Por ano, são produzidos 50 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico.
Um problema que se agrava com aumento do consumo desses equipamentos.
Há poucos anos atrás ninguém pensaria em jogar no lixo equipamentos eletrônicos. Hoje em dia, entretanto, a realidade é outra. O avanço tecnológico barateou excessivamente equipamentos como a televisão, o telefone celular e até mesmo o computador tornando-os rapidamente obsoletos e descartáveis. O resultado é que por ano, no mundo, são produzidos 50 milhões de toneladas de lixo eletroeletrônico.
Toda essa quantidade daria para encher um vagão de carga de um trem capaz de dar uma volta completa no mundo. A estimativa é apresentada pela organização não governamental Greenpeace que aponta ainda que eletroeletrônicos e eletrodomésticos, além de celulares e computadores - com ciclos de reposição cada vez mais curtos - já representam 5% de todo lixo gerado pela humanidade.
A olho nu, pode parecer um gesto simples e inocente colocar um equipamento eletrônico diretamente no lixo. No entanto, o lixo eletrônico tem substâncias perigosas para saúde humana e provoca sérios danos ambientais. É que essas máquinas têm como destino final os aterros sanitários. Ao serem depositadas nesses locais, provocam a contaminação do solo e da água, tornando-se um imediato transmissor de doenças ao ser humano. Entre as substâncias tóxicas encontradas no lixo eletrônico figuram mercúrio, chumbo, cádmio, belírio, arsênio, retardantes de chamas (BRT) e PVC. Estas substâncias podem causar distúrbios no sistema nervoso, problemas nos rins, pulmões, cérebro e envenenamento.
Ainda assim a rota do lixo eletrônico é pouco conhecida no Brasil. Muito pouco se sabe sobre o que acontece com um aparelho quando ele não tem mais utilidade. O ritmo de crescimento da venda de eletrônicos continua acelerado e não há uma legislação nacional que estabeleça o destino correto para toda essa sucata digital ou que responsabilize os fabricantes pelo seu descarte.
Só para se ter uma idéia, o tempo médio para troca dos celulares - que já são mais de 102 milhões em uso no País - é de menos de dois anos. Os computadores, cujo base instalada é estimada em 33 milhões, são substituídos a cada 4 anos nas empresas e a cada 5 anos pelos usuários domésticos. No ano passado, foram vendidos mais de 7 milhões de computadores no mercado brasileiro e neste ano serão vendidos outros 8,5 milhões. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam ainda que nove em cada dez lares brasileiros têm pelo menos uma TV. Ainda assim, só em 2006 foram vendidos 10,85 milhões de novos televisores no País.
Os números em crescimento atestam a necessidade de ser repensado o reaproveitamento e a reutilização desses equipamentos. Antes de serem destinados à lata do lixo podem ser encaminhados para reciclagem através do fabricante, negociados com assistências técnicas que compram peças e micros usados. O endereço desses locais está em classificados de jornais e na internet. Outra opção é entregar os equipamentos como doações a entidades assistenciais que trabalham com inclusão digital.
Os Comitês para Democratização da Informática (CDI´s) recebem doações de máquinas usadas para montagem de escolas de informática em entidades assistenciais, além de peças diversas de computadores, aparelhos e baterias de celulares usados. Informações através do telefone (51)3330.1959.
A produção abundante de lixo eletrônico no planeta pode ser controlada e reduzida. Mas para que isso ocorra, é necessário um comprometimento social do cidadão com o meio ambiente e, acima de tudo, com a vida!