porta, 23 anos, também aponta outro fator que dificulta a vida do ciclista: “nossas principais avenidas são estreitas e não comportam veículos, sejam eles quais forem, e bicicletas, deixando muitas vezes o ciclista em situações difíceis”. Além de também demonstrar revolta quanto à má educação de motoristas, Dante diz que “aos poucos os motoristas estão se conscientizando”. Sobre a questão de mobilidade geográfica, Dante relata a dificuldade para quem mora longe, mas sugere que “uma solução seria poder entrar com a bicicleta no ônibus, mas imagina o transtorno de uma bike dentro dele, por exemplo, às 17:30; hoje não tem como”. Dante também lembra de algumas das adaptações feitas pela Trensurb para ciclistas: “a Trensurb possui uma iniciativa parecida, no primeiro vagão de cada trem tem um suporte pra colocar bikes, mas que sabe no futuro não possamos ter isso aqui”.