Mais controle sobre as emissões de CO2 no Brasil
O Registro Público de Emissões e o Programa Brasileiro GHG Protocol foram lançados pelo Centro de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), o World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) no primeiro semestre de 2010, em evento que já contou com a apresentação de relatórios de 35 empresas. As ferramentas servem respectivamente para que as companhias registrem publicamente suas emissões de CO2 e recebam orientações sobre as normas de elaboração de relatórios de emissão de CO2.
Além de ser um instrumento eficaz no controle de emissão de poluentes na atmosfera, para as empresas o registro dessas emissões pode servir como uma ferramenta de gestão, além de contribuir com o aumento da competitividade e inovação e estimula o surgimento de novas tecnologias que emitam menos carbono. "O registro de emissões representa um passo significativo das empresas no sentido de buscar alternativas para uma economia de baixo carbono", afirma Maria Tereza Leme Fleury, diretora da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas.
De acordo com a coordenadora adjunta do GVces, Raquel Biderman, os estados de São Paulo, Pará, Amapá, Mato Grosso, Pernambuco e a cidade de São Paulo consideram a hipótese de incluir os registros em projetos de lei para políticas voltadas ao clima. Os registros, podem também beneficiar as empresas em negociações internacionais sobre as políticas de mudanças no clima, além de aumentar a ênfase na cadeia de suprimentos, considerando que os investidores estão pedindo cada vez mais transparência e detalhes dos processos de produção.
"O setor produtivo mostra que pode realmente reduzir as emissões e cumprir as metas adotadas pelo governo em Copenhague", afirma Marina Grossi, presidente executiva do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável (Cebds).