Café Mentaleiro é o novo espaço na luta pelo cuidado em liberdade

(Fotos GeraçãoPOA)
26.05.2022
Inaugurado nesta quarta-feira, 25, o Café Mentaleiro tem a proposta de experimentar um novo modo de trabalhar com os oficineiros e oficineiras do GeraçãoPOA, serviço da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) do SUS de Porto Alegre.
Na perspectiva de ser uma estratégia de reabilitação psicossocial, a nova oficina ensaia fundamentos do cooperativismo como solidariedade, ajuda entre os pares e uma organização do trabalho em comunidade. Sempre baseada nos princípios da Economia Solidária, o GeraçãoPOA inova mais uma vez na luta por uma sociedade sem manicômios e apresenta uma proposta pioneira na Saúde Mental. O próprio nome escolhido para o café faz alusão aos integrantes do movimento da Luta Antimanicomial, que na década de 1990 começaram a ser chamados de “Mentaleiros”.
A oficina já vinha sendo pensada desde antes da pandemia, em 2017. Com a chegada do Covid-19, só foi possível realizar alguns passos do planejamento. Então, em parceria com uma rede colaborativa, os usuários receberam formação e capacitação, como os cursos de Cooperativismo, Economia Solidária e Boas Práticas para os Serviços de Alimentação.
Considerando a participação social como base da democracia e dos princípios estruturantes na Saúde Pública, todo o projeto foi discutido e aprovado pelo coletivo do Conselho Local de Saúde do GeraçãoPOA. Para Darcy Vieira, usuário e integrante do CLS, o modelo da oficina oferece mais qualificação no currículo e possibilita mais autonomia no gerenciamento do próprio trabalho. “Eu estou bem motivado, entendo como uma nova possibilidade de geração de trabalho e renda, como também uma formação para o mercado de trabalho”, disse.
A vice-coordenadora do Conselho Municipal de Saúde (CMS/POA), Ana Paula de Lima, que participou da inauguração do espaço representando o colegiado, reforçou a inovação que representa o Café Mentaleiro. "O GeraPoa não só amplia as ofertas de geração de renda mas inova em práticas de reabilitação e cuidado na atenção psicossocial. Na aposta da autonomia e protagonismo dos usuários, que como coletivo autogestinário abre novas perspectivas de encontro com outros sujeitos e como referência de novas práticas para a RAPS", falou Ana Paula, que também é coordenadora da Comissão de Saúde Mental do CMS/POA.
Os produtos oferecidos no espaço são todos orgânicos e produzidos por uma Rede de Economia Solidária, desde o café arábica moído na hora, até o bolo de cenoura e pão de Quê. Tudo num ambiente aconchegante, humanizado e com a acolhida feita pelos próprios usuários.
O atendimento é realizado das 13 às 16h30, de segunda a sexta-feira. O espaço, instalado na Rua Mariante, 500, no bairro Rio Branco, também é aberto para reuniões de trabalho e eventos por meio de agendamento pelo telefone: (51) 3289-5535.